Este novo texto foi uma resposta ao meu amigo e companheiro de caça, António Inácio, alentejano caçador de origens e raízes, experiente monteiro e co-fundador da Escola de Caça do Clube de Caçadores Alvorada-pt.com. Para o Inácio tudo o que tenha a ver com campo e a Natureza é caçar...
Não atirar também é Caçar.
Apesar de ter sido conjuntamente com o Inácio o quase responsável deste polémico (e interessantíssimo) tema de discussão, peço desculpa por ainda não ter manifestado a minha posição sobre o assunto, primeiro porque estive fora uma semana e depois porque durante o fim de semana estive a "trabalhar" em caça.
Como disse da primeira vez, caçar implica a descoberta, perseguição e eventual cobro de um animal. É assim que acontece desde o princípio dos tempos, quer com o Homem enquanto animal racional, quer na Natureza com a forma de vida de todos os predadores. Logo, no nosso caso, caçamos com arma de fogo com o objectivo de encontrarmos uma peça de caça (maior ou menor), de atirarmos e a cobrarmos para efeito de consumo de sua carne (ou não).
Caçar é apenas e tão só isto.
A presente discussão extravasou e saiu fora do problema inicial: que era a observação do meu amigo Inácio o qual referia ter ido ao campo ver ou tratar dos cevadores, observar rastos, etc., etc., e que no fim disse que tinha " caçado mas não tinha morto ( ou atirado), e que isto também era caçar. (Desculpa-me Inácio se cometi alguma imprecisão mas já lá vai algum tempo...).
Como disse da primeira vez, caçar implica a descoberta, perseguição e eventual cobro de um animal. É assim que acontece desde o princípio dos tempos, quer com o Homem enquanto animal racional, quer na Natureza com a forma de vida de todos os predadores. Logo, no nosso caso, caçamos com arma de fogo com o objectivo de encontrarmos uma peça de caça (maior ou menor), de atirarmos e a cobrarmos para efeito de consumo de sua carne (ou não).
Caçar é apenas e tão só isto.
A presente discussão extravasou e saiu fora do problema inicial: que era a observação do meu amigo Inácio o qual referia ter ido ao campo ver ou tratar dos cevadores, observar rastos, etc., etc., e que no fim disse que tinha " caçado mas não tinha morto ( ou atirado), e que isto também era caçar. (Desculpa-me Inácio se cometi alguma imprecisão mas já lá vai algum tempo...).
E foi então que lancei o repto de tal não ser caçar...
Este fim de semana estive todo o tempo desde sexta-feira á tarde, no centro do país, caçando veados, apesar de no sábado nem sequer levar comigo uma arma de fogo. Mas integrei um grupo de caça, onde existiam duas armas de fogo (carabinas), acompanhando o guia de caça e contribuindo para o cobro da peça. CACEI. ( apesar de não ter disparado e de nem sequer levar arma).
No domingo possibilitaram-me a gentileza de portar a minha carabina e tentarmos abater um animal para consumo próprio e, logicamente, desfrutarmos um pouco da presença no local.
Continuei a caçar.
Ao fim da manhã e cansado do esforço da véspera, farto de arrastar a minha .300 Magnum com um óculo que pesa 1Kg. decidi, numa passagem pelo monte, trocá-la pela minha mono tiro basculante em calibre .243 W que era muito mais leve e confortável de acartar.
Cerca das 11.00 (iniciámos as hostilidades ás 5.00 da madrugada) o meu guia indica-me uma fêmea de veado ( cria do ano anterior) para abate, dentro de um pinhal denso e com centenas de ramos secos de pinheiro entre mim e os animais ( que eram 6). Decido não arriscar o tiro através dos ramos devido às características do calibre (que bem conheço).
Alguns segundos depois o animal destinado ao abate move-se e destapa-se para uma zona mais aberta e preparo-me para lhe atirar, quando se chega também a progenitora que se coloca exactamente ao seu lado.
E recuso o tiro porque tinha o receio de matar dois animais com o mesmo tiro ou matar um e ferir o segundo, apesar do responsável local que me acompanhava insistir na ordem de tiro.
Nova movimentação dos animais. A cria agora está sozinha, meio encoberta e apenas lhe vejo cabeça completamente destapada. Informo o guia que vou tentar o tiro à cabeça, armo o gatilho de cabelo e quando o indicador direito se posiciona sobre o metal frio do gatilho, os animais arrancam todos e perco a última oportunidade.
Mais uma vez, amigos, CACEI... e de que maneira, caros amigos.
No entanto, na sexta-feira, assim que chegámos, fomos para o campo... ver outra propriedade. Passeamos pelos pontos de água e fomos ter uma noção da densidade de animais existentes. Vimos Veados, Cervas, Crias deste e doutros anos, vimos javalis (tantos que nem sei precisar o número e de dia sim, porque a zona é imensamente tranquila...) e tentámos encontrar um ou outro corço (também presentes na área).
Mas NÃO CACEI... apenas desfrutei o campo e a Natureza, dei um passeio pelo campo, tirei fotografias etc. Faltou, para ser caça, o objectivo primordial: a busca da peça com o objectivo do cobro.
E estas são para mim, as diferenças entre caçar e não caçar. Claro que adorei andar no campo, e com o meu instinto de caçador ( e de predador), sempre que saio do alcatrão ando sempre com "o nariz no chão" tentando ler o terreno - é instintivo - mesmo quando saio com a família, para o campo. Mas então não ando a caçar, mas tão só a passear.
(Publicado no Fórum Alvorada-pt.com em 15/06/2009) Ilustrações do autor do domínio
Continuei a caçar.
Ao fim da manhã e cansado do esforço da véspera, farto de arrastar a minha .300 Magnum com um óculo que pesa 1Kg. decidi, numa passagem pelo monte, trocá-la pela minha mono tiro basculante em calibre .243 W que era muito mais leve e confortável de acartar.
Cerca das 11.00 (iniciámos as hostilidades ás 5.00 da madrugada) o meu guia indica-me uma fêmea de veado ( cria do ano anterior) para abate, dentro de um pinhal denso e com centenas de ramos secos de pinheiro entre mim e os animais ( que eram 6). Decido não arriscar o tiro através dos ramos devido às características do calibre (que bem conheço).
Alguns segundos depois o animal destinado ao abate move-se e destapa-se para uma zona mais aberta e preparo-me para lhe atirar, quando se chega também a progenitora que se coloca exactamente ao seu lado.
E recuso o tiro porque tinha o receio de matar dois animais com o mesmo tiro ou matar um e ferir o segundo, apesar do responsável local que me acompanhava insistir na ordem de tiro.
Nova movimentação dos animais. A cria agora está sozinha, meio encoberta e apenas lhe vejo cabeça completamente destapada. Informo o guia que vou tentar o tiro à cabeça, armo o gatilho de cabelo e quando o indicador direito se posiciona sobre o metal frio do gatilho, os animais arrancam todos e perco a última oportunidade.
Mais uma vez, amigos, CACEI... e de que maneira, caros amigos.
No entanto, na sexta-feira, assim que chegámos, fomos para o campo... ver outra propriedade. Passeamos pelos pontos de água e fomos ter uma noção da densidade de animais existentes. Vimos Veados, Cervas, Crias deste e doutros anos, vimos javalis (tantos que nem sei precisar o número e de dia sim, porque a zona é imensamente tranquila...) e tentámos encontrar um ou outro corço (também presentes na área).
Mas NÃO CACEI... apenas desfrutei o campo e a Natureza, dei um passeio pelo campo, tirei fotografias etc. Faltou, para ser caça, o objectivo primordial: a busca da peça com o objectivo do cobro.
E estas são para mim, as diferenças entre caçar e não caçar. Claro que adorei andar no campo, e com o meu instinto de caçador ( e de predador), sempre que saio do alcatrão ando sempre com "o nariz no chão" tentando ler o terreno - é instintivo - mesmo quando saio com a família, para o campo. Mas então não ando a caçar, mas tão só a passear.
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