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Atletismo parte 7

A PISTA

Pode ter o fundo permeável ou impermeável, indiferentemente. São permeáveis, isto é, absorvem a água, as pistas de terra, saibro ou gramado. São impermeáveis as construídas à base de substâncias químicas, como o Tartan, o Rekortan, o Rubkor e o Bitumvelox. Em geral, as pistas impermeáveis permitem melhor desempenho atlético. Porém, exigem um treinamento específico, já que a batida do pé sobre o piso é mais dura. A pista está dividida em raias, cuja largura varia entre 1,22 m e 1,27 m, delimitadas por faixas brancas de 5 cm. A linha de chegada é perpendicular à margem interna da pista. Para as provas masculinas de 110 m com barreiras, os obstáculos têm 106 cm de altura; para os 400 m (também prova masculina), têm 91,4 cm. Para as provas femininas de 100 m, têm 84 cm. Geralmente, os obstáculos são feitos de metal e a travessa superior é feita de madeira. Na corrida de 3000 m com barreiras, o obstáculo deve ser saltado 28 vezes e é constituído de uma barra que fica entre 91,1 cm e 91,7 cm do solo; sua largura mínima é de 3,96 m. O fosso cheio de água, localizado logo em seguida ao obstáculo, tem boca quadrada, com 3,66 m de lado, e 70 cm de profundidade na parte mais próxima à barreira, alcançando gradualmente o nível do terreno à medida em que se afasta da mesma.
Atletismo
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Atualmente, as melhores pistas do Brasil se localizam em universidades e em centros esportivos mantidos por órgãos públicos, o que acaba limitando o número de praticantes. São poucos os clubes sociais que oferecem condições para a prática dos esportes do atletismo. Apesar deste quadro negativo, há, no mercado nacional, empresas as quais oferecem várias opções de sistemas de construção de pistas. Dessa forma, o administrador pode escolher a versão que melhor se adeqüe as suas necessidades e condições financeiras. É essencial destacar que os especialistas em construções esportivas estão desenvolvendo novas tecnologias para que o atleta interaja com a superfície e possa tirar o máximo de proveito do material utilizado, o que possibilita resultados melhores e quebras de recordes.

Do carvão aos materiais sintéticos

A atual tecnologia beneficia o uso de materiais sintéticos, especialmente desenvolvidos para a prática dos esportes. Tal fato é de grande importância, se forem consideradas as condições nas quais estas mesmas pistas eram construídas há algumas décadas. As raias olímpicas, por exemplo, há 50 anos, eram feitas com carvão, o que conferia um aspecto escuro, além de exigir enorme esforço dos atletas.
Outra alternativa que também continua sendo divulgada e usada por atletas amadores e profissionais é a pista de saibro. Apesar de sua construção ter um custo mais baixo que os outros sistemas, o saibro exige manutenção constante e trabalhosa, e pode-se dizer que chega a ser artesanal.
A década de 60 marcou a chegada do “Tartan”, um tipo de piso que ficou conhecido por este nome mas que, na realidade, trata-se de uma marca registrada pela 3M, a qual já saiu do mercado. No Brasil, o “Tartan” não passou de uma alternativa cara e pouco divulgada.
Na mesma época, apareceram as pistas feitas com material em resina poliuretânica com mistura de grânulos de borracha EPDM, que continua em franco crescimento.
Havia, ainda, pistas com placas de borracha fabricadas com pó de carcaça de pneus. Seu principal problema, por ser um material reciclado, era a influência direta na qualidade, não tendo estabilidade dimensional e descolando-se com freqüência da base de concreto.
Apesar do mercado mundial estar em constante crescimento, nas décadas de 70 e 80, o Brasil ficou à margem e não evoluiu por diversas razões, principalmente financeiras. Nesse contexto, as condições oferecidas aos atletas brasileiros eram precárias, obrigando-os a sair do país.
Os anos 90 marcaram uma nova fase para o atletismo nacional, especialmente na segunda metade da década. As empresas presentes no mercado brasileiro passaram a oferecer alternativas mais viáveis para a construção de pistas, com materiais e tecnologias desenvolvidos aqui. Os clubes locais tiveram acesso à raias olímpicas com um bom nível de qualidade, através da tecnologia dos compostos de resina de poliuretano e partículas de borracha, os quais poderiam ser moldados in loco ou oferecidos em mantas de borracha.
O país teve acesso, inclusive, ao mais moderno sistema, usado em várias Olimpíadas, que se trata das mantas de borracha natural contínuas e vulcanizadas, da marca italiana Mondo.

A escolha do piso

Há duas opções indicadas para a construção de uma pista de atletismo: sistema em poliuretano ou em mantas de borracha natural. Ambas estão disponíveis no país. Isso possibilita que atletas brasileiros tenham contato com pistas de qualidade internacional.
No caso das pistas com sistema em poliuretano, são três as opções existentes. A diferença está na espessura da manta de grânulos, com influência direta na qualidade.
A primeira opção é composta por uma base formada pela manta de grânulos de carcaça de pneu com jateamento de borracha de EPDM. Dessa maneira, o piso torna-se duro. Devido à espessura da borracha EPDM ser fina, desgasta-se rapidamente, o que prejudica o desempenho do atleta. Apesar de ser o sistema mais barato, requer manutenções freqüentes e, na maioria das vezes, dispendiosas. É indicado para pistas de clubes para a prática de cooper e para o treinamento e competições locais de amadores, sem a intenção de formação e desempenho de atletas profissionais.
Se a intenção é ter uma pista com melhor qualidade, deve-se considerar o sistema em poliuretano com a mesma base do primeiro modelo. Porém, a base recebe uma camada de resina poliuretânica mesclada ao EPDM. O método de construção cria uma proteção sobre a base. Assim, aumenta-se a sua espessura e o piso torna-se mais resistente. É ideal para o uso na formação e treinamento de atletas amadores e profissionais. Seu custo é intermediário.
O terceiro sistema é todo feito com resina de poliuretano em camadas. Na base, os grânulos de borracha EPDM são misturados com a resina. Trata-se de um produto nobre, ideal para pistas e circuitos de alta categoria, indicado para o trabalho com profissionais. Apesar de também sofrer desgaste com a ação do tempo, este sistema é utilizado com freqüência em competições internacionais. Seu custo é válido pela alta qualidade do produto.
Já os pisos em borracha natural em manta pré-fabricada foram desenvolvidos especialmente para a quebra de recordes de várias modalidades, devido ao seu desempenho superficial mais homogêneo. O sistema é formado por duas camadas de borracha vulcanizadas, o que caracteriza o produto como um piso de alta durabilidade. Fabricado pela empresa italiana Mondo, divide-se em duas linhas: os pisos rápidos para a quebra de recordes e os pisos para treinamentos, condicionamentos e competições mundiais. A aplicação é feita em base asfáltica drenante e está disponível em várias espessuras. O fornecimento é feito em bobinas.
O Mondo é um piso texturizado, fácil de limpar e de manter. Devido ao sistema de vulcanização da borracha, este tipo de piso apresenta uma boa durabilidade. Quando houver necessidade de repará-lo, isto poderá ser feito sem maiores dificuldades por um profissional especializado, indicado pela empresa representante da Mondo no Brasil.
“A melhor pista, na minha opinião, é a construída com material sintético. Mesmo assim, é preciso ter atenção especial para a densidade da pista, que influencia diretamente nos resultados. Para o treinamento, o ideal é contar com pistas menos densas. Para as competições, é preciso realizá-las em pistas mais densas”. (Frase de Ricardo D’Angelo, um dos seis treinadores do Funilense, tradicional clube de atletismo de Cordeirópolis, interior do estado de São Paulo, que conquistou, consecutivamente, os últimos oito títulos brasileiros.)

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