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Como montar um PC - parte 16: Formatação do disco rígido e ajustes finais

Etapa 7: Formatação do disco rígido]

 

Desde a versão 2.0 do MS-DOS, o processo de inicialização do disco rígido é feito da mesma forma, através dos programas FDISK.EXE e FORMAT.COM. O FDISK realiza uma etapa chamada particionamento. Ela é necessária para que o sistema operacional reconheça o disco rígido como sendo um drive C, ou ainda um grupo de drives (podemos usar o FDISK para dividir o disco rígido em diversos drives lógicos, como mostraremos mais adiante). Depois que o disco rígido é dividido em um ou mais drives lógicos, é preciso realizar a formatação lógica de cada um desses drives. Esta etapa é realizada pelo programa FORMAT. Antes de usar os pro­gramas FDISK e FORMAT, o disco rígido existe apenas a nível de hardware (desde que tenha sido corretamente declarado no CMOS Setup). Se neste mo­mento tentarmos executar um boot pelo disco rígido, será apresentada uma mensa­gem de erro, como:
NO ROM BASIC, SYSTEM HALTED
ou então
PRESS ANY KEY TO REBOOT
ou ainda
Boot Failure
Insert BOOT diskette in A:
Press any key when ready
Para usar os programas FDISK e FORMAT, precisamos providenciar um disquete com o seguinte conteúdo:
  • O boot do sistema operacional
  • O programa FDISK.EXE
  • O programa FORMAT.COM
Você pode obter este disquete facilmente, a partir de um computador que já tenha o sistema operacional instalado. No Windows 95, Windows 98 e Windows ME, este disquete é gerado da mesma forma. Em um computador que já esteja equipado com o Windows, execute o Prompt do MS-DOS sob o Windows, coloque um disquete no drive A e use os comandos:
FORMAT A: /U /S
COPY C:\WINDOWS\COMMAND\FDISK.EXE A: /V
COPY C:\WINDOWS\COMMAND\FORMAT.COM A: /V
Utilize preferencialmente um computador com a mesma versão de sistema operacional que você deseja instalar. Se isto não for possível, utilize ao menos uma versão que tenha FAT32. As versões do Windows com FAT32 são:
  • Windows 95 OSR2
  • Windows 98
  • Windows 98SE
  • Windows ME
Com a FAT32 podemos criar drives lógicos com mais de 2 GB, coisa que não era possível no antigo sistema de arquivos, a FAT16.
OBS.: Se para inicializar o seu disco rígido você usar o disquete de inicialização que é fornecido junto com o Win­dows, pressione a tecla SHIFT no início do boot, antes de aparecer a mensagem “Iniciando o Windows...”. Isto fará com que sejam ignorados os arquivos CONFIG.SYS e AUTOEXEC.BAT. Será apresentada a mensagem “O Windows está ignorando seus arquivos de inicialização”
OBS.: Pelo menos para usar o FDISK e o FORMAT, não instale neste disquete, outros programas através do CONFIG.SYS e do AUTOEXEC.BAT. Se isto for feito, existirá menos memória convencional disponível, e você po­derá não conseguir usar o FORMAT.COM, por memória insuficiente.
Realize um boot com este disquete e só por curiosidade, tente acessar o drive C, usando por exemplo, o comando “DIR C:”. Você poderá observar que o drive C não estará acessível, e será apresentada a seguinte mensa­gem de erro:
Especificação de unidade inválida
Isto significa que o disco rígido ainda não é reconhecido pelo sistema ope­racional. O reconhecimento só será feito após o uso do programa FDISK.

Formatando o disco rígido com partição única

Veremos agora como usar os programas FDISK e FORMAT para preparar e for­matar o disco rígido, fazendo com que seja usado integralmente como um único drive C. Isto é o que chamamos de partição única. Na próxima seção, veremos como usar o FDISK e o FORMAT para particionar o disco rígido em dois ou mais drives lógicos.
Nas telas que se seguem, tomamos como exemplo o FDISK e o FORMAT do Windows Millennium Edition. Se você estiver usando uma versão mais antiga do Windows, a opera­ção do FDISK e FORMAT será idêntica.
Ao executarmos o FDISK será apresen­tada uma tela como a da figura 86. Basicamente é perguntado se desejamos usar a FAT32. Respondemos que SIM, o que é mais recomendável, para dar suporte a discos de maior capacidade, sem necessidade de dividi-los em vários drives lógicos, e também para reduzir o espaço desperdiçado devido a clusters grandes. Depois disso, o FDISK passa à tela da figura 87.

Figura 11.86 - O FDISK pergunta se desejamos usar a FAT32.
OBS.: Se as mensagens apresentadas na sua tela tiverem alguns caracteres estranhos ao invés de certos caracteres acentuados da língua portuguesa, não se preocupe. Isto ocorre porque os programas e mensagens do “modo MS-DOS” usado no Windows e mesmo das versões em português do MS-DOS, fazem o uso da página de có­digo 850 (internacional), que dá acesso aos caracteres acentuados. Esta página de código é ativada por co­mandos apropriados nos arquivos CONFIG.SYS e AUTOEXEC.BAT. Como nosso disquete não possui esses co­mandos, esses caracteres não aparecerão corretamente. O disco de inicialização do Windows possui esses comandos, por isso os caracteres aparecem corre­tamente. Não se preocupe, pois isto é apenas um detalhe na exibição das mensagens, e não altera em nada a inicialização que estamos realizando.

Figura 11.87 - Tela principal do FDISK.
Vejamos inicialmente o modo de operação mais simples, no qual o disco rígido será inteiramente usado como sendo o drive C. Isto é o que chama­mos de “partição única”. Para fazer a partição única, basta responder a todas as perguntas do FDISK com ENTER. Por exemplo, no menu apresentado na figura 87, ao respondermos ENTER, estaremos esco­lhendo a opção 1 (Criar Partição do DOS ou Unidade Ló­gica do DOS). Nossa intenção é criar uma única partição que ocupe o disco rígido inteiro. Como esta será a única partição do disco, será chamada de Partição Pri­mária. Quando o disco rígido é dividido em vários drives, temos que criar uma partição primária (que será usada como drive C) e uma partição es­tendida (que englobará os drives lógicos restantes). Mais tarde veremos como fazê-lo. Ao res­ponder à tela da figura 87 com ENTER, será apresen­tada uma outra tela, mostrada na figura 88.

Figura 11.88 - Comandando a criação de uma partição primária.
Ao respondermos ENTER na tela da figura 88, estaremos escolhendo a opção 1 (Criar Partição Primária do DOS). Será então apresentada a tela indicada na figura 89.

Figura 11.89 - Criando uma partição primária ocupando todo o disco rígido.
É perguntado se desejamos utilizar o tamanho má­ximo disponível para a partição primária, ou seja, o drive C. Ao teclar ENTER, estaremos respondendo “Sim”, e estará pronta a partição. Será então mostrada a tela da figura 90. Conforme a tela explica, é preciso reiniciar o computador para que as alterações feitas pelo FDISK passem a ter efeito.

Figura 11.90 - Terminado o trabalho do FDISK
Depois de realizar um novo boot (obviamente através do nosso disquete de iniciali­zação, já que o disco rígido ainda não está totalmente preparado para uso), pode­mos usar o programa FORMAT. Antes de usar o FORMAT, o disco rígido ainda está inacessível. Observe na figura 91 o que acontece se tentarmos acessar o drive C, usando o comando “DIR C:”.

Figura 11.91 - O drive C ainda não pode ser acessado.
A mensagem de erro deve-se ao fato do drive C ainda não ter passado pela forma­tação lógica. Para formatar o drive C, usamos o comando:
FORMAT C:
Será apresentada a seguinte mensagem:
AVISO:
TODOS OS DADOS NA UNIDADE NÃO-REMOVÍVEL C: SERÃO PERDIDOS!
Continuar com a formatação (S/N)?s
Respondemos “S”, e depois de alguns minutos, estará terminada a formatação. Será apresentado um relatório como o da figura 92. Observe que no nosso exemplo, usamos um disco rígido com cerca de 16 GB.

Figura 11.92 - Terminada a formatação do disco rígido.
Depois desta etapa, o disco rígido estará pronto para uso. Você já poderá fazer a instalação do sistema operacional.

Formatando o disco rígido com partições múltiplas

O FDISK pode ser usado para dividir um disco rígido (drive físico) em dois ou mais drives lógicos. Em certas situações, esta divisão pode ser interessante. Por exemplo, podemos usar o drive lógico C para armazenar programas, e o drive ló­gico D para armazenar dados. Isto facilita bastante as operações de backup, pois teremos que fazê-lo apenas no drive D. Alguns usuários gostam de armazenar no drive C, os programas de trabalho, e no drive D, jogos e outras amenidades. Exis­tem casos de PCs que são usados por duas pessoas. Poderia ser dividido, por exemplo, em C para programas, D para os dados do primeiro usuário, e E para os dados do segundo usuário.
Vamos ver agora como dividir o nosso disco rígido de 16 GB em três drives lógicos:
C: 8 GB
D: 6 GB
E: 2 GB (valores aproximados)
O método apresentado pode ser usado para criar quantos drives lógicos você dese­jar, até acabar com as letras do alfabeto. Obviamente, como fica muito difícil ge­renciar um número muito grande de drives, não é conveniente exagerar neste re­curso (o que foi mesmo que gravei no meu drive T: ?).
Esta divisão também é feita através do FDISK, mas só pode ser feita en­quanto o disco rígido ainda não possui dados armazenados, pois sempre que alteramos o seu particionamento, os dados são perdidos. Para fazer esta divisão, temos que executar os seguintes comandos com o FDISK:
a) Criar uma partição primária com 8 GB, que será o drive C.
b) Criar uma partição estendida ocupando todo o restante do disco rígido.
c) Criar o drive lógico D, com 6 GB dentro da partição estendida.
d) Criar o drive lógico E, com 2 GB, dentro da partição estendida.
e) Tornar ATIVA a partição primária, como veremos adiante.
OBS.:    Para que seja possível criar essas partições, é necessário que não tenha sido criada nenhuma outra partição. Na verdade podemos fazê-lo, mas para isto será preciso deletar a partição já existente, através do comando 3 do FDISK (Deletar partição). Isto fará com que todos os dados armazenados no drive lógico cor­respondente sejam perdidos.
Ao executarmos o FDISK e chegarmos à sua tela principal (figura 87), escolhemos a opção 1, pois queremos criar uma partição. Será apresentada a mesma tela da figura 88, na qual escolhemos a opção 1, para criar a partição primária. Quando for apresentada a tela da figura 93, ao invés de respondermos S, devemos responder N, ou seja, não dese­jamos usar o disco inteiro como uma partição única.

Figura 11.93 -
Dizendo NÃO à partição única.
Finalmente será apre­sentada a tela da figura 94, na qual é informada a capacidade máxima do disco, e devemos preencher quantos megabytes queremos usar para a partição primária.

Figura 11.94 -
O FDISK pergunta qual será o tamanho da partição primária.

Figura 11.95 -
Criando uma partição primária com 8000 MB.
Observe que é sugerido o tamanho máximo do disco rígido, que no nosso exemplo é de 16.442 MB. Devemos digitar neste campo, o tamanho que desejamos usar. Ob­serve a figura 95, onde escolhemos o tamanho de 8000 MB.
Uma vez escolhido o tamanho da partição primária, o FDISK apresenta uma tela de informações como a mostrada na figura 96. Devemos teclar ESC para continuar, voltando ao menu principal do FDISK.

Figura 11.96 -
A partição primária foi criada.
Voltando à tela principal do FDISK (figura 97), observamos que é informado o seguinte:
AVISO! Nenhuma partição está ativada, o disco 1 não será inicializável
a não ser que uma partição seja definida como ativa
Mais adiante veremos como definir a partição ativa.

Figura 11.97 -
Na tela principal do FDISK, é informado que precisamos definir uma partição ativa.
Chegou a hora de criar uma segunda partição, chamada de parti­ção estendida, que deverá ocupar todo o espaço restante no disco rígido. Quando dividimos um disco rígido em apenas C e D, o drive C será a parti­ção primária, e o drive D será a par­tição estendida. Quando dividimos um disco rígido em mais de um drive lógico, o drive C será a partição primá­ria, e todos os demais drives estarão na partição estendida. Para criar uma partição estendida, escolhemos a opção 1 (criar partição) no menu principal do FDISK. A seguir é apresentado um outro menu, no qual de­vemos escolher a opção 2 (criar partição estendida).
Será mostrada a tela da figura 98, na qual temos que indicar o tamanho da partição estendida. O FDISK sugere usar todo o espaço res­tante no disco, que no nosso exemplo é de 8440 MB. Basta responder com ENTER. Observe que não importa se a partição estendida será toda usada como um drive D, ou se será dividida em vários drives lógicos, nesta etapa sempre especificamos todo o espaço restante no disco para ser usado como partição estendida.

Figura 11.98 -
O FDISK pergunta o tamanho da partição estendida.
Será apresentada a tela da figura 99, na qual o FDISK confirma a criação da parti­ção estendida. Devemos teclar ESC para continuar.

Figura 11.99 -
Criada a partição estendida.
O próximo passo é definir os drives lógicos da partição estendida. Isto não dá ne­nhum trabalho, pois o próprio FDISK apresenta neste momento a tela da figura 100, na qual temos que definir os drives lógicos da partição esten­dida. Se quiséssemos criar apenas um drive D, bastará indicar o tamanho máximo sugerido, teclando ENTER. No nosso caso, queremos criar um drive D com 6000 MB e um drive E com o espaço res­tante, pouco mais de 2000 MB.

Figura 11.100 -
O FDISK pergunta o tamanho do drive lógico D.
Ao invés de teclar ENTER na tela da figura 100, vamos digitar o valor 6000, para que seja criado o drive D com 6000 MB. Depois disso será mostrada uma tela idên­tica à da figura 100, mas desta vez mostrando o espaço res­tante, uma vez que já fo­ram abatidos 6000 MB. Ao teclar ENTER, usamos este espaço restante para o drive E.

Figura 11.101 -
Todo o espaço disponível na partição estendida foi destinado aos drives lógicos D e E.
Será mostrado um relatório como vemos na figura 101. Devemos teclar ESC para voltar ao menu principal do FDISK.
Não é necessário, mas se quisermos podemos usar a opção 4 do menu principal do FDISK. Assim poderemos ver um relatório no qual são mostradas as partições nas quais o disco rígido foi dividido.
Por último, temos que marcar a partição primária como sendo ATIVA. Partição ativa é aquela pela qual será realizado o boot. Somente a partição primária pode ser definida como ativa, mas esta definição não é automá­tica. Temos que definir a par­tição ativa usando o comando 2 do menu prin­cipal do FDISK. Ao usarmos este comando, será apresentada a tela mos­trada na figura 102. Devemos digitar “1”, para que a partição primária passe a ser ativa.

Figura 11.102 -
Definindo a partição 1 como ativa.

Figura 11.103 -
Término da operação do FDISK.
Voltando à tela principal do FDISK, teclamos ESC para finalizar a sua ope­ração. É apresentada a tela da figura 103. Devemos agora teclar ESC. Voltaremos ao Prompt do MS-DOS, mas as informações definidas pelo FDISK só estarão efetivadas a par­tir do próximo boot. Devemos então executar um boot para dar prosseguimento ao processo de instala­ção.
Assim como ocorre no caso da partição única, quando dividimos um disco rígido em vários drives lógicos, é preciso fazer a formatação lógica de cada um deles. Um drive lógico que ainda não foi formatado não pode ser usado para ar­mazenar dados. Se tentarmos, neste momento, acessar o drive C (por exemplo, pelo co­mando “DIR C:”), veremos a seguinte mensagem de erro:
Tipo de mídia inválido lendo unidade C
Anular, Repetir, Desistir?
Observe que o sistema operacional já reconhece a existência do drive C, mas ainda não pode usá-lo. Seu uso só será permitido depois que for reali­zada a formatação lógica. Para tal, usamos o programa FORMAT.COM, da seguinte forma:
FORMAT C:
No nosso exemplo, criamos os drives lógicos D e E, e portanto, temos que formatá-los também. Usamos então os comandos:
FORMAT D:
FORMAT E:
A figura 104 apresenta tudo o que aparece na tela durante a formatação do drive C. Observe que nesta figura, estamos considerando que o nosso disco rígido foi divi­dido em três drives lógicos, sendo que nosso drive C possui cerca de 8000 MB.

Figura 11.104 -
Término da formatação do drive C.
Ao término da formatação lógica, o drive C estará liberado para uso normal. A figura 105 mostra o seu conteúdo logo após a formatação. Para listar este conteúdo, usamos o comando:
DIR C: /A
OBS: No Windows 98SE e anteriores, podíamos usar o comando FORMAT C: /S, que fazia a gravação do boot em modo MS-DOS no disco rígido. No Windows ME isto não pode ser feito, ou seja, o boot só é feito no próprio ambiente Windows. Comandos como FORMAT C: /S e SYS C: não funcionam no Windows ME.

Figura 11.105 -
Conteúdo do drive C, recém formatado.
A próxima etapa de software será a instalação do sistema operacional. Entretanto o computador ainda não está pronto para isso. Convém fazer antes alguns retoques finais, como fechar o gabinete e configurar o display digital, por exemplo.

Etapa 8: Ajustes finais

Erros na montagem

Se você leu atentamente todos os capítulos deste livro anteriores à montagem, pro­vavelmente tudo correu bem e seu computador está em perfeito funcionamento. Mesmo assim, existe a probabilidade do seu computador não funcionar. As duas principais razões que podem levar a isto são:
1) Erro em alguma das conexões realizadas
2) Peça defeituosa
Quase sempre temos uma pista que nos permite encontrar onde está a conexão errada, ou qual a peça defeituosa. Por exemplo, suponha que tenhamos encon­trado, ao ligar o computador, a seguinte mensagem:
HDD Controller Failure
Ou seja, “Falha na controladora de disco rígido”. Este erro pode ocorrer por defeito em uma das seguintes conexões:
  • Conexão do cabo flat na interface IDE da placa de CPU
  • Conexão do cabo flat no disco rígido
  • Conexão da fonte de alimentação no disco rígido
Devemos checar essas conexões cuidadosamente. Um cabo flat mal en­caixado, ou encaixado de forma invertida certamente resultará em erro. Também convém veri­ficar se realmente fizemos a conexão na interface IDE primária, e não na secundá­ria. O disco IDE também funciona ao ser ligado na interface secundária, mas mui­tas vezes, esta pode estar desabilitada no CMOS Setup, e este pode ser o motivo do problema. Mesmo quando todas as conexões estão corretas, é possível que alguma peça esteja defeituosa:
  • Disco rígido defeituoso
  • Interface IDE da placa de CPU defeituosa
  • Cabo flat defeituoso
É raro o aparecimento de defeitos, mas eles podem ocorrer. Por exemplo, o disco rígido pode ter sido danificado durante o transporte.
O pior tipo de erro é aquele em que não aparece imagem alguma no moni­tor (supondo que o monitor esteja corretamente ligado), e nenhum som é emitido pelo alto-falante. Quando este problema acontece, devemos des­montar totalmente o computador e iniciar a montagem, passo a passo:
1) Instalar a placa de CPU, com o processador e as as memórias. Ligar o conector (ou os conectores) da fonte de alimentação. Conectar na placa de CPU no alto-falante e no botão de Reset. No caso de placas de CPU ATX, devemos ligar também o conector Power Switch do painel frontal do gabinete.
2) Neste ponto, ao ligarmos o computador, deverá ser obrigatoriamente emi­tida uma seqüência de BEEPS pelo alto-falante. Normalmente os manuais das placas de CPU possuem uma tabela chamada beep error code table. Dependendo da seqüência emitida, estará sendo indicado um tipo diferente de erro. Tais seqüências não são padronizadas. Isto significa que um BEEP longo e contínuo poderá indicar, em uma determinada placa, um defeito na memória DRAM, mas em outra placa poderá indicar um defeito no processador ou no chipset. Você deverá consul­tar o manual da SUA placa para identificar o defeito, em função do som emitido.
3) Todos os defeitos cuja causa suspeita seja a placa de CPU e seus compo­nentes de­vem ser solucionados através da substituição da placa de CPU. A substituição da memória pode solucionar erros relativos a esta me­mória. Existem casos em que a memória não está defeituosa, e sim, mal en­caixada, ou apresentando mau con­tato. Uma limpeza com uma borracha nos contatos do módulo de memória pode solucionar o problema.
4) Se o alto-falante não chega nem mesmo a emitir beeps, é possível que a placa de CPU esteja defeituosa a ponto de não conseguir nem mesmo executar o BIOS. Neste caso, devemos providenciar a substituição da placa de CPU.
5) É bom lembrar também que uma fonte de alimentação defeituosa pode causar o mau funciona­mento da placa de CPU. Desde que este de­feito na fonte não seja uma sobretensão (quando a fonte gera uma voltagem acima do normal), a placa de CPU não ficará danificada, e a substituição da fonte resolverá o problema. Não esqueça ainda de verificar se a chave 110/220 da fonte está na posição correta. Se estiver em 110 e for ligada em uma rede de 220 volts, a fonte queimará. Se estiver em 220 e for ligada em uma rede de 110 volts, o computador não funcionará, ou então poderá funcionar de forma errática.
6) Se a placa de CPU e as memórias estiverem em perfeitas condições, serão emitidos vários beeps, que você poderá identificar (e confirmar na tabela de beeps da sua placa de CPU) o erro como Display Memory Read/Write Error. Este erro é causado pela ausência da placa  de vídeo. Normalmente, este erro deverá ser repor­tado por beeps, mas não outros erros relativos ao microprocessador, chipset ou memória.
7) Supondo que foram emitidos beeps que indicam ausência da placa de vídeo, podemos agora instalar a placa de vídeo e o teclado. Conectamos o monitor na placa de vídeo. Ligamos o computador e observamos o que ocorre na tela. Se nada aparecer, provavelmente deve existir um de­feito na placa de vídeo ou no monitor. Devemos tentar fazer a sua substituição.
8) Se existe imagem na tela, provavelmente será apresentada uma men­sagem de erro. Neste ponto, o normal é uma mensagem como “Drive Not Ready”, pois não teremos ainda nem o disco rígido nem os drives instalados. Tentamos en­trar no CMOS Setup e usamos o comando “Auto Configuration With BIOS Defaults”, ou então “Optimal Defaults”, ou similar. É também possível que neste ponto sejam apresentados outros tipos de erros, através de mensagens na tela. Muitos desses er­ros podem ser ainda causados por defeitos na placa de CPU, nas memórias, na placa de vídeo e até mesmo na fonte. Ou seja, o fato de termos chegado até aqui não nos garante que esses módulos estejam perfei­tos, apenas o BIOS não conseguiu detectar o problema. As ori­gens desses problemas podem ser muito variadas, e seria muito difícil descrevê-las. Mesmo as mensagens de erro apresentadas pelo BIOS não são padronizadas, o que torna a solução ainda mais difícil. Neste ponto, existe uma solução muito sim­ples, que é pedir ajuda ao suporte técnico do seu fornecedor.
9) Se tudo correu bem até aqui, chegou a hora de conectar os drives de disquete à placa de CPU, através do seu cabo flat. É também preciso ligá-los na fonte de alimentação. Definimos no CMOS Setup o tipo dos drives de disquete ins­talados e tentamos executar um boot através de um disquete. Devemos ter a certeza absoluta de que este disquete realmente possui o boot, para que não cheguemos a conclusões erra­das. Se o boot não for realizado, é possível que o problema esteja no próprio drive, no cabo flat, ou na interface de drives da placa de CPU. A única forma de ter certeza é checando essas conexões, e se não ti­vermos sucesso, trocando as peças com o fornecedor. Experimente usar outro conector da fonte, pois é possível que um deles esteja defeituoso. Não está descartada a possibilidade de um de­feito na fonte de alimenta­ção.
10) Se os drives de disquete estiverem funcionando, devemos instalar o disco rí­gido, conectando-o na fonte de alimentação e na placa de CPU, através do cabo flat apropriado. Usamos o comando DETECT IDE do CMOS Setup. Neste ponto, se for exibida a mensagem HDD Controller Failure significa que algo está errado. Ou o disco rí­gido está defeituoso, ou está mal conectado na fonte, ou o cabo flat está defeituoso ou conectado de forma errada, ou existe um defeito na interface IDE da placa de CPU. A única forma de sair deste impasse é através de substituições.
11) Se o disco rígido estiver em perfeitas condições, pode ainda ser exi­bida al­guma mensagem de erro, não causada por defeito, mas pelo fato do disco rí­gido não estar instalado a nível de software. Por exem­plo, erros como DRIVE NOT READY e NO ROM BASIC são normais quando o disco rígido ainda não está totalmente instalado. Use os pro­gramas FDISK e FORMAT para rea­lizar a sua instalação.
É muito difícil apresentar um roteiro que permita identificar e solucionar qualquer tipo de problema que possa ocorrer durante a montagem, apesar dos problemas raramente ocorrerem. Se surgirem problemas, a melhor coisa a fazer é contar com o suporte técnico do seu fornecedor.

Tabelas de códigos de erros

Como vimos, em situações de erro muito sérias, nas quais o BIOS não consegue nem mesmo comunicar-se com a placa de vídeo, códigos de erro são emitidos pelo alto-falante, através de uma seqüência de beeps. Você deve tomar como base a tabela de beeps existente no manual da sua placa de CPU. Apenas como referên­cia, acrescentamos aqui a tabela usada pelo BIOS AMI. Tome cuidado, pois modi­ficações podem ser realizadas pela própria AMI, e você deve tomar sempre como base a tabela existente no seu manual. O BIOS AMI emite um certo número de beeps, faz uma pausa, e repete o mesmo número de beeps, continuando indefini­damente até o computador ser desligado. O número de beeps indicará um dos erros da tabela abaixo.
Códigos de erro do BIOS AMI
Beeps
Erro
Descrição
Causa provável
1
Refresh Failure
(Falha no Refresh). O circuito de Refresh da placa de CPU apresenta falha.
Placa de CPU ou me­mória DRAM.
2
Parity Error
Um erro de paridade foi detectado nos primeiros 64 kB de memória.
Placa de CPU ou me­mória DRAM.
3
Base 64 k Memory Failure
Um erro ocorreu nos primeiros 64 kB de memória.
Placa de CPU ou me­mória DRAM.
4
Timer Not Operatio­nal
Uma falha de memória ocorreu nos primeiros 64 kB de memória, ou então o TIMER 1 não está operacio­nal.
Placa de CPU ou me­mória DRAM.
5
Processor Error
O processador apresentou erro.
Placa de CPU, prova­velmente o pro­cessador.
6
8042 - Gate A20 Failure
O controlador de teclado (8042) gera o sinal A20, responsável pela entrada do microprocessador em modo protegido. Este erro significa que o BIOS não consegue colocar o ­processador para operar em modo protegido.
Placa de CPU.
7
Processor Exception Interrupt Error
O processador gerou uma interrupção de exceção.
Placa de CPU ou processador.
8
Display Memory Read/Write Error
Ou a placa de vídeo está ausente, ou sua memória de vídeo apresentou erro.
Placa de vídeo.
9
ROM Checksum Error
Erro na memória ROM, provavel­mente danificada.
Memória ROM.
10
CMOS Shutdown Register Read/Write Error
O chamado “Shutdown Register” (localizado no CMOS) apresentou erro.
CMOS.
11
Cache memory bad - do not enable cache
Falha na memória cache.
Memória cache ou placa de CPU.
Nos erros com 1, 2 e 3 beeps, verifique se os módulos de memória estão bem encaixados. Se continuarem, troque as memórias.
Para os erros com 4, 5, 7 e 10 beeps, a placa de CPU provavelmente está defeituosa e deve ser devolvida para troca.
Para o erro de 6 beeps, encaixe melhor o chip 8042 (Keyboard controller / Keyboard BIOS) no seu soquete. Este chip é encontrado nas placas de CPU mais antigas. Experimente também usar outro teclado. Nas placas modernas, ele está embutido no chipset, portanto será o caso de trocar a placa de CPU em caso de problemas.
Para o erro de 8 beeps, troque a placa de vídeo. Em placas de CPU com vídeo onboard e memória de vídeo compartilhada, troque os módulos de memória.
O erro de 9 beeps indica defeito na ROM que armazena o BIOS. Será preciso trocar a placa de CPU, já que não encontramos no Brasil, BIOS avulsos.
O BIOS Award não opera com tantos códigos de erro. Utiliza apenas os mostrados na tabela abaixo:
Código
Significado
1 beep curto
Sistema normal, sem erros.
Beeps longos e repetidos
Memória RAM não foi detectada, pode estar defeituosa ou mal encaixada
1 beep longo e 3 curtos
Placa de vídeo não detectada, ou memória de vídeo ruim.
Beeps agudos e irregulares durante o uso normal do computador
Processador apresenta aquecimento excessivo. A placa de CPU reduz a sua velocidade para reduzir o aquecimento.
Os BIOS da Phoenix utilizam seqüências de beeps um pouco diferentes. Cada série é composta de 4 mini-seqüências. Por exemplo, a série 1-2-2-3 consiste em um beep, uma pausa, dois beeps, uma pausa, dois beeps, uma pausa, três beeps e uma pausa mais longa. A seguir estão as séries usadas:
Série
Descrição da Phoenix
Causa provável
1 - 2 - 2 - 3
BIOS ROM checksum
Defeito na ROM
1 - 3 - 1 - 1
Test DRAM refresh
Defeito na DRAM ou no chipset
1 - 3 - 1 - 3
Test 8742 Keyboard Controller
Defeito na interface de teclado
1 - 3 - 4 - 1
RAM failure on address line xxxx
DRAM
1 - 3 - 4 - 3
RAM failure on data bits xxxx
DRAM
1 - 4 - 1 - 1
RAM failure on data bits xxxx
DRAM
2 - 1 - 2 - 3
Check ROM copyright notice
Defeito na ROM, ou ROM adulterada
2 - 2 - 3 - 1
Test for unexpected interrupts
Defeito no chipset ou em interfaces
1 - 2
Search for option ROMs. One long, two short beeps on checksum failure
Defeito em ROMs de placas de expansão
Por mais que se esforcem, essas tabelas de códigos de erros não informam com precisão a causa do erro. Devem ser consideradas apenas como pistas para o solu­cionamento de problemas. Na prática, o troca-troca de peças é o que mais ajuda a detectar um defeito.

Placa de diagnóstico

Para quem trabalha profissionalmente, vale a pena adquirir uma placa de diagnóstico. Esta placa é conectada a um slot da placa de CPU, e informa em um display, um código de dois dígitos. Este código indica qual é a operação que o BIOS está prestes a realizar. Quando o PC trava no início do boot, antes mesmo de apresentar mensagens no monitor ou na impossibilidade de emitir beeps, o código apresentado neste display dá uma idéia da operação na qual ocorreu o erro. Por exemplo, se o display indica “vou testar a memória” e a seguir trava, significa que o problema está provavelmente na memória. Não é justificável comprar uma placa de diagnóstico se você pretende montar apenas o seu próprio PC. Mas vale muito a pena para quem trabalha com manutenção e para quem vai produzir muitos PCs.
Figura 11.106
Uma placa de diagnóstico para teste de fonte.
 
 
 
Existem ainda placas de diagnóstico que testam a fonte de alimentação. Elas mostram no seu display digital, os valores de tensão gerados pela fonte, bem como os níveis de oscilação existentes nessas tensões. Defeitos na fonte podem ser diagnosticados com este tipo de placa. Tanto as placas para teste de fonte como as usadas na exibição de códigos de erro podem ser encontradas em versões ISA e PCI. Você encontrará em www.laercio.com.br/livro26.htm, artigo com detalhes sobre essas placas.

Configurando o display digital do gabinete

Há alguns anos atrás podíamos afirmar que todos os gabinetes possuíam um display digital para indicação do clock do processador. Esses displays são na verdade enfeites. Eles não medem o clock do processador, e sim, são programados para apresentar um número fixo. Ao longo dos anos foram usados os seguintes tipos de displays nos gabinetes dos PCs:
2 dígitos:           Padrão 88, mostra números de 00 a 99
2 ½ dígitos:       Padrão 188, mostra números de 000 a 199
3 dígitos:           Padrão 888, mostra números de 000 a 999
Entre 1985, época em que os displays começaram a ser usados, e 1995, quando os computadores ainda não haviam chegado aos 100 MHz, era suficiente utilizar displays de 2 dígitos. Com a chegada do 486DX4-100 e do Pentium-100, foi preciso utilizar mais um dígito. Para reduzir o custo, os fabricantes usaram o que chamamos de “display de 2 dígitos e meio”. Ele possui algarismos das unidades e dezenas normais, mas o algarismo das centenas é fixo em 1. Era adequado aos PCs de 100, 120, 133, 150, 166 e 180 MHz. Com a chegada dos modelos de 200 MHz, tornou-se necessário o uso dos displays de 3 dígitos, que podem representar números até 999. Com a chegada do Pentium III e Athlon de 1000 MHz, seria necessário adotar displays de 3 ½ ou 4 dígitos. Curiosamente não foi isso o que ocorreu. Parece que o display saiu da moda. Os gabinetes modernos têm outros atrativos visuais, como partes coloridas, translúcidas e até prateadas. O próprio design do gabinete tem ficado mais bonito, não é mais simplesmente uma caixa de metal. Em função do novo design dos gabinetes modernos, o display digital realmente caiu em desuso. Ainda assim você pode precisar configurar um gabinete antigo, ou então pode encontrar algum modelo novo mas equipado com display. Nesse caso é bom que seja programado o valor correto, mesmo que isto não influencie no funcionamento do computador. Para essa tarefa é indispensável o manual do gabi­nete.
Mostraremos aqui alguns exemplos de configurações de displays. Através do entendimento desses exemplos, o leitor terá uma chance muito maior de entender o seu display em particular.
Exemplo 1
A figura 107 mostra um exemplo de display de dois dígitos. Os dois dígitos são cha­mados de “dígito 2” (dezenas) e “dígito 1” (unidades). Cada dígito é formado por 7 segmentos, chamados de A, B, C, D, E, F, G. Este display possui 14 grupos de pi­nos de seleção para controlar individual­mente cada um dos 7 segmentos dos seus dois dígitos.
Figura 11.107
Exemplo de conexões de um típico display de 2 dígitos.
 
 
 
A figura 107 mostra com mais detalhes, na sua parte direita, um desses 14 grupos de pinos de seleção. Existe um pino no meio e mais três pinos, chamados no caso de A, B e C. Um jumper deve ser colocado ligando o pino do meio ao pino A, B ou C, dependendo dos valores a serem indicados na velocidade alta e na baixa. O significado das liga­ções é descrito na tabela seguinte:
Ligação
Funcionamento
Meio ligado em A
Segmento acende apenas na velocidade baixa
Meio ligado em B
Segmento acende nas velocidades alta e baixa
Meio ligado em C
Segmento acende apenas na velocidade alta
Sem ligação
Segmento fica apagado em ambas as velocidades
No caso da figura 107, um jumper está ligando o pino do meio ao pino "A". Significa que o segmento controlado por esse grupo de pinos ficará aceso quando o compu­tador estiver em velocidade baixa e apagado quando em velocidade alta.
Note que a existência de duas velocidades, “alta” e “baixa” também caiu em desuso nos computadores modernos, o que também contribui para reduzir a utilidade dos displays digitais. Certos programas antigos não funcionavam corretamente em PCs muito velozes. Os computadores utilizavam um botão TURBO para controlar a velocidade do processador. Reduzindo a velocidade, os programas problemáticos poderiam funcionar. O display era muito importante para indicar a velocidade em uso (por exemplo, 16 MHz / 33 MHz). Programas atuais não têm dificuldade alguma para funcionar em PCs velozes, e o uso de velocidades alta/baixa caiu em desuso, assim como o botão TURBO. Mesmo assim muitos displays ainda aceitam ser programados com dois valores diferentes, correspondentes a uma velocidade alta (“turbo”) e uma baixa (“normal”).
Para configurar um display com essas características deve ser de­terminado que segmentos ficarão acesos ou apagados em velocidade alta e em velocidade baixa. Suponha que uma placa de CPU possui as seguin­tes velocidades:
Alta:     75 MHz
Baixa:   16 MHz
Desenham-se os números 75 e 16, conforme indicado na figura 108. Deve ser obser­vado o nome que recebe cada segmento (1A, 2B, etc). A partir desses valores é construída uma tabela que mostra como cada seg­mento deve ficar em velocidade alta e em baixa, e determina-se como cada grupo de pinos indicados na figura 2 deve ser configurado. A figura 3 mos­tra esses dois valores. Observe os nomes que são dados aos segmentos do display. Os segmentos de um dígito de um display são sempre nomea­dos com as letras “A” até “G”, seguindo a ordem:
O manual do display do nosso exemplo chamou o dígito das dezenas de “2”, e o das unidades de “1”. Portanto, os segmentos dos dois dígitos rece­bem os seguintes nomes:
Levando em conta os nomes desses segmentos, e levando em conta que desejamos que sejam apresentados os números 75 e 16, chegamos à fi­gura 108.
Figura 11.108
Valores a serem apresentados pelo display.
 
De posse desta figura, observamos cada um dos segmentos e determina­mos como cada um deles deve se comportar nas velocidades alta e baixa. Alguns deles ficam apagados em ambas as velocidades, como o 2G. Ou­tros ficam acesos em ambas as velocidades, como o 1A. Existem os que acenderão apenas na velocidade alta, como o 2A, e os que acenderão apenas na velocidade baixa, como o 1E. Podemos então construir a se­guinte tabela:
Segmento
Alta
Baixa
Jumper
1A
aceso
aceso
Meio ligado em B
1B
apagado
apagado
Sem ligação
1C
aceso
aceso
Meio ligado em B
1D
aceso
aceso
Meio ligado em B
1E
apagado
aceso
Meio ligado em A
1F
aceso
aceso
Meio ligado em B
1G
aceso
aceso
Meio ligado em B
2A
aceso
apagado
Meio ligado em C
2B
aceso
aceso
Meio ligado em B
2C
aceso
aceso
Meio ligado em B
2D
apagado
apagado
Sem ligação
2E
apagado
apagado
Sem ligação
2F
apagado
apagado
Sem ligação
2G
apagado
apagado
Sem ligação
Levando em conta essas ligações, os jumpers do displays devem ser insta­lados da forma como mostra a figura 109.
Figura 11.109
Display do exemplo 1 com os jumpers configurados para exibir os números 75 e 16.
 
 
Exemplo 2
Vemos nas figuras 110 e 111 um outro exemplo de manual de gabinete. Desta vez, es­tamos apresentando um display de “dois dígitos e meio” (1XX), que pode apresen­tar valores até 199 MHz. Na figura 110 vemos que existe um conjunto de jumpers que define os valores apresentados pelo dígito das unidades (one’s place) nos mo­dos Turbo e Normal. Outro bloco de jumpers define os valores que serão apresen­tados pelo dígito das dezenas (ten’s place) no modo Turbo e no modo Normal. A ligação H-2, quando realizada, acenderá o dígito 1 das centenas quando em modo Turbo. A ligação H-1 acenderá o dígito 1 das centenas em modo Normal (o que em geral não ocorre, pois a velocidade baixa é sempre inferior a 100 MHz). Caso o com­putador não chegue a ultrapassar os 100 MHz, o dígito das centenas deve per­manecer sempre apagado, tanto em Turbo como em Normal. Nesse caso, basta não realizar as ligações H-1 nem H-2.
Figura 11.110
Exemplo de manual de um display - diagrama de jumpers.
 
 
A tabela da figura 111 possui linhas que definem o dígito desejado em modo Turbo, e as colunas definem o dígito desejado em modo normal. Considere por exemplo que o computador opera em 120 MHz quando em Turbo, e em 16 MHz quando em modo Normal. Comecemos pelo dígito das unidades. Queremos que sejam exibidos “0” em Turbo e “6” em Normal. Fazendo o cruzamento da linha “0” com a coluna “6”, encontramos a indicação das ligações que devem ser feitas no “one’s place”:
3A, 2B, 3C, 3D, 3E, 3F e 1G.
Figura 11.111
Exemplo de manual de um display - tabela de ligações.
 
 
Da mesma forma, o dígito das dezenas deve apresentar “2” quando em Turbo e “1” quando em Normal. Cruzando a linha “2” com a coluna “1”, chegamos às ligações que devem ser realizadas no “ten’s place”:
2A, 3B, 1C, 2D, 2E e 2G.
Com esses valores, instalamos os jumpers conforme mostra a figura 110. Na verdade esta figura, além de identificar os pinos A, B, C, etc, também traz indicadas as liga­ções que devem ser feitas para que sejam representados os números do exemplo (120 e 16).
Existem diversos displays de dois dígitos (XX) que utilizam um sistema idêntico ao deste exemplo. A diferença principal é a inexistência das liga­ções H-1 e H-2.
Exemplo 3
Finalmente apresentamos nas figuras 112 e 113, o manual de um display de três dígitos (XXX), capaz de representar valores até 999 MHz. Observe como é grande a seme­lhança com o display do exemplo 2. A principal diferença é que neste existem três grupos de jumpers, para a definição do dígito das unidades (one’s), dezenas (ten’s) e centenas (hun’s).
A tabela da figura 113 mostra as ligações que devem ser feitas em cada bloco para que sejam representados os valores desejados em modo Turbo e em modo Normal. As linhas representam os valores desejados em modo Turbo, e as colunas mostram os valores desejados em modo Normal. Su­ponha que queremos, como exemplifica a figura, programar os valores 220 (Turbo) e 116 (Normal). Devemos utilizar a ta­bela três vezes, uma para cada dígito (unidades, dezenas e centenas).

Figura 11.112 - Exemplo de manual de um display - diagrama de jumpers.
O dígito das unidades deve representar os valores “0” em Turbo e “6” em Normal. Fazemos então o cruzamento da linha “0” com a coluna “6”, e ob­temos assim as ligações que devem ser feitas no one’s place:
3A, 2B, 3C, 3D, 3E, 3F, 1G.
O dígito das dezenas deve representar os valores “2” em Turbo e “1” em Normal. Fazemos então o cruzamento da linha “2” com a coluna “1”, e ob­temos assim as ligações que devem ser feitas no ten’s place:
2A, 3B, 1C, 2D, 2E, 2G.
Finalmente, o dígito das centenas deve representar os valores “2” em Turbo e “1” em Normal. Fazemos então o cruzamento da linha “2” com a coluna “1”, e obtemos assim as ligações que devem ser feitas no hun’s place:
2A, 3B, 1C, 2D, 2E, 2G.
Figura 11.113
Exemplo de manual de um display - tabela de ligações.
 
 
De posse dessas informações, programamos os três grupos de jumpers, como ve­mos na própria figura 112.
Turbo Low e Turbo High
Aqui está uma questão que gera dúvidas quando fazemos a configuração de um display. Veja por exemplo o display da figura 112, e observe que exis­tem duas opções para a ligação do display na saída “Turbo LED” da placa de CPU:
S+        Ligar na conexão para o anodo do Turbo LED na placa de CPU
S-         Ligar na conexão para o catodo do Turbo LED na placa de CPU
Dos dois terminais de um LED, chamamos de anodo aquele por onde a corrente elétrica entra no LED, e chamamos de catodo aquele por onde a corrente elétrica sai do LED. Existem duas formas de implementar os dois terminais do co­nector para o Turbo LED na placa de CPU:
1) Deixar um terminal ligado em uma tensão fixa de 5 volts, e pelo outro terminal, “puxar” corrente para que o LED acenda. No primeiro terminal, deve ser ligado o anodo do Turbo LED, e no outro é ligado o catodo do Turbo LED. Este método é chamado de TURBO LOW.
2) Deixar um terminal ligado em uma tensão fixa de 0 volts, e pelo outro terminal, “empurrar” corrente para que o LED acenda. No primeiro terminal, deve ser ligado o catodo do LED, e no outro deve ser ligado o anodo. Este método é chamado de TURBO HIGH.
Em ambos os casos, um terminal do conector Turbo LED da placa de CPU perma­nece com uma tensão fixa, seja ela de 0 ou 5 volts. Este terminal de tensão fixa não pode controlar o display, exatamente porque sua tensão é constante, não importa se a placa de CPU está em velocidade Turbo ou Normal. O outro terminal é o que deve ser usado, mas a princípio não sa­bemos se ele irá “empurrar” ou “puxar” cor­rente quando for ativado o modo Turbo. Por esta razão, certos displays possuem dois pontos de conexão, como o exemplificado na figura 112. O ponto S+ é usado para placas de CPU que operam em modo TURBO HIGH, e o ponto S- é usado para conexão com placas de CPU que operam em TURBO LOW.

Check-up de hardware

Se você acaba de montar o computador e não encontrou problemas, provavelmente todo o seu hardware está em perfeitas condições. Mais certo ainda deste perfeito funcionamento você estará se instalar o sistema operacional e tudo continuar normal, sem defeitos aparentes. A chance de ocorrer algum problema é muito remota. Se o computador é para seu uso pessoal, você pode começar a instalar programas e usá-los, ou seja, o computador estará liberado para uso normal. Se um dia ocorrer algum problema você poderá investigar, mas não vale a pena perder muito tempo, depois da montagem e da instalação do sistema operacional, testando exaustivamente um computador que aparentemente funciona bem.
O mesmo não podemos dizer se este computador vai ser vendido. Aquele que monta um computador para uso próprio está preparado para resolver eventuais futuros problemas, afinal ele é o “pai da criança”. Já o usuário que compra um computador pronto não quer saber de problemas. Ele quer um computador infalível, e ficará muito decepcionado se ocorrerem problemas. Por isso, aqueles que montam computadores para vender devem testá-lo exaustivamente antes que sejam entregues ao seu cliente.
Para realizar esses testes existem os chamados Softwares de Diagnóstico. São programas que podem ser utilizados antes da instalação do sistema operacional, e testam a placa de CPU, o processador, as memórias, os discos e demais dispositivos instalados no computador. Os testes realizados por esses programas são muito mais rigorosos (e demorados) que os efetuados pelo BIOS, e têm condições melhores de encontrar problemas não percebidos. Apesar de não serem totalmente infalíveis, os fabricantes de computadores que trabalham de forma séria devem sempre realizar um check-up de hardware usando programas de diagnóstico.
Existem vários programas de diagnóstico disponíveis no mercado. Alguns custam caro, outros são mais baratos. Alguns podem ser encontrado nos CDs vendidos em revistas especializadas, outros podem até ser obtidos gratuitamente em versão demo, pela Internet. Os mais famosos programas de diagnóstico são o AMI Diag, o Norton Diagnostics e o PC-Ckeck. Você encontrará em www.laercio.com.br/livro26.htm, informações sobre como obter e tutoriais sobre o uso desses programas.

Figura 11.114 - PC-Check, um excelente programa para fazer check-up de hardware.

 

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