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Como montar um PC - parte 6: Placas de CPU (continuação)

Acessórios que acompanham a placa de CPU

Quando você comprar uma placa de CPU, confira se estão sendo fornecidos todos os seus acessórios. A forma mais fácil de conferir isso é abrir o manual e procurar, logo no seu início, a seção “CheckList”
Figura 5.40
Lista de checagem, encontrada no manual de uma placa de CPU.
 
 
 
Note que muitas placas de CPU possuem itens opcionais, como conectores para ligação em TV ou LCD e conectores para dispositivos de comunicação por raios infravermelhos. Se você quiser esses itens opcionais, certamente encontrará muitas dificuldades, pois não são vendidos de forma avulsa, e muitos deles são específicos para a placa à qual pertencem, portanto não podem ser substituídos por genéricos.
Deixando de lado acessórios opcionais e incomuns, existem alguns que são absolutamente necessários:
  • Manual da placa de CPU
  • CD-ROM de configuração da placa de CPU
  • Chapa traseira para os conectores (ATX)
  • Cabos flat
  • Mecanismo de fixação do processador (nos modelos de cartucho)
Algumas placas de CPU são também acompanhadas de um cooler para o processador, mas este item, quando não acompanha a placa, pode ser encontrado facilmente no mercado.

Manual da placa de CPU

No manual encontramos instruções a respeito da instalação de memórias, a configuração dos jumpers, o uso do CMOS Setup, além de outras informações complementares. Existem ainda informações relativas à configuração da placa para diversas versões de sistema operacional. Por exemplo, certos drivers devem ser instalado no Windows 98 / 98SE, mas não devem ser instalados sob o Windows ME. Sem essas informações o computador poderá ter funcionamento errático. Nunca compre uma placa de CPU que não seja acompanhada do seu manual.

CD-ROM de configuração da placa de CPU

Antigamente as placas de CPU não precisavam de drivers. O sistema operacional conseguia realizar todo o controle através do BIOS. Podemos considerar que o BIOS funciona como um conjunto de drivers para o MS-DOS e para o Windows 3.x. Já no Windows 95, o BIOS tem atuação reduzida. A maioria dos drivers faz parte do próprio sistema operacional. A necessidade de drivers para placas de CPU surgiu quando essas placas passaram a incorporar novos recursos que não existiam nas placas tradicionais. O barramento AGP, as interfaces IDE com recursos de DMA, as funções de gerenciamento de energia e o suporte a dispositivos Plug and Play. Esses recursos não funcionariam sem os drivers apropriados, e realmente é isto o que ocorre.
Quando uma placa de CPU possui recursos novos que não são reconhecidos pelo sistema operacional, é preciso instalar os drivers fornecidos pelo fabricante da placa, encontrados no CD-ROM que a acompanha. À medida em que são lançadas novas versões do Windows, os drivers para as placas de CPU já lançadas são incluídas nessas novas versões. Se instalarmos o Windows 98 (lançado em 1998) em uma placa lançada em 1999, provavelmente será preciso instalar os drivers que acompanham a placa, mas se for usado o Windows ME (lançado em 2000), os drivers para aquela placa de 1999 já estarão incluídos, e não será preciso usar o CD-ROM que acompanha a placa.
Exija sempre o CD-ROM quando comprar uma placa de CPU nova. Se você precisar montar um computador usando uma placa de CPU antiga e não possuir o CD-ROM, nem o manual, pode acessar o site do fabricante da placa para fazer o download do manual e dos drivers.

Chapa traseira para os conectores

Esta chapa metálica é normalmente fornecida com gabinetes ATX. Nela existem fendas no formato dos conectores existentes na parte traseira da placa de CPU ATX. São fendas para os conectores das interfaces seriais, paralela, USB, teclado e mouse. Nas placas de CPU com som onboard, existem ainda fendas para o conector de joystick e para as entradas e saídas sonoras. É difícil para um fabricante de gabinetes fornecer a chapa metálica com as fendas corretas, pois existem muitas diferenças entre os conectores das diversas placas de CPU. Para evitar problemas, os fabricantes de placas de CPU passaram a fornecer junto com suas placas, a chapa metálica apropriada.
Figura 5.41
Chapa traseira para os conectores de uma placa de CPU ATX.  
 

Cabos flat

Todas as placas de CPU são acompanhadas de cabos flat IDE e cabos flat para drives de disquetes (figura 42).
Figura 5.42
Cabos flat para drives de disquete e disco rígido IDE.
O cabo flat IDE é um pouco mais largo (com 40 vias) que o cabo flat para drives de disquete (com apenas 34 vias). Além disso, o cabo flat para drives de disquete possui um trançamento junto ao conector da sua extremidade, como mostra a figura 42. Em cada um desses cabos existe um conector, mais afas­tado dos outros dois, que deve ser conectado na placa de CPU. Os outros dois co­nectores servem para ligar os drives.
O cabo flat IDE de 40 vias, mostrado na figura 42, é próprio para modelos que operam no máximo no padrão ATA-33. Portanto servem para os discos rígidos antigos (até 1999) e para os drives de CD-ROM. Os discos rígidos modernos, que operam nos padrões ATA-66 e ATA-100 (66 MB/s e 100 MB/s, respectivamente) necessitam de cabos flat especiais, com 80 vias. Todas as placas de CPU atuais possuem interfaces IDE ATA-66, e as mais recentes são do tipo ATA-100. Essas placas são acompanhadas de um cabo flat especial, com 80 vias, próprios para essas modalidades. Ao comprar uma placa de CPU, exija este cabo, pois é relativamente difícil encontrá-lo à venda em forma avulsa.
Figura 5.43
Detalhe do conector do cabo flat IDE de 80 vias.  
 
Os cabos flat IDE de 80 vias têm a mesma largura que os cabos de 40 vias, porém seus fios são mais juntos. Os 40 fios adicionais são blindagens, necessárias ao funcionamento nas altas velocidades usadas nos padrões ATA-66 e ATA-100. Seus conectores também possuem 40 contatos, e não 80, sendo portanto totalmente compatíveis com dispositivos IDE mais antigos. As interfaces ATA-66 e ATA-100 são capazes de identificar o tipo de cabo utilizado, e ativar esses modos de alta velocidade apenas se for detectado o cabo de 80 vias, mantendo a operação em ATA-33 se for detectado um cabo de 40 vias. Normalmente as placas de CPU são fornecidas com dois cabos flat IDE, sendo um de 80 vias (para o disco rígido) e um de 40 vias (para o drive de CD-ROM, a ser ligado na segunda interface IDE).
Placas de CPU padrão AT são fornecidas com outros cabos, não encontrados nas placas ATX. São cabos para serem ligados nas interfaces seriais e paralelas, como os mostrados na figura 44. Esses cabos possuem pequenos conectores, em geral na cor preta, que devem ser ligados nos conectores apropriados da placa de CPU. Na outra extremidade, temos uma lâmina metálica que deve ser presa na parte traseira do gabinete. Nessas lâminas estão montados os conectores nos quais ligamos a impressora, o mouse, ou outros dispositivos seriais e paralelos.
Figura 5.44
Cabos das interfaces seriais e paralela, usados em placas AT.
Você poderá encontrar outros conectores auxiliares. Por exemplo, o conector de menor tamanho, mostrado na figura 44, permite a ligação direta de um mouse (conector DB-9). Podemos entretanto encontrar vários modelos de mouse que utili­zam um conector padrão PS/2. Conectores como o da figura 45 possuem um formato para a ligação direta de um mouse padrão PS/2.
Figura 5.45
Conector auxiliar para interfaces seriais, com um conector para mouse padrão PS/2.  
Podemos ainda encontrar outros tipos de conectores auxiliares, tanto em placas AT como em placas ATX. Algumas placas são possuem duas interfaces USB, localizadas na sua parte traseira, mas podem possuir mais duas, acessadas através de um conector extra. Muitas placas com som e vídeo onboard são acompanhadas de conectores adicionais que devem ser fixos na parte traseira do gabinete.
Figura 5.46 - Outros conectores que podem acompanhar uma placa de CPU

Mecanismo de fixação do processador

Este mecanismo é utilizado apenas quando o processador utiliza o formato de cartucho. Isto inclui:
  • Pentium II
  • Celeron (modelos antigos)
  • Pentium III (modelos antigos)
  • Athlon (modelos antigos)
Processadores para o Soquete 7, bem como os modernos processadores para outros soquetes, não utilizam mais mecanismos especiais de fixação. São apenas fixados no seu soquete ZIF, e a seguir fixamos o cooler sobre o processador. Já as placas de CPU com Slot 1 e Slot A, são sempre acompanhadas de mecanismos especiais para a fixação do processador.
Figura 5.47
Exemplo de mecanismo de retenção de processadores com formato de cartucho.
 
 
O mecanismo mostrado na figura 47 é bastante comum. Ele é fixado na placa de CPU, sobre o slot do processador. Possui duas guias laterais que dão sustentação ao processador, evitando que ele se mova no sentido lateral. Essas guias também possuem travas que evitam que o processador se mova para cima, devido a dilatação ou trepidação.
Figura 5.48
Variante do mecanismo de fixação.
 
 
A figura 48 mostra uma variante deste mecanismo de fixação. Ao invés de uma única peça, são usadas duas peças que devem ser fixas em furos apropriados da placa de CPU, próximos às extremidades do slot do processador. Na figura 49 vemos este mecanismo já instalado na placa de CPU.
Figura 5.49
Mecanismo de fixação do cartucho do processador, já instalado na placa de CPU.
 
 
Processadores de cartucho podem utilizar coolers bastante grandes e pesados. Isto poderia força o seu slot no sentido lateral (quando a placa de CPU é montada em  um gabinete horizontal) mesmo com o uso dos mecanismos de fixação. Para evitar este problema, algumas placas de CPU são acompanhadas de uma base de sustentação. Esta base é instalada sobre a placa de CPU e fica exatamente embaixo do cooler, absorvendo todo o seu peso e evitando que o slot do processador sofra esforços laterais. Podemos ver esta base de sustentação na figura 50.
Figura 5.50
Base de sustentação do processador, serve para absorver o peso do cooler.
 

Coolers

Cada processador deve utilizar um cooler apropriado. Além de levar em conta o seu formato, devemos levar em conta a sua capacidade de dissipação de calor. Processadores mais quentes necessitam de coolers maiores, ou seja, com maior capacidade de dissipação de calor.
Algumas placas de CPU são acompanhadas de um cooler, mas hoje são poucas as placas com esta característica. O processador pode vir acompanhado do cooler apropriado. Isto ocorre quando compramos um processador na versão “in a box”. Nesta modalidade de comercialização, o processador vem em uma caixa, juntamente com o cooler apropriado, e normalmente tem um período maior de garantia (em geral 3 anos). Os processadores também podem ser vendidos na forma avulsa. Os fabricantes os vendem em grandes quantidades, acomodados em formas, cada uma delas com vários processadores. Esta modalidade de venda é chamada de OEM. Processadores vendidos assim normalmente possuem menor garantia (em geral de um ano) e não são acompanhados de coolers, porém assim custam um pouco mais barato.
Figura 5.51
Processador Pentium III “in a box".
 
 
Quando o processador é comprado na modalidade OEM, não vem acompanhado de cooler. É preciso então comprar um cooler apropriado para o processador utilizado.
A figura 52 mostra um típico cooler para processadores que usam o Socket 7. Este tipo de cooler possui um conector para ser ligado na fonte de alimentação. Este tipo de cooler é obsoleto, já que não é o ideal para as placas que usam gerenciamento de energia. Explicando melhor, os computadores modernos podem desligar a maioria dos seus circuitos, permanecendo em estado de espera, gastanto pouquíssima energia. O cooler mostrado na figura 52, pelo fato de ser ligado diretamente na fonte de alimentação, permanece ligado mesmo durante o estado de espera, produzindo ruído e consumindo energia desnecessariamente.
Figura 5.52
Cooler tradicional, para ser ligado na fonte de alimentação.
 
 
O tipo mais moderno de cooler é o mostrado na figura 53. Possui um conector próprio para ser ligado na placa de CPU. Este cooler possui também um tacômetro, circuito usado pela placa de CPU para medir a velocidade de rotação. Através deste tipo de conexão, a placa de CPU pode medir e controlar a rotação do ventilador. Pode aumentar a rotação quando a temperatura do processador aumentar; pode diminuir a rotação quando o processador estiver mais frio; pode desligar o ventilador quando o computador entra em estado de espera; finalmente pode detectar a ausência de rotação causada por defeito no ventilador ou por obstrução de sua hélice, problema que se não fosse detectado causaria o superaquecimento do processador e sua danificação.
Figura 5.53
Cooler inteligente.  
 
Quanto maior é a dissipação de calor de um processador, maior tem que ser o seu cooler. A figura 54 mostra alguns coolers de vários tamanhos. Como encontramos processadores que dissipam pouco mais de 10 Watts, e outros que chegam a quase 70 Watts, encontramos no mercado coolers de todos os tamanhos.
Figura 5.54
Coolers de vários tamanhos.
 
 
 
Processadores que usam o formato de cartucho também necessitam de coolers para este formato. A figura 55 mostra alguns desses coolers. Note que existem modelos com um, dois ou três ventiladores.
Figura 5.55
Coolers para processadores com formato de cartucho.
 
 

Barramentos

Acabamos de fazer uma apresentação geral das placas de CPU. Vamos agora apresentar mais alguns detalhes técnicos importantes, em maior profundidade, a começar pelos barramentos.
Barramentos são conjuntos de sinais digitais através dos quais o processador transmite e recebe dados de circuitos externos. O barramento local é o mais impor­tante de todos eles. Fica localizado na placa de CPU, e através dele o proces­sador se comunica com a memória DRAM e com os circui­tos que formam o chipset. Outros barramentos são utilizados para a comunicação com placas de expansão. São necessários para que o processador tenha acesso a placas de vídeo, placas de som, placas fax/modem, e todos os demais tipos de placas. Como esses barramentos necessitam ligar a placa de CPU nas placas de expansão, são fisicamente representados por conectores, que são chamados de slots.

Barramento PCI

A figura 56 mostra os conectores usados no barramento PCI (Peripheral Component Interconnect). Nas placas de CPU modernas podemos encontrar 3, 4, 5 ou 6 slots PCI. Em algumas placas mais simples, tipicamente aquelas que têm “tudo onboard”, podemos encontrar apenas um ou dois slots PCI.
Figura 5.56
Slots PCI.
 
Nos slots PCI, conectamos placas de expansão PCI. Alguns exemplos típicos de placas de expansão PCI são:
  • Placa de vídeo (SVGA)
  • Placa de interface SCSI
  • Placa de rede
  • Placa digitalizadora de vídeo
Figura 5.57
Placas de expansão PCI: uma placa de video e uma controladora SCSI.
 
É importante notar que Barramento PCI não é sinônimo de Slot PCI. O Barra­mento PCI é um conjunto de sinais digitais que partem do chipset e do pro­cessador, e atingem tanto as placas de expansão, através dos slots, como circuitos da placa de CPU. Por exemplo, as interfaces para disco rígido e as interfaces USB embutidas na placa de CPU são controladas através do barramento PCI, apesar de não utilizar os slots.

Barramento ISA

O barramento ISA (Industry Standard Architecture) surgiu no início dos anos 80. Foi criado pela IBM para ser utilizado no IBM PC XT (8 bits) e no IBM PC AT (16 bits). Apesar de ter sido lançado há muito tempo, podemos encontrar slots ISA em praticamente todos os PCs produzidos nos últimos anos. Apenas a partir do ano 2000 tornaram-se comuns novas placas de CPU que aboliram completamente os slots ISA.
No tempo em que não existiam barramentos mais avançados, as placas de CPU possuíam 6, 7 e até 8 slots ISA. Depois da popularização do barramento PCI, as placas de CPU passaram a apresentar apenas 2 ou 3 slots ISA. As raras placas produzidas atualmente que possuem slots ISA, apresentam apenas um ou dois desses slots.
Os slots ISA são utilizados para várias placas de expansão, entre as quais:
  • Placas fax/modem
  • Placas de som
  • Placas de interface para scanner SCSI
  • Interfaces proprietárias
  • Placas de rede
Note que estamos falando principalmente de modelos antigos, pois a maioria dos fabricantes de placas de expansão já adotou definitivamente o padrão PCI, e não fabricam mais novos modelos ISA. De qualquer forma, a preença de slots ISA em uma placa de CPU é útil caso seja necessário aproveitar placas de expansão antigas.
As placas fax/modem e as placas de som foram as que mais demoraram para adotar o padrão PCI. O motivo desta demora é que o tráfego de dados que elas utilizam mal chega a ocupar 5% da capacidade de transferência de um slot ISA. Já as placas de vídeo, placas de rede, interfaces SCSI e digitalizadoras de vídeo operam com taxas de transferência mais elevadas, por isso foram as primeiras a serem produzidas no padrão PCI.
Figura 5.58
Placas de expansão ISA: placa fax/modem e placa de som.
 
 
A figura 58 mostra exemplos de placas de expansão ISA. Observe que algumas de­las utilizam um conector simples (8 bits), enquanto outras utilizam um conector duplo (16 bits). Da mesma forma, os slots ISA podem apresentar um único conec­tor (ISA de 8 bits) ou dois conectores (ISA de 16 bits). Placas ISA de 8 bits podem ser encaixadas, tanto em slots ISA de 8 bits como em slots ISA de 16 bits. Placas ISA de 16 bits devem ser encaixadas obrigatoriamente em slots ISA de 16 bits (exceto em raríssimos casos de placas VGA antigas, de 16 bits, mas que se compor­tam como placas de 8 bits ao serem encaixadas em um slot de 8 bits). Os slots ISA de 8 bits eram encontrados em placas de CPU muito antigas.
Observe que Barramento ISA não é sinônimo de Slot ISA. O Barramento ISA é um conjunto de sinais digitais que partem do chipset e do microprocessador, e atingem tanto as placas de expansão, através dos slots, como circuitos da placa de CPU. Por exemplo, as interfaces para drives de disquete, interfaces seriais e inter­face paralela embutidas na placa de CPU são controladas através do barramento ISA, apesar de não utilizarem os slots.

Barramento AGP

Este barramento foi lançado em 1997 pela Intel, especificamente para acelerar o desempenho de placas de vídeo em PCs equipados com o Pentium II e processadores mais modernos. Trata-se do Acelerated Graphics Port. É formado por um único slot, como o mos­trado na figura 59. Observe que este slot é muito parecido com os utilizados no bar­ramento PCI, mas existem diferenças sutis do ponto de vista mecânico. Fica um pouco mais deslocado para a parte frontal do computador, além de possuir uma separação interna diferente da existente no slot PCI. Desta forma, é impossível en­caixar neste slot, uma placa que não seja AGP.
O AGP é um slot solitário, usado exclusivamente para placas de vídeo projetadas no padrão AGP. Muitos modelos de placas de vídeo são produzidas nas versões PCI e AGP (ex: Voodoo 3 3000 AGP e Voodoo 3 3000 PCI). A principal van­tagem do AGP é a sua taxa de transferência, bem maior que a verificada no barra­mento PCI. Podemos ver um slot AGP na figura 59.
Figura 5.59
Slot AGP.
 
 
A figura 60 mostra uma placa de vídeo AGP. Observe a posição do seu conector, mais afastado da parte traseira da placa, o que não ocorre no padrão PCI.
Figura 5.60
Placa de vídeo AGP.
 
 
Placas de CPU com slot AGP só começaram a aparecer no mercado a partir de 1998. As primeiras placas de CPU a apresentar slot AGP foram as que usavam o chipset Intel i440LX, para Pentium II, e depois as que usavam o i440BX. Outros fabricantes de chipsets passaram a desenvolver produtos que também davam suporte ao barramento AGP. Placas de CPU para a plataforma Super 7 (K6, K6-2, etc.) também passaram a apresentar slot AGP.
Foram produzidas várias placas de CPU com vídeo onboard, sem slot AGP, entretanto com os circuitos de vídeo internamente ligados ao barramento AGP. Em outras palavras, essas placas possuem barramento AGP mas não possuem slot AGP. Elas têm os circuitos de vídeo embutidos, ligadas ao barramento AGP, porém não permitem que o usuário desative o vídeo onboard e instale uma placa de vídeo AGP. Como na maioria dos casos o vídeo onboard é de baixo desempenho (mesmo sendo AGP), o usuário que quiser melhorar o desempenho do vídeo precisa se contentar com uma placa de vídeo PCI.
Existem entretanto placas de CPU com vídeo onboard mas que possuem um slot AGP disponível para expansões. Placas de CPU com esta característica podem ser usadas para montar computadores simples, mas que podem posteriormente ser convertidos em modelos mais avançados, através da instalação de placas de expansão apropriadas.

AGP 1x, 2x e 4x

O barramento AGP é bastante semelhante ao PCI, mas com algumas modificações voltadas para placas de vídeo. Opera com 32 bits e 66 MHz. Na sua versão inicial (AGP 1x), cada clock realiza uma transferência de 32 bits (4 bytes). Como são 66 MHz, temos 66 milhões de transferências por segundo. Sendo as transferências de 4 bytes, o número total de bytes por segundo que podem passar pelo barramento AGP 1x é:
66,6 MHz x 4 bytes = 266 MB/s
Esta é uma taxa de transferência fantástica. Com ela é possível preencher todo o conteúdo da memória de vídeo cerca de 90 vezes por segundo (90 Hz), supondo uma resolução gráfica de 1024x768x32 bits. Isto é muito mais que os 30 Hz necessários para ter sensação visual de continuidade de movimentos. Portanto 90 Hz pode parecer um exagero, mas não é. O tráfego de dados no barramento AGP não é simplesmente a transferência de “frames” para a memória de vídeo. É preciso fazer continuamente a leitura de texturas que ficam na memória RAM da placa de CPU, para que sejam automaticamente e rapidamente aplicadas sobre os polígonos que formam as imagens tridimensionais. O tráfego de dados pelo barramento AGP tende a ser ainda mais elevado quando são usadas resoluções mais elevadas, quando são geradas imagens complexas e quando a resolução das texturas é muito elevada. Por isso existem versões novas do barramento AGP, capazes de operar com taxas duas ou quatro vezes maiores.
Figura 5.61
Transferências de dados no barramento AGP, modos 1x e 2x.
 
 
Desde a criação do barramento AGP, já era previsto o aumento da sua taxa de transferência, utilizando os modos 2x e 4x. O modo 2x também opera com 32 bits e 66 MHz, porém em cada período de clock, são feitas duas transferências, ao invés de apenas uma. A figura 61 compara as transferências de dados nos barramentos AGP 1x e 2x. Note que em ambos os casos, o sinal de clock (CLK) é o mesmo, mas no modo 2x é usado o sinal SB_STB para indicar a presença de dados válidos no barramento. Nos instantes em que o sinal SB_STB varia de 1 para 0, ou de 0 para 1, o barramento está pronto para fazer uma transferência. Como em cada ciclo de clock (indicados na figura pelos números 1, 2, etc.) existem duas transições de SB_STB, temos duas transferências a cada ciclo. Portanto a taxa de transferência no modo 2x é dada por:
66,6 MHz x 2 x 4 bytes = 533 MB/s
Figura 5.62
Transferências AGP nos modos 2x e 4x.
 
 
O modo 4x utiliza um processo similar. A principal diferença é que o sinal SB_STB apresenta 4 transições a cada período de clock, portanto são feitas 4 transferências em cada ciclo. A taxa de transferência no modo 4x é então:
66,6 MHz x 4 x 4 bytes = 1066 MB/s
As primeiras placas de CPU com slot AGP possuíam suporte apenas para o modo 1x, bem como ocorria com as primeiras placas de vídeo AGP. Em 1999 já era comum encontrar placas de CPU e placas de vídeo, ambas capazes de operar no modo AGP 2x. Em 2000, praticamente todas as placas de CPU, e boa parte das placas de vídeo modernas operavam em AGP 4x.
OBS: As versão atual (2003) é a AGP 8x, operando a 2133 MB/s.

AGP Pro

O slot AGP Pro é uma versão ampliada do AGP, cuja principal característica é a maior capacidade de fornecimento de corrente. Seu slot é maior, com maior número de contatos, e nesses contatos adicionais existem mais linhas de alimentação. O maior fornecimento de corrente é necessário para as placas AGP de maior desempenho, muitas delas chegando a dissipar mais de 50 watts, possuindo inclusive um cooler sobre o seu chip gráfico, similar aos utilizados nos processadores. Podemos ver um slot AGP Pro na figura 63. Comparando com o slot AGP comum, mostrado na figura 64, podemos observar que o AGP Pro é bem maior. Um slot AGP comum é um pouco menor que os slots PCI. O slot AGP Pro, por sua vez, é visivelmente maior que um slot PCI.
Figura 5.63
O slot AGP Pro é maior que os slots  PCI.  
 
Figura 5.64
O slot AGP comum é menor que os slots PCI.
 

As várias voltagens do AGP

Desde que o barramento AGP foi criado, várias versões foram lançadas no que diz respeito à voltagem e velocidade. As primeiras versões operavam com 3,3 volts. As placas de CPU tinham slots AGP operando com 3,3 vots (a exemplo das memórias, chipsets e o barramento externo dos processadores). As placas de vídeo AGP também operavam com os mesmos 3,3 volts, de forma compatível com a placa de CPU.
Para possibilitar a operação em modo 4x, os níveis de voltagem foram alterados para 1,5 volts. Surgiram então os slots AGP para 1,5 volts, capazes de operar exclusivamente com este nível de voltagem, e os slots AGP universais, capazes de operar tanto com 1,5 como com 3,3 volts. Da mesma forma existem placas AGP de 3,3 volts, placas AGP de 1,5 volts e placas AGP universais.
A figura 65 mostra as diversas versões de slots AGP. O slot de 3,3 volts possui um chanfro localizado mais próximo da parte traseira da placa de CPU. O slot AGP de 1,5 volts tem o chanfro na posição inversa. Placas de vídeo AGP possuem conectores com chanfros correspondentes que se encaixam nos chanfros dos slots. Isto impede, por exemplo, que uma placa de 1,5 volts seja encaixada em um slot de 3,3 volts, e vice-versa.
Podemos ainda encontrar slots AGP universais e placas AGP universais. Um slot AGP universal não possui chanfro, e está preparado para operar tanto com 3,3 como com 1,5 volts. A placa instalada é reconhecida e o slot passa a operar com a voltagem apropriada. Da mesma forma encontramos placas AGP universais, com dois chanfros. Elas podem ser encaixadas tanto nos slots de 1,5 como nos de 3,3 volts.
Figura 5.65
Os vários tipos de slots AGP.
 
 
Figura 5.66
Placas AGP com diferentes posições de chanfros.
 
Outro ponto importante é a velocidade de operação. As velocidades suportadas são 1x, 2x e 4x. Quando uma placa AGP é encaixada em um slot AGP de voltagem compatível (note que é impossível fazer o encaixe quando as voltagens não são compatíveis), prevalecerá a máxima velocidade que seja suportada simultaneamente pela placa e pelo slot. As primeiras placas de CPU com barramento AGP operavam com 3,3 volts e suportavam apenas o modo AGP 1x. Depois surgiram placas de CPU com chipsets capazes de operar em AGP 2x, também com 3,3 volts. Os slots AGP universais e os de 1,5 volts são encontrados nas placas capazes de operar em 4x. O modo 4x exige a tensão de 1,5 volts.
Uma placa AGP 2x de 3,3 volts não pode ser conectada em um slot AGP de 1,5 volts, mas poderá ser encaixada em um slot AGP universal. Esses slots suportam o modo 4x, mas quando a placa de vídeo é 2x, a taxa de transferência será limitada pela placa de vídeo, apesar da placa de CPU poder chegar até 4x.

Taxas de transferência dos barramentos

O desempenho de uma placa conectada a um barramento depende de vários fatores, entre os quais, a taxa de transferência. Esta por sua vez, depende do nú­mero de bits, do clock e do número de transferências feitas a cada ciclo. A tabela que se segue mostra as características dos barra­mentos ISA, PCI e AGP.
Barramento
Bits
Clock
Transferências por ciclo
Taxa de transferência
ISA
16
8 MHz
1/2
8 MB/s
PCI
32
33 MHz
1
133 MB/s
AGP 1x
32
66 MHz
1
266 MB/s
AGP 2x
32
66 MHz
2
533 MB/s
AGP 4x
32
66 MHz
4
1066 MB/s
O barramento ISA utiliza um clock de 8 MHz, e realiza transferências de 8 ou 16 bits. Usando 16 bits, teoricamente poderia transferir 16 MB/s (8 MHz x 2 bytes), mas cada transferência utiliza 2 ciclos de clock, como era exigido pelas placas de expansão do início dos anos 80, que eram muito lentas. Portanto realiza em média, meia transferência a cada ciclo. Desta forma, a taxa de transferência obtida com o ISA é de apenas 8 MB/s.
O barramento PCI utiliza um clock de no máximo 33 MHz, com transferências de 32 bits. Isto resulta em uma taxa de transferência igual a 133 MB/s (33 MHz x 4 bytes).
O barramento AGP não está ligado ao PCI, e sim, ao barramento externo do processador, apesar de ter muitas características similares às do PCI. No chamado modo AGP 1x, em cada ciclo AGP é feita uma transferência, resultando em uma taxa de 266 MB/s. Como já mostramos, os modos AGP 2x e AGP 4x fornecem 533 MB/s e 1066 MB/s, respectivamente.
Essas comparações mostram como uma placa de vídeo PCI opera com taxa de transferência mais lenta (133 MB/s) que um modelo AGP. Muitos modelos de placas de vídeo são atualmente produzidos nas versões AGP e PCI, sendo que as versões PCI destinam-se a upgrades, ou seja, melhorar o sistema de vídeo de PCs antigos. Com o passar do tempo, serão cada vez mais raras as placas de vídeo PCI.

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