Temos tantos sonhos, para uma vida tão curta.Vive cada dia, como se de um sonho trata-se... E sorri... Porque estás a viver...
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Quero...
Sinto dentro de mim uma tristeza, um vazio uma magoa.
Tudo vem, tudo passa, mas o vazio não vai.
Sonho com paixão, com felicidade, com ideias e sonhos,sei que tudo chegará.
Luto para alcançar, mas por vezes tudo parece tão longe, tão inatingivel...
e ás vezes está à nossa frente, mas o nosso olhar teima em contronar
e tornar tudo mais dificil.
Sonhos... tantos sonhos... acredito que todos eles se irão realizar,
sei que serei muito feliz, sei que lá estão guardados no futuro...
mas nada tira esta ancia para os agarrar antes de tempo...
Por vezes é tudo ilusão, nada existe na realidade...
apenas ideias que nos atormentam, porque pensamos que são verdades,
que na verdade não o são...ilusões que tanto nos enganam,
e nos fazem seguir caminhos que nos trazem desilusões.
Que amargura esta, não saber que tunel seguir...
e só saber que desistir nunca... mas que lutar poderá ser em vão.
Ter paciencia, oh que virtude.. existe dentro de todos...
mas este esgotar... esta espera termina com uma desilusão...
mas é esta paciencia que trará coisas boas,
trará todos os sonhos, felicidade, amor....
Por isso, só resta a espera, o amor, o tempo...
este tudo cura e ajuda a curar.
E viver cada dia como se fosse o ultimo,
com paixão, garra, respeito, alegria, calma, paz e tanta coisa boa..
Tudo na vida tem um fim... mas esse fim pode ser mudado,
basta que para isso sonhemos em alterar o nosso destino...
e ter o poder p mudar esse fim, para algo bom.
Vou continuar à espera e à procura que à minha porta bata a felicidade o amor,
todos aqueles que adoro... e nunca desistir dos sonhos...
porque no dia que eles morrerem... tudo morrerá em mim...
e só por isso, por acreditar que tudo mudará, que tudo poderá ter um final, bom...
vou continuar a sonhar e a acordar todos os dias com um sorriso, com a amizade,
carinho e amor que tenho para dar... e que espera de quem merecer e querer receber.
Quero estar só... mas nao quero ser só.
Quero sentir... mas nao quero sofrer
Quero amar... mas nao quero perder
Quero viver...mas nao quero fugir
Quero ser feliz...
Tudo vem, tudo passa, mas o vazio não vai.
Sonho com paixão, com felicidade, com ideias e sonhos,sei que tudo chegará.
Luto para alcançar, mas por vezes tudo parece tão longe, tão inatingivel...
e ás vezes está à nossa frente, mas o nosso olhar teima em contronar
e tornar tudo mais dificil.
Sonhos... tantos sonhos... acredito que todos eles se irão realizar,
sei que serei muito feliz, sei que lá estão guardados no futuro...
mas nada tira esta ancia para os agarrar antes de tempo...
Por vezes é tudo ilusão, nada existe na realidade...
apenas ideias que nos atormentam, porque pensamos que são verdades,
que na verdade não o são...ilusões que tanto nos enganam,
e nos fazem seguir caminhos que nos trazem desilusões.
Que amargura esta, não saber que tunel seguir...
e só saber que desistir nunca... mas que lutar poderá ser em vão.
Ter paciencia, oh que virtude.. existe dentro de todos...
mas este esgotar... esta espera termina com uma desilusão...
mas é esta paciencia que trará coisas boas,
trará todos os sonhos, felicidade, amor....
Por isso, só resta a espera, o amor, o tempo...
este tudo cura e ajuda a curar.
E viver cada dia como se fosse o ultimo,
com paixão, garra, respeito, alegria, calma, paz e tanta coisa boa..
Tudo na vida tem um fim... mas esse fim pode ser mudado,
basta que para isso sonhemos em alterar o nosso destino...
e ter o poder p mudar esse fim, para algo bom.
Vou continuar à espera e à procura que à minha porta bata a felicidade o amor,
todos aqueles que adoro... e nunca desistir dos sonhos...
porque no dia que eles morrerem... tudo morrerá em mim...
e só por isso, por acreditar que tudo mudará, que tudo poderá ter um final, bom...
vou continuar a sonhar e a acordar todos os dias com um sorriso, com a amizade,
carinho e amor que tenho para dar... e que espera de quem merecer e querer receber.
Quero estar só... mas nao quero ser só.
Quero sentir... mas nao quero sofrer
Quero amar... mas nao quero perder
Quero viver...mas nao quero fugir
Quero ser feliz...
Pensaram demais
Hoje por pensarem q ía correr atras ...perderam me.... Por vezes somos teimosos, orgulhos.... tomamos as pessoas por garantidas e deixamos as coisas rolar e rolar.....
Mas nao é assim a vida... a vida toma mtas e mtas voltas e qdo menos esperamos.... estamos nós a correr atrás e a desejar nunca ter desistido daquele sonho... Mas qtas e qtas vezes já é tarde demais.... e já nao existe volta a dar.....
A vida é assim.... meiga e doce às vezes, mas outras cruel e dá nos tantas coisas q nos magoam e nos deixam sós.
Eu nunca desisti de um sonho, de lutar e tentar.... e fico triste quem ainda nao percebeu que a palavra desistir nunca deveria existir no seu coração e deixar toma-lo e doma-lo com tanta garra e convicção....
Pensar que alguem que se gosta... nao vale a pena... ou que está garantida... ou que ela é que tem de correr.... é um erro..... Assim se perdem os maiores amigos, paixões e amores da nossa vida.....
Mas nao é assim a vida... a vida toma mtas e mtas voltas e qdo menos esperamos.... estamos nós a correr atrás e a desejar nunca ter desistido daquele sonho... Mas qtas e qtas vezes já é tarde demais.... e já nao existe volta a dar.....
A vida é assim.... meiga e doce às vezes, mas outras cruel e dá nos tantas coisas q nos magoam e nos deixam sós.
Eu nunca desisti de um sonho, de lutar e tentar.... e fico triste quem ainda nao percebeu que a palavra desistir nunca deveria existir no seu coração e deixar toma-lo e doma-lo com tanta garra e convicção....
Pensar que alguem que se gosta... nao vale a pena... ou que está garantida... ou que ela é que tem de correr.... é um erro..... Assim se perdem os maiores amigos, paixões e amores da nossa vida.....
Lua
Ves como esta a lua...Cheia...como o teu coração...Brilhante...como os teus olhos...Forte... como os teus braços, Linda ... como o teu sorriso ..
Sempre que pensares em mim e eu nao estiver junto a ti.. olha para o ceu.. e lembra te que também estarei a olhar para ele a sonhar contigo.
Sempre que pensares em mim e eu nao estiver junto a ti.. olha para o ceu.. e lembra te que também estarei a olhar para ele a sonhar contigo.
Frases 7
Quando se gosta verdadeiramente... a distância não importa, porque nada morre, só se fortalece!
Nem tudo o que se perde é para a eternidade....
Nem tudo o que se perde é para a eternidade....
Frases 6
Ter o Corpo de alguém, não significa que se tenha também a mente!
Prefiro ter o coração de alguém e não o corpo, do que ter o corpo e o coração estar longe!
Prefiro ter o coração de alguém e não o corpo, do que ter o corpo e o coração estar longe!
Frases 5
Deixa os teus sonhos comandarem a tua vida... Assim passaram de sonhos a realidade!!!
Sempre que quiseres sonhar, olha para o céu, ele é sempre uma musa inspiradora!
Sempre que quiseres sonhar, olha para o céu, ele é sempre uma musa inspiradora!
Frases 4
Nem tudo o que parece nosso o é! Na mente e no coração ninguém Manda!
O Amor é algo Unico... quando destruido, difcil ou impossivel é de recuperar!
É preferivel estar só, do que com alguém que não ama ou ama outra pessoa...
Cada vez que fazes mal a alguém, pensa que podes receber em dobro!
Ter alguém ao lado que não nos ama é o pior castigo que se pode ter... felizmente não me acontece isso!
A Vida da Muitas voltas... a minha ainda esta para vir!!
O Amor é algo Unico... quando destruido, difcil ou impossivel é de recuperar!
É preferivel estar só, do que com alguém que não ama ou ama outra pessoa...
Cada vez que fazes mal a alguém, pensa que podes receber em dobro!
Ter alguém ao lado que não nos ama é o pior castigo que se pode ter... felizmente não me acontece isso!
A Vida da Muitas voltas... a minha ainda esta para vir!!
Frases 3
E tempo de Mudar!! Se Não pensarmos em nós e nos nossos Sonhos, morremos por dentro!
Quem não quer a nossa dedicaçao e afecto..... não merece nem um segundo da nossa atenção.
Quem não quer a nossa dedicaçao e afecto..... não merece nem um segundo da nossa atenção.
Podes Mudar..
A vida por vezes nao nos corre como sonhamos...isso não significa que o mundo vai desabar... mas sim que temos de ter força para enfrentar os nossos medos, receios e situações que nos fazem infelizes.
Sorri sempre, luta por tudo aquilo que achas correcto e que te faz feliz, e lembra te que tudo pode mudar, basta que as pessoas tentem, e que se esforçem.... ninguem é de pedra e cal... todos temos o dom de conseguir mudar, principalmente para melhor.te
Sorri sempre, luta por tudo aquilo que achas correcto e que te faz feliz, e lembra te que tudo pode mudar, basta que as pessoas tentem, e que se esforçem.... ninguem é de pedra e cal... todos temos o dom de conseguir mudar, principalmente para melhor.te
O teu sorriso...
Sorri...porque o teu sorriso ilumina quem ao teu lado estiver... e lembra te que corações bons...são mais felizes... e tem mais amor a dar e a receber...
... Usa a imaginação...
Ela Olha para mim com carinho, amor ... tantas vezes diz que me adora.... MENTIROSA ... porque às vezes não me deixa dormir!
Mas mesmo mentirosa, todas as noites me Seduz, me deixa louca, mas ela consegue sempre com um piscar de olho me engatar, e lá vou eu parar a ela... á minha cama....Pensavas que era o quê...UHM!!
Mas mesmo mentirosa, todas as noites me Seduz, me deixa louca, mas ela consegue sempre com um piscar de olho me engatar, e lá vou eu parar a ela... á minha cama....Pensavas que era o quê...UHM!!
Frases 2
Meu coração bate por ti...Dia e Noite ... meus braços estão sempre prontos para te abraçar .... meus labios sempre prontos para te beijar ... eu te quero com todo o meu amor...
Aconteça o que Acontecer!!
Aconteça o que acontecer, serei sempre sincera,
Aconteça o que acontecer, não direi mentiras,
Aconteça o que acontecer, O meu ombro estará sempre aqui,
Aconteça o que acontecer, Os meus sonhos serão preservados,
Aconteça o que acontecer, nunca mudarei quem sou,
Aconteça o que acontecer, não esquecerei momentos,
Aconteça o que acontecer, não vou viver no arrependimento,
Aconteça o que acontecer, não vou deixar meu coração ficar vazio,
Aconteça o que acontecer, minhas Asas continuarão abertas,
Aconteça o que acontecer estás no meu coração!
Aconteça o que acontecer, não direi mentiras,
Aconteça o que acontecer, O meu ombro estará sempre aqui,
Aconteça o que acontecer, Os meus sonhos serão preservados,
Aconteça o que acontecer, nunca mudarei quem sou,
Aconteça o que acontecer, não esquecerei momentos,
Aconteça o que acontecer, não vou viver no arrependimento,
Aconteça o que acontecer, não vou deixar meu coração ficar vazio,
Aconteça o que acontecer, minhas Asas continuarão abertas,
Aconteça o que acontecer estás no meu coração!
Coração...
A noite estava fria ... mas nem isso arrefeceu meu coração, parei, pensei... a imaginar em como seria se ele ficasse frio, parado... Mas não o consigo imaginar assim....
No meu coração existe tanto espaço, tanto amor, tanta amizade, tanta paciencia e dedicação..... Mas existem tão poucas pessoas merecedoras dele ...
Porque será que cada vez menos se cuida do coração... porque será que cada vez mais só se olha para si mesmo... porque será que cada vez mais os corações são evadidos pelo odio, pelo egoismo, pela vingança....
Será que por isso terei de mudar, terei de ser mais fria.... menos calorosa, terei de me rodear de um muro para não ser magoada!?
Novamente parei, pensei e fechei os olhos... imaginei como seria a minha vida assim.... mas a minha razão nao foi mais forte que o meu coração ... e este me diz que quer continuar quente e doce ... Ontem, Hoje e Sempre!!
O Passado!
Eu hoje olho para o Passado... como uma liçao que aprendi... a parte boa está trancada no meu coração para ninguem poder tirar, a parte má não sei onde está, perdi no dia seguinte a ter acontecido...os erros... esses memorizei para nao voltar a repetir...
Amizade...
Ainda hoje existem pessoas que não sabem destingir um amigo de um conhecido...ou até mesmo vêm alguém como amigo, mas esse só o vê como conhecido.
Numa amizade deve haver atenção, carinho, amor, critica, ouvidos sempre disponiveis e tantas outras coisas... mas maioria das pessoas acabam por não prestar a devida atenção nos outros.. estão tão absorvidas nas suas proprias vidas, problemas ou até mesmo opções de vida que nem reparam que existem pessoas em volta tristes a precisar apenas de um abraço.
É como alguém me disse "Para mim amigo, é aquele que despe a camisola para eu não passar frio".
Nunca deixem de observar á vossa volta... existe tanta coisa que nós acaba por escapar... trazendo infelicidade a outras pessoas...
Numa amizade deve haver atenção, carinho, amor, critica, ouvidos sempre disponiveis e tantas outras coisas... mas maioria das pessoas acabam por não prestar a devida atenção nos outros.. estão tão absorvidas nas suas proprias vidas, problemas ou até mesmo opções de vida que nem reparam que existem pessoas em volta tristes a precisar apenas de um abraço.
É como alguém me disse "Para mim amigo, é aquele que despe a camisola para eu não passar frio".
Nunca deixem de observar á vossa volta... existe tanta coisa que nós acaba por escapar... trazendo infelicidade a outras pessoas...
Fala ...
Será que sabes o que é lutar por algo?
Tentar ser feliz
Alcançar sonhos derivado ao teu esforço…
Desistir é tão facil, parar e aguardar que tudo nos venha parar ao colo também…
Tentar ser feliz
Alcançar sonhos derivado ao teu esforço…
Desistir é tão facil, parar e aguardar que tudo nos venha parar ao colo também…
Não consegues ser feliz ou chegar aos teus sonhos, se não tentares, se nao lutares, não irás conseguir, mas sim só vais ganhar tristezas.
Não pares, não te isoles na tua propria solidão a aguardar que venha um vento norte para te resolver as coisas, acorda e mostra que também sabes lutar, que também tens garra para seguir em frente, mostra que também queres ser feliz e ter um espaço neste mundo.
Não Acredito que alguém consiga viver no seu proprio silencio, não falar, nao exprimir o que sente, o que deseja o que quer para si, o que realmente Pensa… Isso só sufoca e cria infelicidade… Isso só trás solidão profunda, da qual poderás perder tudo e nunca conseguir sair. Provavelmente tal acto so deixará alguém triste por nao ouvir o que poderás ter para dizer.
Mostra o que sentes…. Não te feches…. Não consegues falar….. Escreve e depois lança ao mar as tuas palavras os teus desejos…
Lembra te que amanhã a quem queres dirigir uma palavra, um carinho, uma explicação poderá já não estar… e ter ido sem nunca saber o que terias para dizer…..
Tormento...
Existem tantas coisas que nos atormentam...muitas sabemos resolver, outras ficamos parados à espera que haja evolução, outras deixamos o nosso medo tomar conta, pois não sabemos como resolver.
Os fantasmas que nos querem dizer algo, que por muito que tentemos perceber, só queremos que se vão embora... que nos deixem viver e ser feliz... e nos parem de atormentar...
Temos de pensar que somos fortes e protegidos de qualquer mal, que o medo e o receio que toma conta de nós, tem de ir embora... temos de ter força e fé, de que vamos conseguir acreditar que somos realmente protegidos e nada nós fará mal.
Os fantasmas que nos querem dizer algo, que por muito que tentemos perceber, só queremos que se vão embora... que nos deixem viver e ser feliz... e nos parem de atormentar...
Temos de pensar que somos fortes e protegidos de qualquer mal, que o medo e o receio que toma conta de nós, tem de ir embora... temos de ter força e fé, de que vamos conseguir acreditar que somos realmente protegidos e nada nós fará mal.
Adeus Tio
Esta semana e fim de semana foi muito dificil para mim...foi viver um dia após outro, a olhar para o telemovel e esperar o pior dos telefonemas... até sexta de manhã (25 de Maio), em que a chamada chegou... o meu Tio Alfredo morreu...
Arrependo-me de não o ter ido ver ao Hospital, tudo levava a crer que era algo passageiro, até lhe disse,"mal vá para casa, vou vê-lo Tio" ... até que se tornou tudo fluminante e não tive tempo para nada :(
Já faleceram todos os meus avos quando era pequena (que me faz não ter muitas recordações) e até alguns amigos... mas depois de adulta alguém assim tão chegado, neste caso familia, felizmente não.
Estes ultimos 2 dias a apoiar principalmente a minha mãe, os meus primos, Padrinho e termos estado todos juntos pela pior das razões...fiquei com a certeza que não vou cometer o mesmo erro de novo...não vou estar tanto tempo sem ver todos.
E por isso irei a Santarém com mais regularidade, nem que seja 1 só dia..o meu sangue está lá quase todo...e eu Adoro todos.... eles sabem disso...
Agora sim Tio paraste de sofrer, deixaste muita gente a chorar e com saudade de voltar a ver a pessoa que tu és... sempre a sorrir, a brincar e pronto para um abraço e um carinho quando me vias... não tenho qualquer duvida que irás fazer muita falta e que vou ter muitas saudades tuas...Um beijo da tua sobrinha...
Nunca deixes de dar um carinho a alguém que gostes quando puderes, pensa que puderás nunca mais ter essa oportunidade....além de saber isto... hoje sinto a sensação....
Arrependo-me de não o ter ido ver ao Hospital, tudo levava a crer que era algo passageiro, até lhe disse,"mal vá para casa, vou vê-lo Tio" ... até que se tornou tudo fluminante e não tive tempo para nada :(
Já faleceram todos os meus avos quando era pequena (que me faz não ter muitas recordações) e até alguns amigos... mas depois de adulta alguém assim tão chegado, neste caso familia, felizmente não.
Estes ultimos 2 dias a apoiar principalmente a minha mãe, os meus primos, Padrinho e termos estado todos juntos pela pior das razões...fiquei com a certeza que não vou cometer o mesmo erro de novo...não vou estar tanto tempo sem ver todos.
E por isso irei a Santarém com mais regularidade, nem que seja 1 só dia..o meu sangue está lá quase todo...e eu Adoro todos.... eles sabem disso...
Agora sim Tio paraste de sofrer, deixaste muita gente a chorar e com saudade de voltar a ver a pessoa que tu és... sempre a sorrir, a brincar e pronto para um abraço e um carinho quando me vias... não tenho qualquer duvida que irás fazer muita falta e que vou ter muitas saudades tuas...Um beijo da tua sobrinha...
Nunca deixes de dar um carinho a alguém que gostes quando puderes, pensa que puderás nunca mais ter essa oportunidade....além de saber isto... hoje sinto a sensação....
Tou Farta.... Quero...
Tou farta de não ter respostas,
Tou farta de mentiras,
Tou farta de confusões,
Tou farta de Promessas não cumpridas,
Tou farta de zangas,
Tou farta de pessoas conflituosas,
Tou farta de ser enganada,
Tou farta de Falsidades,
Tou farta de ser boazinha.
Quero ser feliz,
Quero dar, mas também receber,
Quero sinceridade,
Quero Amor,
Quero ser mau feitio quando me apetecer,
Quero Sossego,
Quero tudo aquilo que sonho,
Quero o que desejo,
Quero Paz.
Tou farta de mentiras,
Tou farta de confusões,
Tou farta de Promessas não cumpridas,
Tou farta de zangas,
Tou farta de pessoas conflituosas,
Tou farta de ser enganada,
Tou farta de Falsidades,
Tou farta de ser boazinha.
Quero ser feliz,
Quero dar, mas também receber,
Quero sinceridade,
Quero Amor,
Quero ser mau feitio quando me apetecer,
Quero Sossego,
Quero tudo aquilo que sonho,
Quero o que desejo,
Quero Paz.
Verão volta....
O Verão começou...com ele costuma vir a alegria, a boa disposição... os sonhos e projectos de verão.
É sempre uma epoca do ano, que tras tudo aquilo doce e quente, que durante o inverno ficou abafado pelo frio, pelo nevoeiro...
Mas parece que este ano o verão não quer entrar.... e por isso continua tudo frio, tudo escuro...e continuam as duvidas... as perguntas sem resposta no ar.
Vou continuar a esperar pelo quente e doce verão.... esperar que me traga o Sol.... os sonhos de volta... que me mostre caminhos novos para percorrer...e consiga novamente agarrar os meus projectos de 2007.
É sempre uma epoca do ano, que tras tudo aquilo doce e quente, que durante o inverno ficou abafado pelo frio, pelo nevoeiro...
Mas parece que este ano o verão não quer entrar.... e por isso continua tudo frio, tudo escuro...e continuam as duvidas... as perguntas sem resposta no ar.
Vou continuar a esperar pelo quente e doce verão.... esperar que me traga o Sol.... os sonhos de volta... que me mostre caminhos novos para percorrer...e consiga novamente agarrar os meus projectos de 2007.
Vazio
Que pensar, que dizer, que Fazer.
só sei que existe um vazio, um feitiço.
Um vazio dificil de explicar, um vazio dificil de encher, um feitiço dificil de quebrar.
Eu quero mudar e vou mudar, porque estou a lutar pela minha vida, pelos meus sonhos... alguns podem estar tão perto... e não posso deixar que este vazio me atormente.
Onde estão todas as palavras prometidas?
Todos os desejos desejados?
Todo o tempo que não devia ser desperdiçado?
Tantas coisas perdidas no mar, tantas deitadas ao vento... mas a lua continua ali, firme a brilhar, sem ser abalada por nada, nem um sorriso ou uma lagrima a fazem deixar de brilhar.
Tudo está e estará guardado na minha memória....e apenas o tempo... o meu grande amigo tempo, me fará passar tudo a recordações, boas, doces e serenas recordações para toda a vida.
só sei que existe um vazio, um feitiço.
Um vazio dificil de explicar, um vazio dificil de encher, um feitiço dificil de quebrar.
Eu quero mudar e vou mudar, porque estou a lutar pela minha vida, pelos meus sonhos... alguns podem estar tão perto... e não posso deixar que este vazio me atormente.
Onde estão todas as palavras prometidas?
Todos os desejos desejados?
Todo o tempo que não devia ser desperdiçado?
Tantas coisas perdidas no mar, tantas deitadas ao vento... mas a lua continua ali, firme a brilhar, sem ser abalada por nada, nem um sorriso ou uma lagrima a fazem deixar de brilhar.
Tudo está e estará guardado na minha memória....e apenas o tempo... o meu grande amigo tempo, me fará passar tudo a recordações, boas, doces e serenas recordações para toda a vida.
Frases 1
A vida por vezes não nos corre como Sonhamos... por isso, não deixes passar a felicidade ao teu lado por receio, podes não voltar a ter a mesma oportunidade!
Pensa....
Pensa como é bom
Aquele Beijo que desejaste, mas não deste...
Aquele Toque suave, que arrepia...
Aquele Olhar, que te faz baixar os olhos embaraçado...
Aquele Sorriso inocente, e tão envergonhado...
Aquela Palavra doce, que te faz corar...
Aquela Declaração, que te faz pensar em como pode ser tão bom estar apaixonado...
Pensa na Felicidade que te pode estar a bater à porta e tu por medo, receio, ou por falta de conhecimento, não arriscas....
Pensa que depois poderá não haver outra oportunidade e que não agarraste na altura certa.
Todos somos diferentes... todos queremos vidas diferentes... todos temos escolhas e maneiras diferentes de lidar com a vida.
Agarra com todo o teu carinho as oportunidades que a vida te dá, podes não ter outras.
Aquele Beijo que desejaste, mas não deste...
Aquele Toque suave, que arrepia...
Aquele Olhar, que te faz baixar os olhos embaraçado...
Aquele Sorriso inocente, e tão envergonhado...
Aquela Palavra doce, que te faz corar...
Aquela Declaração, que te faz pensar em como pode ser tão bom estar apaixonado...
Pensa na Felicidade que te pode estar a bater à porta e tu por medo, receio, ou por falta de conhecimento, não arriscas....
Pensa que depois poderá não haver outra oportunidade e que não agarraste na altura certa.
Todos somos diferentes... todos queremos vidas diferentes... todos temos escolhas e maneiras diferentes de lidar com a vida.
Agarra com todo o teu carinho as oportunidades que a vida te dá, podes não ter outras.
Prometeu Acorrentado
Ésquilo nasceu em Atenas, em Elêusis, por volta de 525 A. C.. suas obras renderam-lhe fama e honrarias. Das sete que se conhecem uma das mais grandiosas pelo tema que focaliza é Prometeu Acorrentado.
Júpiter ao tornar-se deus supremo cogitava conservar a espécie humana na condição de animalidade irracional ou senão destruí-la, contrariando-o, Prometeu apodera-se do fogo celeste (sagrado) que dotou o homem da razão e da faculdade de cultivar a inteligência, as ciências e as artes.
Como punição, Júpiter ordena que Prometeu seja acorrentado no Cáucaso e ali permaneça a menos que consinta a revelação do futuro,(que era um dom de Prometeu) a fim de evitar sua ruína como a de Cronos (Saturno) seu pai.
Prometeu é acorrentado por Vulcano e fiscalizado pelo Poder que se mostra cruel e insensível ao contrário de Vulcano que se mostra penalizado pela tortura que Prometeu estará sujeito, e que por ser um deus significa ser seu parente.
Vão lhe visitar as Ninfas, filhas do Oceano, este último tenta o ajudar, mas Prometeu recusa sua ajuda com a finalidade de poupar-lhe a vida.
Por fim aparece Mercúrio, filho de Júpiter, e tenta arrancar os segredos de Prometeu, e, como nada consegue avisa que os abutres virão comer o fígado imortal do deus aprisionado.
Júpiter ao tornar-se deus supremo cogitava conservar a espécie humana na condição de animalidade irracional ou senão destruí-la, contrariando-o, Prometeu apodera-se do fogo celeste (sagrado) que dotou o homem da razão e da faculdade de cultivar a inteligência, as ciências e as artes.
Como punição, Júpiter ordena que Prometeu seja acorrentado no Cáucaso e ali permaneça a menos que consinta a revelação do futuro,(que era um dom de Prometeu) a fim de evitar sua ruína como a de Cronos (Saturno) seu pai.
Prometeu é acorrentado por Vulcano e fiscalizado pelo Poder que se mostra cruel e insensível ao contrário de Vulcano que se mostra penalizado pela tortura que Prometeu estará sujeito, e que por ser um deus significa ser seu parente.
Vão lhe visitar as Ninfas, filhas do Oceano, este último tenta o ajudar, mas Prometeu recusa sua ajuda com a finalidade de poupar-lhe a vida.
Por fim aparece Mercúrio, filho de Júpiter, e tenta arrancar os segredos de Prometeu, e, como nada consegue avisa que os abutres virão comer o fígado imortal do deus aprisionado.
Prometeu acorrentado é a primeira parte de uma trilogia da qual se perderam as outras. Perda lamentável, pois não nos permite conhecer todo o significado dessa tragédia em que um deus se vê condenado por ter sido um benfeitor a Humanidade.
Ainda sobre Dom Casmurro
Havia prometido postar um capítulo do trabalho que eu e Lucas havíamos confeccionado em 2008. O título de nosso trabalho foi: “AS FAMÍLIAS SANTIAGO E PÁDUA:ENTRE PODERES, BARGANHAS E VAIDADES”.
Nesta nossa pesquisa sobre Dom Casmurro de Machado de Assis, buscamos analisar o lado sócio-político econômico das famílias Santiago e Pádua. Analisamos também a influência da transição histórica no contexto das famílias e das personagens.
Usamos em nosso texto das palavras de um dos estudiosos da obra machadiana, Roberto Schwarz, que muito nos ajudou a entender o lado político-social da obra.
E eis um de nossos capítulos. Lembramos que aqui está nosso parecer sobre o livro, pois sabe-se que esta obra é de assuntos inesgotáveis e de intertextualidades infinitas.
O DEVEDOR E O SANTO CREDOR
A religião tinha enorme importância no núcleo das famílias da época. No entanto é importante apontar que, pertencer à igreja católica, era um grande sinal de prestígio perante a sociedade. É o que constata a fala de José Dias: “…E depois a igreja brasileira tem altos destinos. Não esqueçamos que um bispo presidiu a Constituinte, e que o padre Feijó governou o império…” (MACHADO DE ASSIS, 2001, p. 18). Aqui, percebe-se a influência exercida pela Igreja, inclusive no próprio momento político brasileiro. A fala a seguir, pertencente a José Dias, só vem a confirmar a influência política da Igreja e o orgulho de se pertencer a ela: “…o que eu quero dizer é que o clero ainda tem grande papel no Brasil…” (MACHADO DE ASSIS, 2001, p. 18).
A promessa para Deus é uma relação deveras presente em Dom Casmurro. A primeira promessa de que temos conhecimento, se dá nos primeiros capítulos, é feita por Dona Glória, que pretende tornar o filho padre. Contudo, esta promessa titubeia muitas vezes, pois Dona Glória ainda reluta em deixar seu filho partir. A mãe de Bento promete a Deus que o enviará caso este vivesse, mas busca negociar com Deus as condições para que esta promessa se molde de maneira que ela não macule a fé que possui e possa ter o filho para si, numa atitude de possessividade e negociação, e não de doação completa e incondicional, como seria de se esperar de um cristão.
Bentinho age de forma semelhante, a diferença é que suas promessas feitas a Deus são sempre acumuladas, mas nunca cumpridas. No caso dele, há um intento de sempre negociar e de presumir que será perdoado. Quando em situação de aperto, recorre ao divino:
– Prometo rezar mil padre-nossos e mil ave-marias, se José Dias arranjar que eu não vá para o seminário.
A soma era enorme. A razão é que eu andava carregado de promessas não cumpridas. (…) Deus podia muito bem, irritado com os esquecimentos, negar-se a ouvir-me sem muito dinheiro…
(MACHADO DE ASSIS, 2001, p.40)
Ainda:
… fazê-lo [a Deus] renunciar ao pagamento da minha promessa. Jeová, posto que divino, ou por isso mesmo, é um Rothschild muito mais humano, e não faz moratórias, perdoa as dívidas integralmente, uma vez que o devedor queira deveras emendar a vida e cortar nas despesas. (grifos do autor)
(MACHADO DE ASSIS, 2001, p.103)
Sempre que faz referências a Deus, direta ou indiretamente, Bento o trata como um banqueiro, como advogado, como tabelião, todas estas profissões liberais – já há indícios de um frio Casmurro inculcado no jovem, como a “fruta dentro da casca”; as conversas são transações financeiras e a quantidade de rezas são valores monetários que podem vir a ser cambiados, acumulados e saldados pela misericórdia divina, estabelecendo aí uma relação capitalista com Deus.
Em uma leitura ampla, fica claro que Bento, assim como os demais são produtos de um ambiente vaidoso e hipócrita, onde as aparências dão as cartas do jogo. A primeira esfera de educação nesses moldes é a da família, conforme o exemplo da mãe, e, lato sensu, a da sociedade, que vivencia esse jogo, onde há “…a religião frouxa, pouco interiorizada, dando cobertura a toda a sorte de interesses menos católicos etc.” (SCHWARZ, 1997, p.28).
Livros Fuvest 2010 – Dom Casmurro
A Educação em Dom Casmurro.
A partir de hoje, faremos uma série de post’s sobre os livros da FUVEST 2010. O intuito desta série e colaborar, ainda que minimamente, com esclarecimentos sobre o livro, talvez, sobre uma ótica diferente das encontradas na Internet. Em suma, não se pretende aqui fazer um mero resumo das obras escolhidas pelo maior vestibular do país. Este post, em específico, são as minhas considerações a respeito do trabalho acadêmico feito em 2008 pelos graduandos de Letras do CUFSA (Gerda/Raul/Paula/Denis) sobre a obra Dom Casmurro de Machado de Assis, inserida dentro do realismo brasileiro, pela a ótica da educação de Bento Santiago.
Os alunos escolheram trabalhar com a ideia de uma tríade educacional: família, religião e os estudos –incluído, neste último, a leitura; como veremos a seguir. Além disso, trabalharam também considerando que a personagem principal teve na verdade três personalidades distintas ao longo do enredo, sendo: Bentinho, Bento Santiago e Dom Casmurro. A infância e adolescência na primeira fase como Bentinho; a vida adulta, em sua fase de matrimônio com Capitu, como Bento Santiago; a velhice solitária do terceiro momento como Dom Casmurro, o narrador.
A primeira grande questão em Dom Casmurro é porque um velho solitário resolve escrever a história de sua vida? Devemos questionar os motivos que o levaram a tal atitude, principalmente por conta da situação, pois não há, ninguém para contestar as informações dadas, já que todos já foram para a outra Europa, como disse José Dias ao se referir aos mortos.
Bentinho cresceu num lar religioso, mas de uma religião não tão correta e carola como o narrador Casmurro tenta nos passar. Talvez a influência de sua mãe ao não cumprir com a promessa feita, seja a responsável pelas incontáveis promessas não cumpridas de Bentinho, além das tentativas de negociar com Deus.
Bento “herda” não só a profissão, como a comilança do tio Cosme, “Vi que, em meio da crise, eu conservava um canto para as cocadas”. Da Tia Justina ele absorveu o jeito de manipular as histórias, “…dizia francamente a Pedro o mal que pensava de Paulo e a Paulo o mal que pensava de Pedro…”. Afinal foi isso que ele fez com Capitu ao nos lançar o possível adultério. Da mãe herdou a insegurança; enquanto ela precisava do irmão, do padre, da prima para confirmar suas decisões, Bentinho precisa de José Dias. Este inclusive é aquele que tem maior influência sobre a educação de Bento, segundo Helen Caldwell em seu livro O Otelo brasileiro de Machado de Assis, é depois dos comentários de José Dias sobre os olhos de Capitu que Bentinho manifesta suas primeiras intenções amorosas (ou seriam tensões sexuais?).
Por fim os estudos e leituras; há no livro 128 citações de personalidades, frases célebres e localidades. Isso mostra que ao longo dos anos Bentinho/Bento/Casmurro absorveram ensinamentos que marcaram suas atitudes. Logo no início temos uma citação de Fausto que é talvez uma das chaves para desvendar o mistério da pergunta feita no início deste post. Há, no entanto, três outras passagens que julgo de grande importância, são elas:
1- Lúcio Domício Nero Cláudio, Imperador que colocou fogo em Roma e enquanto as labaredas estalavam, ele tocava harpa. Vejo em Dom Casmurro a influência, quando é informado sobre a morte do filho por lepra: “Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro”.
2- Pôncio Pilatos, Governador da Judéia, lembrado por ter entregue Jesus, mesmo acreditando que ele não era culpado, á morte: “…tomando a água, lavou as mãos diante da multidão e disse: estou inocente do sangue deste inocente…”(MATEUS 27: 25). A influência em Dom Casmurro neste caso se dá também em relação ao filho, pois no final o rapaz, acaba falecendo devido a uma febre tifóide e o “filho do homem” acabou por ser enterrado nas imediações de Jerusalém. Há aqui um explícito caso de intertextualidade com as escrituras: “Não houve lepra, mas há febres por essas terras…Onze meses depois, Ezequiel morreu de uma febre tifóide, e foi enterrado nas imediações de Jerusalém” Ele entregou ao filho para morte, como Pilatos entregou Jesus.
3- Há também outra menção, de Miguel Montaigne, que viveu no século XVI, e foi um dos mais importantes escritores franceses de seu tempo. A citação: “Ce ne sont pas mes gestes que j’escris, c’est moi, c’est mon essence”(ASSIS, 1967: 122). Cuja tradução seria: “Não são minhas ações que descrevo, é o meu eu, a minha essência”, ou seja, aquilo que é descrito não é a verdade de suas ações, é a descrição da essência de Bentinho que está nas palavras de Dom Casmurro.
O assunto é longo, seriam necessárias as mesmas 30 páginas (talvez mais) que o grupo de alunos utilizou, contudo há acima uma breve explanação das influências na educação de Bento. Além do mais, há inúmeras possibilidades de se analisar esta obra, essa é apenas uma pequena parte de uma destas possibilidades, portanto deixo algumas dicas de livros para os interessados em se aprofundar no assunto.
Victor Hugo
Dados biográficos de Victor Hugo
“A medida do amor é amar sem medida”
Victor Hugo, autor de Os miseráveis e O Corcunda de Notre Dame, entre outros clássicos da literatura mundial, era filho de Joseph Hugo e de Sophie Trébuchet. Nasceu em Besançon, mas passou a infância em Paris.
Em 1819 fundou, com os seus irmãos, uma revista, o Conservateur Littéraire (Conservador Literário), mesmo ano em que ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século XIV.
Aos 20 anos o escritor publicou uma reunião de poemas, Odes e Poesias Diversas, utilizada como prefácio de sua peça teatral Cromwell (que o projetou como líder do movimento romântico na França).
Victor Hugo casou-se com Adèle Foucher e durante sua vida teve diversas amantes, sendo a mais famosa Juliette Drouet, atriz sem talento, a quem ele escreveu numerosos poemas.
O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira do Intenso Romântico. Seu grande romance histórico, Notre Dame de Paris – mundialmente conhecido como O Corcunda de Notre Dame - (1831), conduziu-o à nomeação de membro da Academia Francesa, em 1841.
Criado no espírito da monarquia, o escritor acabou se tornado favorável a uma democracia liberal e humanitária. Eleito deputado da Segunda República, em 1848, apoiou a candidatura do príncipe Luís Napoleão, mas se exilou após o golpe de Estado que este deu em dezembro de 1851, tornando-se imperador. Hugo condenou-o vigorosamente por razões morais em Histoire d’un Crime.
Durante o Segundo Império, em oposição a Napoleão 3o, viveu em exílio em Jersey, Guernsey e Bruxelas. Foi um dos poucos a recusar a anistia decidida algum tempo depois.
A morte da sua filha, Leopoldina, afogada por acidente no Sena, junto com o marido, fez com que o importante autor se deixasse levar por experiências espíritas, relatadas numa obra Les Tables Tournantes de Jersey (As Mesas Moventes de Jersey).
A partir de 1849, Victor Hugo dedicou sua obra à política, à religião e à filosofia humana e social. Reformista, desejava mudar a sociedade, mas não mudar de sociedade.
Em 1870, retornou a França e reatou sua carreira política. Foi eleito primeiro para a Assembléia Nacional, e mais tarde para o Senado. Não aderiu à Comuna de Paris defendeu, no entanto, a anistia aos seus integrantes.
De acordo com seu último desejo, foi enterrado em um caixão humilde no Panthéon, após ter ficado vários dias exposto sob o Arco do Triunfo.
Petrarca e seu lirismo
♦ Diplomata, erudito, humanista e poeta Francesco Petrarca ( 1304 - 1374) apresenta a multifacetação do período transitório em que viveu (configurando-se como um dos últimos homens da Idade Média e um dos primeiros indivíduos a quem podemos denominar “modernos”). Por meio de seu lirismo amoroso (encarnado na figura de Laura, mulher concreta, diferente da amada de Dante, Beatriz), Petrarca destaca a figura humana não como uma mera “criatura”, mas como um verdadeiro indivíduo que possui suas próprias vontades e que imprime no universo em que reside a sua própria psicologia.
♦ Sua poesia apresenta, porém, nuances neoplatônicas no que concerne à temática do amor e… com um pouco de ousadia, podemos supor que o pesar sentido em alguns momentos de sua obra sejam “indicadores” de um futuro sentimento romântico (fortemente melancólico e individualista em determinadas estruturas).
♦ Dolce stil nuovo: a partir deste conceito que aparece na Divina Comédia, Petrarca cria um novo tipo de poema. A insuperada forma do soneto italiano… representante da “modernidade” na poesia de cunho amoroso.
♦ Nossa comum-unidade: o estilo de Petrarca, bem como sua expressão lírica expressam ao longo dos séculos o que Alexei Bueno chamaria de “nossa sensibilidade poética ocidental”.
♦ Tentemos imaginar o que seria do nosso Camões ou mesmo de um Sá de Miranda… dos maneiristas ingleses, ou do Siglo del Oro espanhol sem a influência deste poeta e humanista italiano… Como se configuraria determinados momentos da expressão lírica ocidental?
Para apreciação…
Soneto XXII
S’ amor non è, che dunque è quel ch’ io sento?
Ma s’egli è amor, per Dio, che cosa e quale?
Se buona, ond è effetto aspro mortale?
Se ria, ond’ è si dolce ogni tormento?
S’a mia voglia arado, ond’ è ‘I pianto e ‘I lamento?
S’a mal mio grado, il lamentar che vale?
O viva morte, o dilettoso male,
Come puoi tanto in me s’io nol consento?
E s’io ‘I consento, a gran torto mi doglio.
Fra sì contrari venti, in frale barca
Mi trivo in alto mar, senza governo,
Sí lieve di saber, d’error sí carca,
Ch’ i i’ medesmo non so quel ch’ io mi voglio,
E tremo a mèzza state, ardemdo il verno.
- Soneto XXII
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento?
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consito sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou para o alto mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
(Petrarca e Laura)
Você já se perguntou sobre o que é Poesia?
Você já se perguntou sobre o que é Poesia?
P O E S I A ! Poesia é tudo aquilo que você enxerga como poesia. Para alguns essas letras maiúsculas são apenas letras, para outros é um recurso de expressividade. Sim, Poesia tem a ver com Estilo. E Estilo cada um tem o seu. Estilo tem a ver com a emoção, com o apelo sensorial transmitido por meio das palavras. Palavras que se tornam uma coisa viva, palavras que choram e que riem.
A Poesia nasce da alma, da inspiração. Há quem diga que seja “transpiração” e não “inspiração”, mas sem esta o que seria? Um amontoado de palavras? Não. A Poesia é altamente expressiva, e não apenas vocábulos, seu sentido transcende ao do signo significante. Até mesmo João Cabral de Melo Neto, primo de Manuel Bandeira, precisava de uma inspiração e a inspiração dele era a folha branca. Ele escrevia numa folha branca e, quando ficou cego, não mais conseguia escrever e nem ao menos ditar os poemas. Cada artista, tem a sua inspiração. Uns precisam do sentimento, das experiências, das dores, das imagens e outros da folha branca!
Vejamos o Haikai, por exemplo, um poema haikai sem uma imagem não é nada, não é haikai. Para pertecer a esta classificação precisa ser “inspirado” numa imagem.
Mas você pode me perguntar: E a técnica? E os sonetos decassílabos de Camões?
Oras! A técnica é adquirida, é o estudo, é o esmero, é o esforço, mas a técnica não “vive” sozinha. De nada adiantaria ecsrever um poema com “n” técnicas sem o sabor da inspiração. De onde vem os temas? Da inspiração!
Primeiro, rascunha-se, anota-se, depois a técnica entra em questão. Se for o desejo do poeta, é claro. Há alguns que não revisam suas obras, para não lhes tirar o gosto profundo…
A Psicologia do Medo
O medo é o que impede que tudo o que chega às maõs dos homens não se torne em sua propriedade. Basta produzir uma impressão que não se pode explicar, inserindo no medo o desconforto da culpa. É assim que milhões de pessoas podem ser pastoreadas nas ribeiras da paz por muito poucas. E nas trincheiras da guerra por outras tantas, senão as mesmas.
Agustina Bessa-Luís, in 'Antes do Degelo'
Agustina Bessa-Luís, in 'Antes do Degelo'
TEXTOS SOLTOS
Ninguém avança pela vida em linha recta.
Por vezes, saímos dos trilhos.
Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó.
As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar.
No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver.
Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo.
Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutávelmente para trás, atolados no caminho.
Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável.
É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos tratar.
(Henry Miller)
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens! Eu vou viajar. Tenho sede! Eu prometo saber viajar!
Quando voltar, é para subir os degraus da tua casa, um por um. Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois venho sentar-me a teu lado. Tu a coseres e eu a contar-te as minhas viagens, aquelas que eu viajei tão parecidas com as que não viajei, escritas ambas com as mesmas palavras.
Mãe! Ata as tuas mãos às minhas e dá um nó cego muito apertado! Eu quero ser qualquer coisa da nossa casa. Como a mesa. Eu também quero ter um feitio que sirva exactamente para a nossa casa, como a mesa.
Mãe! Passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça, é tudo tão verdade!
(A Invenção do Dia Claro, de Almada Negreiros, INCM)Sentido Inverso
I a X
1 - Se te lançam uma OPA, faz publicidade como nós.
2 – Três amigos: um conhece dois, dois conhecem apenas um. Lado a lado num mesmo sofá, o mais conhecedor está ao centro. O dilema de “um que conhece dois” não é simplesmente comunicar, mas antes saber como gerir a comunicação em dois sentidos – a que se transmite e a que se recebe.
3 – O falhanço subtil da democracia é o povo: os que não sabem; os que nunca tiveram a oportunidade de saber; os que não sabem como saber; os que sabem mal; os que não querem saber de todo; os que sabem, porque é do povo que saem os eleitos. E depois há os jornalistas.
4 - Pérez-Reverte diz que, por natureza, “todos os homens são filhos da puta”. Se o tom for religioso, Deus está em forma.
5 - Face da realidade mediática: a verdade na notícia anda receosa do pudor. O mundo que se lê, ouve ou vê nem sempre é igual ao de quem escreve e/ou edita - o problema não é da leitura, é do que se sabe e não se conta. Fica por evidenciar se os media podem ganhar mais com o círculo invertido - a verdade nem sempre é vendável.
6 - O elemento silencioso de um grupo reúne o item chave da participação: a observação. A imaginação, por sua vez, alimenta o espírito susceptível do presente ausente.
7 - Entre os diversos fenómenos que orienta, a vida entrega-se repetidas vezes em duas assumpções: em tamanho e em valor. O gato morto na estrada sensibiliza o dedo que esmaga a formiga na mesa - a vida que se vê; o milionário que poderia ser apenas rico se humanizasse a distribuição da riqueza pela mão-de-obra humilde garante da abundância - a vida que se suga.
8 - A estupidificação promovida pelos media é propaganda comprometedora da preguiça de conhecimento e lucidez intelectual. Quão pior é a oferta, mais lucrativo é o retorno e menos esclarecido o sujeito. Mas, diante da imoralidade de não querer/saber ensinar, a ameaça última vislumbra também a resignação à facilidade de não aprender.
9 - Nietzche diz que "é pelas suas virtudes que se é melhor castigado". Com certeza que não se referia aos políticos profissionais.
10 - Face ao criminoso comum, o Estado de alguns homens de hoje possui o requinte constitucional de poder roubar com legitimidade. Ainda assim, tem-se apenas limitado a roubar.
XI a XX
11 - Se o léxico fosse gestor de topo do Banco de Portugal, falar tornar-se-ia perenemente luxuoso, ainda que imoral, cinco anos volvidos.
12 - O socialismo actual tem o melhor dos aforismos: esforça-se por soar bem.
13 - O azar não é numérico, apenas incompreendido.
14 - Se "se" fosse real, um facto uno sujeitar-se-ia indefinidamente à inconcretização.
15 - O livre-arbítrio é delírio filosófico: a vontade tem sempre vontade.
16 - A escrita é iliterada: encerra linguagem, mas incompreende-se.
17 - As canções assumidamente obscuras e violentamente libertadoras são a dádiva artística do Diabo.
18 - O vício é carente - requer a integralidade da atenção.
19 - O lamento eterno da beleza, que se segregou, é ter renegado a fealdade, que se socializou.
20 - O capitalismo é o superego da justiça social; já a imoralidade é o inconsciente do capitalismo.
XXI a XXX
21 - O milagre da estrada é ter rumo.
22 - Se 1X tem 1000 e 1000Y têm 1, 1X pode ter 500 e distribuir fatia equivalente por 1000Y, que assim transformar-se-iam em 1000Y=1+500. Ao distribuir-se equitativamente 500 por 1000Y, que possuem individualmente 0,001 antes da redistribuição de 500, cada Y passa a possuir 0,501. Ou seja, o patrão X continua a ser o que possui imensamente mais, mas o assalariado individual aumenta o poder de compra. Consequentemente, o patrão do produto H, que não é o mesmo produto disponibilizado pelo patrão X, pode vender mais ao assalariado do patrão X. Na eventualidade da fórmula se estender a todos os patrões, a capacidade individual de adquirir bens aumenta em múltiplos sentidos - para os bens essenciais e menos determinantes. Todavia, o poder de compra aumenta, mas não a equidade - para essa não há fórmula, apenas imaginária moralidade e manifesta impossibilidade.
23 - Se a preguiça se trabalha no prazer individual, não há razão para ser recompensada como voluntarismo.
24 - O talento das palavras delimita a fronteira entre a verosimilhança e a realidade.
25 - Andrei tem quatro anos, mas não sabe o que isso significa. Andrei não sabe o que é uma pergunta e uma resposta. Andrei não fala, não gesticula, não vê; não ouve, não sente, não cheira, nem prova; não ocupa matéria. Ainda assim, com palavras, Andrei simplesmente é. A existência tem significação além da condição de vida testemunhada - é o milagre de Deus.
26 - A mente cansada é feliz; a por cansar é irrealizada.
27 – A fortuna é um logro do bem-estar.
28 – O pensamento é charmoso por não exigir fazer o menor sentido.
29 - A falácia do pensador é pensar que pensa bem.
30 – A insónia permanente de pensar é um pesadelo.
XXXI a XL
31 – O lapso da pretensão é pretender em vez de ser.
32 – Soar bem é ilusionismo vulgar.
33 – À solta, o inconsciente atropela-se.
34 – Porque se muta por si mesma, a palavra não é tecnológica. Até ver.
35 – A fantasia da verdade é saber a verdade acerca de si mesma.
1 - Se te lançam uma OPA, faz publicidade como nós.
2 – Três amigos: um conhece dois, dois conhecem apenas um. Lado a lado num mesmo sofá, o mais conhecedor está ao centro. O dilema de “um que conhece dois” não é simplesmente comunicar, mas antes saber como gerir a comunicação em dois sentidos – a que se transmite e a que se recebe.
3 – O falhanço subtil da democracia é o povo: os que não sabem; os que nunca tiveram a oportunidade de saber; os que não sabem como saber; os que sabem mal; os que não querem saber de todo; os que sabem, porque é do povo que saem os eleitos. E depois há os jornalistas.
4 - Pérez-Reverte diz que, por natureza, “todos os homens são filhos da puta”. Se o tom for religioso, Deus está em forma.
5 - Face da realidade mediática: a verdade na notícia anda receosa do pudor. O mundo que se lê, ouve ou vê nem sempre é igual ao de quem escreve e/ou edita - o problema não é da leitura, é do que se sabe e não se conta. Fica por evidenciar se os media podem ganhar mais com o círculo invertido - a verdade nem sempre é vendável.
6 - O elemento silencioso de um grupo reúne o item chave da participação: a observação. A imaginação, por sua vez, alimenta o espírito susceptível do presente ausente.
7 - Entre os diversos fenómenos que orienta, a vida entrega-se repetidas vezes em duas assumpções: em tamanho e em valor. O gato morto na estrada sensibiliza o dedo que esmaga a formiga na mesa - a vida que se vê; o milionário que poderia ser apenas rico se humanizasse a distribuição da riqueza pela mão-de-obra humilde garante da abundância - a vida que se suga.
8 - A estupidificação promovida pelos media é propaganda comprometedora da preguiça de conhecimento e lucidez intelectual. Quão pior é a oferta, mais lucrativo é o retorno e menos esclarecido o sujeito. Mas, diante da imoralidade de não querer/saber ensinar, a ameaça última vislumbra também a resignação à facilidade de não aprender.
9 - Nietzche diz que "é pelas suas virtudes que se é melhor castigado". Com certeza que não se referia aos políticos profissionais.
10 - Face ao criminoso comum, o Estado de alguns homens de hoje possui o requinte constitucional de poder roubar com legitimidade. Ainda assim, tem-se apenas limitado a roubar.
XI a XX
11 - Se o léxico fosse gestor de topo do Banco de Portugal, falar tornar-se-ia perenemente luxuoso, ainda que imoral, cinco anos volvidos.
12 - O socialismo actual tem o melhor dos aforismos: esforça-se por soar bem.
13 - O azar não é numérico, apenas incompreendido.
14 - Se "se" fosse real, um facto uno sujeitar-se-ia indefinidamente à inconcretização.
15 - O livre-arbítrio é delírio filosófico: a vontade tem sempre vontade.
16 - A escrita é iliterada: encerra linguagem, mas incompreende-se.
17 - As canções assumidamente obscuras e violentamente libertadoras são a dádiva artística do Diabo.
18 - O vício é carente - requer a integralidade da atenção.
19 - O lamento eterno da beleza, que se segregou, é ter renegado a fealdade, que se socializou.
20 - O capitalismo é o superego da justiça social; já a imoralidade é o inconsciente do capitalismo.
XXI a XXX
21 - O milagre da estrada é ter rumo.
22 - Se 1X tem 1000 e 1000Y têm 1, 1X pode ter 500 e distribuir fatia equivalente por 1000Y, que assim transformar-se-iam em 1000Y=1+500. Ao distribuir-se equitativamente 500 por 1000Y, que possuem individualmente 0,001 antes da redistribuição de 500, cada Y passa a possuir 0,501. Ou seja, o patrão X continua a ser o que possui imensamente mais, mas o assalariado individual aumenta o poder de compra. Consequentemente, o patrão do produto H, que não é o mesmo produto disponibilizado pelo patrão X, pode vender mais ao assalariado do patrão X. Na eventualidade da fórmula se estender a todos os patrões, a capacidade individual de adquirir bens aumenta em múltiplos sentidos - para os bens essenciais e menos determinantes. Todavia, o poder de compra aumenta, mas não a equidade - para essa não há fórmula, apenas imaginária moralidade e manifesta impossibilidade.
23 - Se a preguiça se trabalha no prazer individual, não há razão para ser recompensada como voluntarismo.
24 - O talento das palavras delimita a fronteira entre a verosimilhança e a realidade.
25 - Andrei tem quatro anos, mas não sabe o que isso significa. Andrei não sabe o que é uma pergunta e uma resposta. Andrei não fala, não gesticula, não vê; não ouve, não sente, não cheira, nem prova; não ocupa matéria. Ainda assim, com palavras, Andrei simplesmente é. A existência tem significação além da condição de vida testemunhada - é o milagre de Deus.
26 - A mente cansada é feliz; a por cansar é irrealizada.
27 – A fortuna é um logro do bem-estar.
28 – O pensamento é charmoso por não exigir fazer o menor sentido.
29 - A falácia do pensador é pensar que pensa bem.
30 – A insónia permanente de pensar é um pesadelo.
XXXI a XL
31 – O lapso da pretensão é pretender em vez de ser.
32 – Soar bem é ilusionismo vulgar.
33 – À solta, o inconsciente atropela-se.
34 – Porque se muta por si mesma, a palavra não é tecnológica. Até ver.
35 – A fantasia da verdade é saber a verdade acerca de si mesma.
Textos Soltos
Textos Soltos
Aproveitamos a oportunidade de ter um site nosso para mostrar a todos alguns pequenos textos interessantes sobre os mais diversos temas.- Revisão Ortográfica, texto escrito por Inês Lopes que lança um irónico olhar sobre o Acordo Ortográfico que nos atormenta.
- A História do Faroleiro é um simples conto pequeno sobre um Faroleiro, sua Mulher e seu Cão. Escrito pelo Marc
- A Fantástica História de João Macedo e do seu Cavalo-Maravilha é uma história do Marc, assim meia manhosa que envolve uma andorinha.
MATA-PENDURA
O próximo texto serviu de base a uma tentativa de esclarecimento para alguns defensores das montarias ditas de Mata-Pendura. Arrastou-se o tema fundamentando-se as opiniões no pressuposto que não se deve caçar se não se consumir a carne dos animais caçados - facto com o qual concordo plenamente - mas argumentando-se ao mesmo tempo, que tal como na caça menor o caçador teria de ter direito à carne dos animais abatidos.
Conhecendo todos nós as consequências deste tipo de montarias, nas quais para além das frequentes desavenças pessoais derivadas da posse do animal, se considera a possibilidade de todo o tipo de acidentes, bem como o desvario de se atirar (ou matar) tudo o que aparece ou mexe) foi preciso esclarecer muito novos monteiros e outros tantos supostos organizadores porque é que as coisas eram como se diziam e não como pretendiam fazer passar.
Tal como prometi aqui fica o esclarecimento sobre as “polémicas” do modo MATA-PENDURA e consequentemente da posse da carne das espécies de caça maior cobradas em Montaria.
O que a seguir lhes apresento não se trata de uma mera opinião pessoal mas sim da constatação de vários factos históricos e de situações que se prendem com a organização das montarias em si.
Para isso tenho que dividir o tema em duas partes: A questão das Montarias e a questão da posse da Carne.
Comecemos pelo primeiro:
As Montarias são um processo de caça maior característico e exclusivo da Península Ibérica ou melhor - e realmente – de Espanha. Em mais nenhum local deste planeta se conhece ou sequer ouviu falar daquilo que é realmente uma montaria como processo de Caça Maior.
E em Portugal idem aspas, ou seja os portugueses só conheceram este processo de caça nos finais do século XX, pelo que, apesar de sempre se ter caçado no nosso país, a caça só se praticava sobre a caça menor. Os portugueses que praticavam a caça sobre as espécies maiores faziam-no em Espanha, de acordo com as regras, tradições e códigos dos espanhóis. Porque em Portugal não havia espécies maiores – estiveram extintas durante décadas e décadas. Portanto ninguém sabia o que isso (Montarias) era…
Pessoalmente tenho o prazer e o privilégio de fazer parte da geração que lutou pela implementação e generalização do regime ordenado e consequentemente ter participado activa e directamente nos processos de reintrodução/repovoamento das espécies de caça maior, em Portugal durante os primórdios da década de 90.
E tanto eu como todos os restantes que o fizeram (ou que de alguma forma participaram neste processo) fomos aprender como se fazia – imaginem – com os espanhóis. Porque esses sabiam fazê-lo e tinham dado provas disso durante décadas. E esta questão acaba por arrastar, indirectamente, a questão da carne.
Vejamos:
Espanha, século XIX: milhares de hectares de terra inculta, uma organização social e politica deficiente, grandes índices de pobreza (e até fome). Duas formas de aproveitamento da carne de caça maior : em certas localidades (aldeias ou vilas) organizavam-se “quadrilhas” de caça constituídas por meia dúzia de caçadores e um número razoável de cães que por não terem qualquer outra actividade se dedicavam a caçar semanas e semanas a fio (por vezes com autorização de quem de direito, mas frequentemente sem autorização de ninguém) com o objectivo de satisfazerem as necessidades alimentares pessoais, e de terceiros (com a comercialização da carne remanescente). Ou eram organizadas pelos proprietários dos coutos apenas para convidados e amigos e nestas o proprietário dava à carne o destino que muito bem entendia (consumo próprio, oferta a familiares e amigos e, esporadicamente, a comercialização). Não há caça comercial.
Espanha, século XX : poucas diferenças do modelo anterior e as que se verificaram foram devidas ao progresso e natural evolução tecnológica dos tempos. Mas grandes diferenças no modelo organizativo da caça: o estado associa a posse da caça à posse da terra e criam-se os cotos privados de caça. Porque se percebeu a riqueza que o património cinegético representava e porque dadas as condições geográficas existentes, o estado cedo compreendeu que não conseguia controlar e gerir todo o território disponível para caça e então nada melhor que entregar o seu a seu dono e assim resolver um problema enorme.
Agora as montarias , são organizadas pelos próprios couteiros ou em quem estes delegam tal função (o célebre Capitão de Montaria) por reconheceram a esta ou aquela personalidade a competência e o saber necessário para tal efeito. E as montarias continuam a ser dadas apenas para convidados e amigos, bem como o destino da carne continua a ser o mesmo do século anterior. Continua a não haver caça comercial.
O que a seguir lhes apresento não se trata de uma mera opinião pessoal mas sim da constatação de vários factos históricos e de situações que se prendem com a organização das montarias em si.
Para isso tenho que dividir o tema em duas partes: A questão das Montarias e a questão da posse da Carne.
Comecemos pelo primeiro:
As Montarias são um processo de caça maior característico e exclusivo da Península Ibérica ou melhor - e realmente – de Espanha. Em mais nenhum local deste planeta se conhece ou sequer ouviu falar daquilo que é realmente uma montaria como processo de Caça Maior.
E em Portugal idem aspas, ou seja os portugueses só conheceram este processo de caça nos finais do século XX, pelo que, apesar de sempre se ter caçado no nosso país, a caça só se praticava sobre a caça menor. Os portugueses que praticavam a caça sobre as espécies maiores faziam-no em Espanha, de acordo com as regras, tradições e códigos dos espanhóis. Porque em Portugal não havia espécies maiores – estiveram extintas durante décadas e décadas. Portanto ninguém sabia o que isso (Montarias) era…
Pessoalmente tenho o prazer e o privilégio de fazer parte da geração que lutou pela implementação e generalização do regime ordenado e consequentemente ter participado activa e directamente nos processos de reintrodução/repovoamento das espécies de caça maior, em Portugal durante os primórdios da década de 90.
E tanto eu como todos os restantes que o fizeram (ou que de alguma forma participaram neste processo) fomos aprender como se fazia – imaginem – com os espanhóis. Porque esses sabiam fazê-lo e tinham dado provas disso durante décadas. E esta questão acaba por arrastar, indirectamente, a questão da carne.
Vejamos:
Espanha, século XIX: milhares de hectares de terra inculta, uma organização social e politica deficiente, grandes índices de pobreza (e até fome). Duas formas de aproveitamento da carne de caça maior : em certas localidades (aldeias ou vilas) organizavam-se “quadrilhas” de caça constituídas por meia dúzia de caçadores e um número razoável de cães que por não terem qualquer outra actividade se dedicavam a caçar semanas e semanas a fio (por vezes com autorização de quem de direito, mas frequentemente sem autorização de ninguém) com o objectivo de satisfazerem as necessidades alimentares pessoais, e de terceiros (com a comercialização da carne remanescente). Ou eram organizadas pelos proprietários dos coutos apenas para convidados e amigos e nestas o proprietário dava à carne o destino que muito bem entendia (consumo próprio, oferta a familiares e amigos e, esporadicamente, a comercialização). Não há caça comercial.
Espanha, século XX : poucas diferenças do modelo anterior e as que se verificaram foram devidas ao progresso e natural evolução tecnológica dos tempos. Mas grandes diferenças no modelo organizativo da caça: o estado associa a posse da caça à posse da terra e criam-se os cotos privados de caça. Porque se percebeu a riqueza que o património cinegético representava e porque dadas as condições geográficas existentes, o estado cedo compreendeu que não conseguia controlar e gerir todo o território disponível para caça e então nada melhor que entregar o seu a seu dono e assim resolver um problema enorme.
Agora as montarias , são organizadas pelos próprios couteiros ou em quem estes delegam tal função (o célebre Capitão de Montaria) por reconheceram a esta ou aquela personalidade a competência e o saber necessário para tal efeito. E as montarias continuam a ser dadas apenas para convidados e amigos, bem como o destino da carne continua a ser o mesmo do século anterior. Continua a não haver caça comercial.
Partida para a montaria (1908, Serra Morena, Espanha)
Mas para além de tudo o que ficou descrito, perguntarão os caríssimos leitores deste texto: “ mas afinal o que é que se matava nessas montarias?”
Pois é contrariamente a tudo o que possam pensar atiravam a:
- Veados adultos (identificáveis pela qualidade do troféu – um veado de 14 pontas é seguramente o animal de 6/7 anos de idade)
- Javalis MACHOS adultos (identificáveis pelo seu porte, dimensão e reacção perante os cães ou caçador)
E a que é que NUNCA atiravam:
- Fêmeas de Veado, porque elas eram (são) as progenitoras e as que mantêm a existência das populações.
- Idem para as fêmeas de javali seguidas ou não de crias.
E como conseguiam tal identificação: porque atirando apenas e exclusivamente de caçadeira (a carabina foi proibida durante décadas por ser arma militar) tinham que deixar entrar os animais muito perto para conseguirem resultados e eficiência ( levavam-se alguns cartuchos no bolso porque eram raros, caros e obviamente difíceis de transportar , para quem se desloca a pé com tudo o que fazia falta para dias e dias no campo).
E nunca atiravam a fêmeas ? Apenas quando absolutamente necessário ou seja quando de dava um “agarre” dos cães – o que acontecia raramente - e não havia outra solução.
A fome e a necessidade podiam ser grandes, mas a necessidade de manter os recursos disponíveis no campo eram maiores porque os tempos eram incertos e não se sabia o que o futuro traria. Portanto era necessário consumir racionalmente e aquilo que não se podia transportar não se matava.
Pois é contrariamente a tudo o que possam pensar atiravam a:
- Veados adultos (identificáveis pela qualidade do troféu – um veado de 14 pontas é seguramente o animal de 6/7 anos de idade)
- Javalis MACHOS adultos (identificáveis pelo seu porte, dimensão e reacção perante os cães ou caçador)
E a que é que NUNCA atiravam:
- Fêmeas de Veado, porque elas eram (são) as progenitoras e as que mantêm a existência das populações.
- Idem para as fêmeas de javali seguidas ou não de crias.
E como conseguiam tal identificação: porque atirando apenas e exclusivamente de caçadeira (a carabina foi proibida durante décadas por ser arma militar) tinham que deixar entrar os animais muito perto para conseguirem resultados e eficiência ( levavam-se alguns cartuchos no bolso porque eram raros, caros e obviamente difíceis de transportar , para quem se desloca a pé com tudo o que fazia falta para dias e dias no campo).
E nunca atiravam a fêmeas ? Apenas quando absolutamente necessário ou seja quando de dava um “agarre” dos cães – o que acontecia raramente - e não havia outra solução.
A fome e a necessidade podiam ser grandes, mas a necessidade de manter os recursos disponíveis no campo eram maiores porque os tempos eram incertos e não se sabia o que o futuro traria. Portanto era necessário consumir racionalmente e aquilo que não se podia transportar não se matava.
O resultado de uma jornada de montaria (30/Nov/1881, Adújar, Espanha)
E foram estes os códigos de conduta que os espanhóis nos transmitiram e com os quais concordámos.
E foi tudo isto, para além dos processos de ordenamento e de gestão das diferentes espécies de caça Maior que aprendi (aprendemos) com os espanhóis. Porque não temos nem nunca tivemos um modelo próprio de organização de montarias.
E porque o utilizamos e praticamos, não sendo nosso ?
Porque se lhe reconhecem as virtudes e porque a história já mostrou que os espanhóis sempre tiveram caça maior em quantidade e qualidade, tendo ainda sabido preservar espécies que aqui em Portugal se extinguiram (p.e. a Cabra Ibérica, vulgo Macho Montês e Lobo, que ainda caçam apesar de tudo e o lince, para citar apenas alguns exemplos). Seguindo, é claro, este modelo.
É por isso que nas montarias não de deve atirar a fêmeas (sejam elas do que forem) nem a juvenis.
É por isso que a Caça Maior é uma caça de Troféu.
É por isso que o Monteiro que se preza, e que como tal se considera, não atira aos animais referidos e não por sofrer de “maleita dos troféus” ou desejar pôr mais um “par de cornos” ou de dentes na parede.
Concluindo: quem monteia a sério (sim porque actualmente monteia-se muito a brincar. Infelizmente.) sabe a dificuldade que se apresenta em um animal adulto e experiente entrar aos postos, numa montaria. E conhecendo esta, o lance tem tanto mais valor do que disparar sobre dezenas de cervas ou javalinas atiradas de forma patética porque a sua maior preocupação é, em função da protecção da sua prole, abandonarem o local e nem se aperceberem qual foi o caçador que lhes varou o coração. ( já repararam que as fêmeas – dumas e doutras – vêm sempre acompanhadas da descendência????
E foram estes os códigos de conduta que os espanhóis nos transmitiram e com os quais concordámos.
E foi tudo isto, para além dos processos de ordenamento e de gestão das diferentes espécies de caça Maior que aprendi (aprendemos) com os espanhóis. Porque não temos nem nunca tivemos um modelo próprio de organização de montarias.
E porque o utilizamos e praticamos, não sendo nosso ?
Porque se lhe reconhecem as virtudes e porque a história já mostrou que os espanhóis sempre tiveram caça maior em quantidade e qualidade, tendo ainda sabido preservar espécies que aqui em Portugal se extinguiram (p.e. a Cabra Ibérica, vulgo Macho Montês e Lobo, que ainda caçam apesar de tudo e o lince, para citar apenas alguns exemplos). Seguindo, é claro, este modelo.
É por isso que nas montarias não de deve atirar a fêmeas (sejam elas do que forem) nem a juvenis.
É por isso que a Caça Maior é uma caça de Troféu.
É por isso que o Monteiro que se preza, e que como tal se considera, não atira aos animais referidos e não por sofrer de “maleita dos troféus” ou desejar pôr mais um “par de cornos” ou de dentes na parede.
Concluindo: quem monteia a sério (sim porque actualmente monteia-se muito a brincar. Infelizmente.) sabe a dificuldade que se apresenta em um animal adulto e experiente entrar aos postos, numa montaria. E conhecendo esta, o lance tem tanto mais valor do que disparar sobre dezenas de cervas ou javalinas atiradas de forma patética porque a sua maior preocupação é, em função da protecção da sua prole, abandonarem o local e nem se aperceberem qual foi o caçador que lhes varou o coração. ( já repararam que as fêmeas – dumas e doutras – vêm sempre acompanhadas da descendência????
Matilheiros e matilhas (1908, Serra Morena, Espanha)
Deixando agora de lado a questão das Montarias (já tratadas em anterior texto, no qual se explica porque é a Caça maior uma Caça de Troféu e não de carne) e apelando a alguns exemplos apresentados num tema paralelo deste fórum onde se referiam os casos de outros países, tenho igualmente que apresentar algumas considerações.
O consumo da carne de caça maior associado ao acto cinegético é acima de tudo uma questão de tradição e uma questão cultural.
De tradição porque há países nos quais as populações sempre deram valor ao consumo da carne dos grandes animais e assim foram habituados em termos alimentares de geração em geração.
Cultural porque cada cultura tem os seus hábitos específicos, os quais, de alguma forma se ligam igualmente à tradição (os orientais comem cães, gatos, ratos e toda a espécie de insectos, facto que os ocidentais repudiam e justificam com a cultura do oriente).
E o consumo da carne de caça maior em Portugal, não se prende nem com a tradição, (porque o facto é ainda muito recente) nem sequer é cultural (há trinta anos atrás 98% da população portuguesa não conhecia sequer o aspecto da carne de javali, quanto mais da do veado).
Argumentou-se que se optava por consumir esta carne para evitar a questão comercial, porque era melhor que deixá-la no campo para abutres comerem, porque se não se comesse não se devia caçar etc, etc, etc.
Adiante.
Deixando de lado as filosofias, analisemos os que se passa por esse Mundo Cinegético além, usando para isso quer o conhecimento pessoal directo, ou relatos entidades fidedignas. É contudo preciso salientar que os exemplos servem apenas para caça maior de aproximação (com ou sem cães) e eventualmente de batida para pequenos grupos. AS MONTARIAS NÃO EXISTEM POR ESSE MUNDO FORA. Só na Península Ibérica.
Europa de Norte: Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega. Já lá cacei em três momentos distintos a corços (espera e aproximação) e a alces (aproximação com cães e batida de três armas com quatro batedores).
Estes países têm grande tradição do consumo de carne de caça maior, pela tradição e pela questão cultural. Devido á climatologia da região e aos longos meses de isolamento por causa da neve as gentes habituaram-se a ter uma geleira bem apetrechada para os meses de Inverno. Aliás estes países só são considerados ricos há cerca de 40 anos, porque até então apresentavam também elevados índices de pobreza, pelo que a carne de caça era um recurso alimentar fácil e barato. Hoje é ao contrário. Caçando aos corsos numa propriedade privada do Sul da Suécia, a entidade gestora vendia as carcaças de caça directamente ao consumidor (qual fiscalização veterinária?) de forma legal. Dois dias antes da abertura as encomendas superavam as perspectivas de abate. Valor da carcaça para consumo local (em moeda antiga) 3 000$ /Kg. Valor da taxa de abate por animal caçado independentemente do troféu: 12 000$. Caça comercial e carne Comercial. Eu e o meu companheiro de caça, querendo provar a fabulosa carne dos corços tivemos, para além, do pagamento de taxa de abate, que comprar uma carcaça de um dos corços caçados, a qual as nossa esposas cozinharam o melhor possível com as indicações culinárias (?) do gestor da zona.
Sobre a caça aos alces, aproveitaram a minha presença na Suécia, para, conjuntamente com o dono da propriedade e o gestor da caça, se organizar uma batida de três postos na tentativa de cobrar para carne, dois alces assinalados na zona, Como as batidas foram infrutíferas, caçámos dois dias de aproximação com um cão especialista que apenas deu com uma fêmea de alce, a qual não se atirou, prendendo-se o cão e voltando para trás. Por muito desejada que fosse a carne a arca ficou, desta feita, vazia. (Sem mais comentários)
O mesmo se passa nos outros países referidos Noruega e Finlândia. Na Dinamarca, convidado por um amigo proprietário e agricultor local, que tinha vendido a caça a um outro organizador local, fui igualmente caçar corços. Quando reunimos para acertar os custos da caçada fui esclarecido pelo dito organizador que não pagaria abates, porque necessitava de 23 carcaças para satisfazer as encomendas que tinha e não dispunha de tempo para as cobrar todas, logo qualquer ajuda era bem vinda. Caça meio comercial Carne Comercial.
Inglaterra e Escócia: basta consultar qualquer local da Internet sobre caça de cervídeos. Caça Comercial, Carne Comercial.
Europa Central e de Leste: idem, idem, aspas, aspas. O consumo da carne de caça maior associado ao acto cinegético é acima de tudo uma questão de tradição e uma questão cultural.
De tradição porque há países nos quais as populações sempre deram valor ao consumo da carne dos grandes animais e assim foram habituados em termos alimentares de geração em geração.
Cultural porque cada cultura tem os seus hábitos específicos, os quais, de alguma forma se ligam igualmente à tradição (os orientais comem cães, gatos, ratos e toda a espécie de insectos, facto que os ocidentais repudiam e justificam com a cultura do oriente).
E o consumo da carne de caça maior em Portugal, não se prende nem com a tradição, (porque o facto é ainda muito recente) nem sequer é cultural (há trinta anos atrás 98% da população portuguesa não conhecia sequer o aspecto da carne de javali, quanto mais da do veado).
Argumentou-se que se optava por consumir esta carne para evitar a questão comercial, porque era melhor que deixá-la no campo para abutres comerem, porque se não se comesse não se devia caçar etc, etc, etc.
Adiante.
Deixando de lado as filosofias, analisemos os que se passa por esse Mundo Cinegético além, usando para isso quer o conhecimento pessoal directo, ou relatos entidades fidedignas. É contudo preciso salientar que os exemplos servem apenas para caça maior de aproximação (com ou sem cães) e eventualmente de batida para pequenos grupos. AS MONTARIAS NÃO EXISTEM POR ESSE MUNDO FORA. Só na Península Ibérica.
Europa de Norte: Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega. Já lá cacei em três momentos distintos a corços (espera e aproximação) e a alces (aproximação com cães e batida de três armas com quatro batedores).
Estes países têm grande tradição do consumo de carne de caça maior, pela tradição e pela questão cultural. Devido á climatologia da região e aos longos meses de isolamento por causa da neve as gentes habituaram-se a ter uma geleira bem apetrechada para os meses de Inverno. Aliás estes países só são considerados ricos há cerca de 40 anos, porque até então apresentavam também elevados índices de pobreza, pelo que a carne de caça era um recurso alimentar fácil e barato. Hoje é ao contrário. Caçando aos corsos numa propriedade privada do Sul da Suécia, a entidade gestora vendia as carcaças de caça directamente ao consumidor (qual fiscalização veterinária?) de forma legal. Dois dias antes da abertura as encomendas superavam as perspectivas de abate. Valor da carcaça para consumo local (em moeda antiga) 3 000$ /Kg. Valor da taxa de abate por animal caçado independentemente do troféu: 12 000$. Caça comercial e carne Comercial. Eu e o meu companheiro de caça, querendo provar a fabulosa carne dos corços tivemos, para além, do pagamento de taxa de abate, que comprar uma carcaça de um dos corços caçados, a qual as nossa esposas cozinharam o melhor possível com as indicações culinárias (?) do gestor da zona.
Sobre a caça aos alces, aproveitaram a minha presença na Suécia, para, conjuntamente com o dono da propriedade e o gestor da caça, se organizar uma batida de três postos na tentativa de cobrar para carne, dois alces assinalados na zona, Como as batidas foram infrutíferas, caçámos dois dias de aproximação com um cão especialista que apenas deu com uma fêmea de alce, a qual não se atirou, prendendo-se o cão e voltando para trás. Por muito desejada que fosse a carne a arca ficou, desta feita, vazia. (Sem mais comentários)
O mesmo se passa nos outros países referidos Noruega e Finlândia. Na Dinamarca, convidado por um amigo proprietário e agricultor local, que tinha vendido a caça a um outro organizador local, fui igualmente caçar corços. Quando reunimos para acertar os custos da caçada fui esclarecido pelo dito organizador que não pagaria abates, porque necessitava de 23 carcaças para satisfazer as encomendas que tinha e não dispunha de tempo para as cobrar todas, logo qualquer ajuda era bem vinda. Caça meio comercial Carne Comercial.
Inglaterra e Escócia: basta consultar qualquer local da Internet sobre caça de cervídeos. Caça Comercial, Carne Comercial.
Mudemos de Continente:
América do Norte (Canadá e USA), América Central e do Sul: duas modalidades de caça. Ou o próprio vive na região e adquire para além da licença de caça as licenças individuais para cada espécie limitadas a um, dois ou eventualmente três animais (dependendo da espécie ou da região); vai sozinho ou com mais um ou dois caçadores, caça de aproximação, cobra, marca e trás para casa. Preços da licença de abate, o equivalente custo da caça mais o valor do animal em termos da sua reposição na natureza; fica mais barato comprar carne no supermercado.
Ou caça guiada onde se contrata o guia residente na região por x dias, se caça, se cobra ou não o animal e em caso afirmativo trás para casa o troféu. A carne é pertença do guia (ou organizador, não será?) que a pode ou não vender e ao preço que bem lhe apetecer. Caça Comercial, carne comercial no primeiro e no segundo caso.
Deixo deliberadamente de fora a questão do continente Africano por, apesar da longa presença portuguesa, se tratar de uma realidade de caça completamente diferente. Processos de caça de aproximação e batidas (frequentemente através do fogo). Ordenamento nenhum. Controle efectivo raríssimo para não dizer inexistente. Limites de caça ou de espécies nenhum. E veja-se a realidade a que chegaram, com este modelo, muitas espécies e muitas regiões de África. Não pode nem deve servir para exemplo do que se pretende.
Assim sendo e depois de todo este arrazoado acabamos por verificar que a carne da caça maior por quase todos esse mundo além, é propriedade do dono da caça, seja este o dono da terra, o organizador ou o gestor cinegético.
Nunca por nunca ser a carne da Caça Maior, foi propriedade do caçador que cobrou o animal em acto de caça. Pode sim ter acesso a ela mediante um pagamento extra. Porque, e voltando á velha questão, em todo o Mundo a caça é propriedade do dono da Terra e não de quem dela se apropria.
Por tudo isto, em Portugal, seja de Montaria seja através de qualquer outro processo, a carne da caça maior não poderá nunca pertencer ao caçador excepto nas circunstâncias referidas ou por qualquer outra excepção, Contudo se o dono a quiser oferecer esse será seguramente outro assunto.
Confundir caça menor, onde não faz sentido (porque são coisas muitos diferentes), o caçador não se apropriar da carcaça do animal, com a caça maior é querer justificar o injustificável.
É por isso que a Caça Maior não é (nem nunca foi) uma Caça de Carne.
É igualmente por isso e pelo que ficou descrito no texto sobre as Montarias, que em Portugal ou em qualquer outro lugar, não pode haver Montarias de MATA- PENDURA.
Se por outro lado me disserem que em Portugal, não havendo tradição, não sendo uma questão cultural, que não havendo regras próprias mas sim copiadas de terceiros deveremos fazer o nosso próprio código de conduta para caça maior, então sim senhor que se faça, mas que se tenha em atenção os exemplos das boas práticas (como está na moda dizer), para que não caiamos no ridículo e no caminho da destruição total para satisfazer egos.
E quem não concordar, então que abandone o barco, porque seguramente não tem o direito de criticar todos aqueles que muito se têm dedicado ao desenvolvimento da caça maior nacional, sem o trabalho dos quais hoje não seria possível fazer as tais montarias de Mata-Pendura.
Se estes não sabem nada, e os novos “monteiros” que se acham cheios de direitos, já sabem tudo (certo é que ainda não aprenderam com a geração que lhes proporcionou o que agora podem desfrutar) então estamos muito mal encaminhados em termos de futuro.
A CAÇA
O texto seguinte é uma adaptação (através da simples tradução para português) de um artigo publicado no jornal castelhano ABC por D. Iñigo Moreno de Arteaga, Marquês de LAULA. Apesar do artigo comentar as críticas tecidas a acontecimentos e factos monteiros praticados por personalidades importantes do país vizinho, ele constitui também uma das mais belas apologias da Caça dos tempos modernos. Parte deste texto serviu-me de base para o encerramento do recente colóquio sobre a Gestão do Javali e do Veado em Áreas Abertas, realizado em Setembro passado, em Santarém, pelo Clube de Caçadores Alvorada-pt.com.
A CAÇA
Umas conversas inoportunas entre um Ministro da Coroa e um Juiz mediático deram origem a uma infinidade de comentários não só sobre a prática cinegética bem como sobre os diferentes locais da sua prática e ainda sobre a Caça em geral.
Alguns comentaristas, entendidos na matéria e detentores das “suas” verdades, não deixaram de fustigar um e de perseguir o outro que, nesta ocasião, não eram nem mais nem menos que caçadores.
Uma vez mais este grupo social esteve na berlinda da pior publicidade. A caça caiu assim no “diz que disse” das festas plebeias, sendo maltratada com razão ou sem ela, com ou sem conhecimento de causa. Daqui resultou que, numa sociedade que assenta na matemática como é a democrática, houvesse um milhão de espanhóis a quem se negou o mais elementar direito de respeito, os quais, não se sabe com que argumentos, foram injuriados sem que ninguém se escandalizasse.
Este caso permite-me concluir que há minorias mimadas e colectividades maioritárias que são utilizadas como arma de arremesso.
O instinto recolector que os humanos têm impresso nos seus genes é por si só a origem da Caça e de outras diferentes actividades humanas. Ao contrário do que acontece com outros instintos como o da alimentação para a sobrevivência ou o sexual para a continuação da espécie – que são cultivados e engrandecidos – o instinto predador não é reconhecido pela sociedade actual.
Se recordarmos toda a historia da arte, constatamos que a Caça foi não só fonte de inspiração nas suas primeiras manifestações, como se manteve ao longo de séculos e séculos. Exemplos disso são as grutas de Altamira com os seus bisontes cheios de vida e de realismo que ainda hoje causam a admiração de todos os que por ali passam.
Depois há todo um rosário de obras que se segue, tais como o friso de Kalah representando as caçadas de Asurbanipal, rei da Mesopotâmia, os frescos de San Baudilio de Berlanga, os desenhos de Durero ou os óleos de Cranach, Brueghel, Velásquez e Goya, que nos dão matéria para meditar e questionarmo-nos porque terá sido que estes artistas se inspiraram na caça para produzirem tão grandiosas obras. E, falando de musas não são unicamente as da pintura ou da escultura as que se inclinam para a cinegética. Na música há igualmente exemplos em número suficiente: o Outono e as Quatro Estações de Vivaldi, ou em Puccini que escreveu grande parte das suas óperas (entre elas La Bohème e Madame Butterfly) alternando a composição musical com a caça aos patos no seu pavilhão de caça situado nas margens do lago Massaciucccoli.
Por outro lado a cinegética ajudou a criar um instrumento musical, a trompa, e um tipo específico de música para o qual existe mais de uma milhar de composições conhecidas.
Na arquitectura de Moritzburg, Chambord e na Pallazina de Stupinigi em Turin, abunda igualmente o conceito de que a caça é criadora de beleza e de veneração ou seja de espiritualidade . Também poderíamos estabelecer a relação entre a caça e a literatura e para isso iríamos rebuscar a memória dos tempos com os escritos de Xenofón e de Oppiano que também escreveram sobre este tema; já na Idade Média e dos escassos textos que se conservam, basta lembrarmos o Livro da Montaria do rei Afonso e o Livro da Caça de Gaston Febo.
Também nos tempos modernos é enormíssimo o número de autores e de obras relacionadas com a Caça.
Sendo assim, como é então possível que uma actividade tão arreigada nas entranhas do Homem, praticada desde sempre e ao longo de séculos, geradora de arte e de espiritualidade provoque, hoje em dia, tanta indiferença se não desprezo por parte de tantos sectores da nossa sociedade?
Por outro lado, o mundo actual é um mundo Urbano, concentrado em cidades que se converteram em “megapólis” completamente arredado do campo e da Natureza, o qual apenas conhece superficialmente de curtas visitas de fins de semana, na procura do ócio. No horizonte do asfalto e do cimento esquecem-se facilmente as leis naturais que acabam por ser consideradas como obsoletas.
No entanto, a morte, também faz parte desta mesma sociedade moderna.
Na Natureza a Vida e a Morte estão indissoluvelmente unidas, fazem parte do futuro e existem em todos os seres.
Por vezes a Morte é Cruel, como acontece com os carnívoros que devoram as suas presas ainda vivas, porque necessitam da descarga de adrenalina que este facto lhes proporciona, ou como com a Louva-a-Deus, que mata e devora o macho imediatamente após a fecundação.
A Natureza não é dócil nem sequer amável, mas na nossa civilização de plástico, todos parecem esquecê-lo ou não querer recordá-lo. E a caça, enquanto actividade primária com morte, é condenada sem apelo nem agravo.
Curiosamente, nestas sociedades modernas, a Morte é não só compreendida como bem aceite para todos os animais inferiores como por exemplo alguns insectos e répteis. É igualmente aceite e compreendida para alguns mamíferos que se consideram repugnantes – como os ratos – e seguramente para todos os animais domésticos considerados como base da alimentação humana.
Aliás, a nossa sociedade desenvolveu um sentimento de culpa em relação ao Ambiente e responsabiliza o homem por ter desequilibrado a Natureza, generalizando a ideia de que a actividade humana é perversa, pelo que mais uma vez se critica a caça como se ela fosse a origem de todos os males.
A utopia do Homem Inocente de Rosseau mudou-se para uma Natureza primária na qual o Homem deixou de ter lugar, já para não falar no caçador que é encarado como paradigma de destruição.
Pensar desta forma é o mesmo que criticar o ganadeiro por criar animais destinados ao matadouro.
Por sua vez o caçador, porque sabe que a sua actividade implica consumo, dedica especial atenção á renovação dos efectivos. Porque retira animais específicos, porque se preocupa com o vigor e com a abundância da espécie e se converte assim, egoisticamente, num conservador da Natureza.
A experiência vivida em algumas regiões de África, bem como em muitas montanhas da América e da Ásia confirmou que as espécies venatórias se potenciaram para a caça até um nível que era difícil imaginar. As populações locais compreenderam que era muito mais interessante cuidar dos animais do que utiliza-los como alimento e em consequência aumentou largamente o seu número e restabeleceu-se o equilíbrio ecológico. Foi devido à caça que se instalou a preocupação com o desenvolvimento e a vitalidade da fauna silvestre.
Ao contrário do que aconteceu nas regiões onde se fechou ou interditou a caça.
Em zonas densamente povoadas como acontece em toda a Europa, foram novamente os caçadores que possibilitaram a convivência entre os animais bravios e o Homem, fosse através do fornecimento de alimento nos períodos de crise, fosse protegendo ou coutando terrenos, fosse ainda regulando a sua densidade.
Em Espanha a Caça merece todo o respeito por se tratar de uma actividade que ocupa directamente 100 000 pessoas, cujos coutos ocupam cerca de 80% do território do país e gera uma economia cifrada em cerca de 5 000 milhões de euros, a qual incide especialmente em zonas deprimidas ou pobres, o que revaloriza mais ainda o seu impacto.
Os caçadores merecem igual ou maior respeito não só porque a sua condição humana o exige e por serem mais de um milhão de pessoas, mas também porque a sua acção é importante para o equilíbrio ecológico, e ainda porque o caçador do século XXI é um apaixonado da Natureza consciente de que o seu valor não se mede pelo número de peças abatidas mas sim pela forma como actua e pelo cuidado que dedica aos seus comportamentos. Não atirar também é Caçar.
Este novo texto foi uma resposta ao meu amigo e companheiro de caça, António Inácio, alentejano caçador de origens e raízes, experiente monteiro e co-fundador da Escola de Caça do Clube de Caçadores Alvorada-pt.com. Para o Inácio tudo o que tenha a ver com campo e a Natureza é caçar...
Não atirar também é Caçar.
Apesar de ter sido conjuntamente com o Inácio o quase responsável deste polémico (e interessantíssimo) tema de discussão, peço desculpa por ainda não ter manifestado a minha posição sobre o assunto, primeiro porque estive fora uma semana e depois porque durante o fim de semana estive a "trabalhar" em caça.
Como disse da primeira vez, caçar implica a descoberta, perseguição e eventual cobro de um animal. É assim que acontece desde o princípio dos tempos, quer com o Homem enquanto animal racional, quer na Natureza com a forma de vida de todos os predadores. Logo, no nosso caso, caçamos com arma de fogo com o objectivo de encontrarmos uma peça de caça (maior ou menor), de atirarmos e a cobrarmos para efeito de consumo de sua carne (ou não).
Caçar é apenas e tão só isto.
A presente discussão extravasou e saiu fora do problema inicial: que era a observação do meu amigo Inácio o qual referia ter ido ao campo ver ou tratar dos cevadores, observar rastos, etc., etc., e que no fim disse que tinha " caçado mas não tinha morto ( ou atirado), e que isto também era caçar. (Desculpa-me Inácio se cometi alguma imprecisão mas já lá vai algum tempo...).
Como disse da primeira vez, caçar implica a descoberta, perseguição e eventual cobro de um animal. É assim que acontece desde o princípio dos tempos, quer com o Homem enquanto animal racional, quer na Natureza com a forma de vida de todos os predadores. Logo, no nosso caso, caçamos com arma de fogo com o objectivo de encontrarmos uma peça de caça (maior ou menor), de atirarmos e a cobrarmos para efeito de consumo de sua carne (ou não).
Caçar é apenas e tão só isto.
A presente discussão extravasou e saiu fora do problema inicial: que era a observação do meu amigo Inácio o qual referia ter ido ao campo ver ou tratar dos cevadores, observar rastos, etc., etc., e que no fim disse que tinha " caçado mas não tinha morto ( ou atirado), e que isto também era caçar. (Desculpa-me Inácio se cometi alguma imprecisão mas já lá vai algum tempo...).
E foi então que lancei o repto de tal não ser caçar...
Este fim de semana estive todo o tempo desde sexta-feira á tarde, no centro do país, caçando veados, apesar de no sábado nem sequer levar comigo uma arma de fogo. Mas integrei um grupo de caça, onde existiam duas armas de fogo (carabinas), acompanhando o guia de caça e contribuindo para o cobro da peça. CACEI. ( apesar de não ter disparado e de nem sequer levar arma).
No domingo possibilitaram-me a gentileza de portar a minha carabina e tentarmos abater um animal para consumo próprio e, logicamente, desfrutarmos um pouco da presença no local.
Continuei a caçar.
Ao fim da manhã e cansado do esforço da véspera, farto de arrastar a minha .300 Magnum com um óculo que pesa 1Kg. decidi, numa passagem pelo monte, trocá-la pela minha mono tiro basculante em calibre .243 W que era muito mais leve e confortável de acartar.
Cerca das 11.00 (iniciámos as hostilidades ás 5.00 da madrugada) o meu guia indica-me uma fêmea de veado ( cria do ano anterior) para abate, dentro de um pinhal denso e com centenas de ramos secos de pinheiro entre mim e os animais ( que eram 6). Decido não arriscar o tiro através dos ramos devido às características do calibre (que bem conheço).
Alguns segundos depois o animal destinado ao abate move-se e destapa-se para uma zona mais aberta e preparo-me para lhe atirar, quando se chega também a progenitora que se coloca exactamente ao seu lado.
E recuso o tiro porque tinha o receio de matar dois animais com o mesmo tiro ou matar um e ferir o segundo, apesar do responsável local que me acompanhava insistir na ordem de tiro.
Nova movimentação dos animais. A cria agora está sozinha, meio encoberta e apenas lhe vejo cabeça completamente destapada. Informo o guia que vou tentar o tiro à cabeça, armo o gatilho de cabelo e quando o indicador direito se posiciona sobre o metal frio do gatilho, os animais arrancam todos e perco a última oportunidade.
Mais uma vez, amigos, CACEI... e de que maneira, caros amigos.
No entanto, na sexta-feira, assim que chegámos, fomos para o campo... ver outra propriedade. Passeamos pelos pontos de água e fomos ter uma noção da densidade de animais existentes. Vimos Veados, Cervas, Crias deste e doutros anos, vimos javalis (tantos que nem sei precisar o número e de dia sim, porque a zona é imensamente tranquila...) e tentámos encontrar um ou outro corço (também presentes na área).
Mas NÃO CACEI... apenas desfrutei o campo e a Natureza, dei um passeio pelo campo, tirei fotografias etc. Faltou, para ser caça, o objectivo primordial: a busca da peça com o objectivo do cobro.
E estas são para mim, as diferenças entre caçar e não caçar. Claro que adorei andar no campo, e com o meu instinto de caçador ( e de predador), sempre que saio do alcatrão ando sempre com "o nariz no chão" tentando ler o terreno - é instintivo - mesmo quando saio com a família, para o campo. Mas então não ando a caçar, mas tão só a passear.
(Publicado no Fórum Alvorada-pt.com em 15/06/2009) Ilustrações do autor do domínioContinuei a caçar.
Ao fim da manhã e cansado do esforço da véspera, farto de arrastar a minha .300 Magnum com um óculo que pesa 1Kg. decidi, numa passagem pelo monte, trocá-la pela minha mono tiro basculante em calibre .243 W que era muito mais leve e confortável de acartar.
Cerca das 11.00 (iniciámos as hostilidades ás 5.00 da madrugada) o meu guia indica-me uma fêmea de veado ( cria do ano anterior) para abate, dentro de um pinhal denso e com centenas de ramos secos de pinheiro entre mim e os animais ( que eram 6). Decido não arriscar o tiro através dos ramos devido às características do calibre (que bem conheço).
Alguns segundos depois o animal destinado ao abate move-se e destapa-se para uma zona mais aberta e preparo-me para lhe atirar, quando se chega também a progenitora que se coloca exactamente ao seu lado.
E recuso o tiro porque tinha o receio de matar dois animais com o mesmo tiro ou matar um e ferir o segundo, apesar do responsável local que me acompanhava insistir na ordem de tiro.
Nova movimentação dos animais. A cria agora está sozinha, meio encoberta e apenas lhe vejo cabeça completamente destapada. Informo o guia que vou tentar o tiro à cabeça, armo o gatilho de cabelo e quando o indicador direito se posiciona sobre o metal frio do gatilho, os animais arrancam todos e perco a última oportunidade.
Mais uma vez, amigos, CACEI... e de que maneira, caros amigos.
No entanto, na sexta-feira, assim que chegámos, fomos para o campo... ver outra propriedade. Passeamos pelos pontos de água e fomos ter uma noção da densidade de animais existentes. Vimos Veados, Cervas, Crias deste e doutros anos, vimos javalis (tantos que nem sei precisar o número e de dia sim, porque a zona é imensamente tranquila...) e tentámos encontrar um ou outro corço (também presentes na área).
Mas NÃO CACEI... apenas desfrutei o campo e a Natureza, dei um passeio pelo campo, tirei fotografias etc. Faltou, para ser caça, o objectivo primordial: a busca da peça com o objectivo do cobro.
E estas são para mim, as diferenças entre caçar e não caçar. Claro que adorei andar no campo, e com o meu instinto de caçador ( e de predador), sempre que saio do alcatrão ando sempre com "o nariz no chão" tentando ler o terreno - é instintivo - mesmo quando saio com a família, para o campo. Mas então não ando a caçar, mas tão só a passear.
CAÇA E SEGURANÇA
O texto que se segue, foi publicado na revista Caça Maior e Safaris e teve como objectivo chamar a atenção das entidades organizadoras de Montarias para a sua responsabilidade nas questões da segurança de tiro.
CAÇA E SEGURANÇA
A notícia recente de mais um acidente de caça, ocorrido durante uma Montaria, leva-nos a questionar de novo o problema da segurança nas Montarias e de uma forma mais geral, na Caça. Todos sabemos que a prática da actividade venatória, associada ao uso das armas de fogo, implica a existência de risco. No entanto, este risco deve ser assumido de forma responsável e ponderada. Para tanto será desnecessário recordar todo um conjunto de regras e de normas de segurança sobre armas de fogo, que até são do conhecimento do maioria dos caçadores mas que estes fazem questão de esquecer caindo assim, por terra, o conceito da responsabilidade. Por sua vez, no rebuscar dos mais primitivos instintos, o caçador transforma-se num predador maior alheando-se de tudo o que o rodeia e visualiza apenas a sua preza. Assim, e sem sequer se aperceber, perde a ponderação.
E o acidente acontece!
Se por um lado, os acidentes com armas de fogo que acontecem no decurso das práticas de Caça Menor têm consequências mais ou menos superáveis, o mesmo não se pode dizer quando a munição utilizada é uma bala disparada por uma espingarda de caça, ou pior, por uma carabina. Nestas situações o risco é tão grande que compromete a Vida Humana.
Por outro lado, as jornadas de caça não acontecem espontaneamente. No presente modelo de Regime Ordenado, qualquer actividade venatória implica a definição de um espaço, a escolha do processo de caça e a orientação dos caçadores no terreno – logo uma organização - considerando que a maioria dos participantes serão de fora da região ou área de caça seleccionada.
E esta questão arrasta-nos, irremediavelmente, para o actual panorama das montarias, em Portugal.
Todos sabemos que qualquer tipo de zona de caça, nos tempos presentes, “organiza” montarias. Chegamos ao ponto de realizar, no mesmo distrito e no mesmo dia, 5, 10 e mais montarias em simultâneo, sendo certo que o actual modelo de licenciamento facilitou o aumento da procura para este tipo de realizações. A montaria passou assim a ser encarada, pelas entidades gestoras, como uma forma mais fácil e mais rápida de angariar os fundos que sempre necessitam. E ao pretenderem realizar tantas montarias esquecem que a Segurança é a regra básica e fundamental quando se “arma” uma mancha. Esquecem-se também, com frequência, das regras de sustentabilidade da fruição dos recursos e esquecem-se de igual modo das regras básicas e de todos os pressupostos inerentes à organização responsável deste tão nobre processo de caça.
No caso vertente, disseram alguns dos presentes, que os postos estavam marcados ao longo de uma caminho recto e plano, e que apenas distariam, uns dos outros, cerca de 30 metros. Ora, só podemos entender este distanciamento entre postos pela “necessidade” de colocar na mancha um número de caçadores que esta não comportava. Só podemos igualmente entender que o acidente tenha ocorrido porque quem marcou aqueles postos não sabia como o devia fazer em relação ao caminho e em relação à mancha, apesar de se dizer que o caçador atingido se teria deslocado do seu posto. Face a estas declarações como entender então que um dos postos, ao atirar a um javali com bala de caçadeira tenha varado o animal e o caçador do posto anexo e que a bala tenha caído, já sem força, aos pés de um terceiro que se encontrava imediatamente a seguir?
Nova questão se levanta se considerarmos, outra vez, o problema da responsabilidade.
Sendo certo que pelo simples facto de ser portador de uma arma de fogo a responsabilidade maior cabe ao autor do disparo, como tipificar então a responsabilidade da entidade organizadora que marcou aqueles postos? Como entender ou aceitar tantos desconhecimentos que não só podem pôr em causa a Segurança como, mais grave ainda, a Vida Humana?
Logo se fizeram ouvir vozes que propunham soluções de remedeio para evitar este tipo de acidentes: desde o uso obrigatório de coletes de sinalização até à proibição da marcação de postos nos caminhos, passando pela formação cívica do caçador e a realização prévia de testes psicotécnicos. Não seria mais eficaz responsabilizar as entidades organizadoras pelo cumprimento das mais elementares normas de Segurança?
Qualquer organizador de montaria deve ter sempre bem presente o factor risco inerente ao acto que se pretende levar a cabo e assim, organizar toda jornada de modo a tornar os ditos acidentes impossíveis.
Como?
- Utilizando as linhas de água para demarcar as diferentes armadas, fazendo com todos os tiros possíveis impactem na barreira oposta à localização dos postos;
- Distanciando os postos de forma que um eventual tiro lateral não possa ter consequências, usando para esse efeito os declives e curvas do terreno;
- Não sobrelotando as manchas, ou seja marcando apenas os postos que esta responsavelmente comporta, tendo em conta as considerações anteriores;
- Nunca marcando postos em locais onde o acidente seja possível, mesmo de forma fortuita. É preferível deixar sair animais sem serem atirados, do que facilitar um acidente.
- Cumprindo e fazendo cumprir escrupulosamente todas as normas e regras de segurança da Montaria que se encontram publicitadas.
Se todos os que organizam montarias tentarem cumprir com estas regras de segurança, certamente estarão a oferecer uma jornada de caça muito mais segura, logo de muito maior qualidade, contribuindo para que probabilidade do acidente acontecer seja mínima, senão quase impossível.
(Publicado na Caça Maior e Safaris, nº17 Março/Abril de 2010)
Texto e Ilustrações do autor do domínio
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