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Parte 13: Jumpers e configurações de hardware

À medida em que os anos passam, jumpers e dip switches são cada vez menos usados. Há poucos anos atrás era preciso configurar diversos jumpers para instalar uma simples placa de expansão. Atualmente as placas de CPU ainda utilizam alguns jumpers, bem como discos rígidos e drives de CD-ROM. Muitas das opções de configurações de hardware existentes nas placas de CPU, que antes eram programadas através de jumpers, hoje são definidas no CMOS Setup. Não pense entretanto que um bom técnico ou montador de PCs pode passar sem conhecer jumpers. Os conceitos técnicos envolvidos na configuração de jumpers e dip switches são os mesmos utilizados em configurações do CMOS Setup.
Figura 10.1
Jumpers e dip switches
 
 
Nem sempre as placas e drives vêm prontos para serem usados. Na maioria das vezes é preciso configurar seus jumpers. Isto ocorre particularmente com placas de CPU, discos rígidos e demais dispositivos IDE. Placas de expansão modernas não utilizam jumpers (com raríssimas exceções), bastará encaixá-las no slot, e estarão prontas para funcionar. Neste capítulo veremos como programar os jumpers que definem os clocks e a voltagem de operação dos processadores, além de outros jumpers das placas de CPU. Veremos ainda como configurar jumpers de dispositivos IDE.

Jumpers de placas de CPU

Antes de colocar em funcionamento uma placa de CPU, é preciso instalar o proces­sador e configurar seus jumpers. Esses jumpers definem várias opções de funcio­namento. Por exemplo:
  • Clock interno do processador
  • Clock externo do processador
  • Voltagem do processador
  • Tipo do processador
Note que na maioria dos casos, sobretudo com placas de CPU e processdores modernos, a maioria dessas configurações é automática, não sendo necessário programar jumpers, nem mesmo o CMOS Setup. Por exemplo, processadores AMD K6-2, K6-III e modelos mais antigos, necessitam que seja programada a sua voltagem de operação. Processadores Pentium II e superiores, bem como o Athlon e o Duron, não precisam de programação de voltagem. Eles indicam automaticamente para a placa de CPU a voltagem necessária. A programação do clock interno pode ser feita por jumpers em vários casos, mas a maioria dos processadores modernos não permite que seja definida esta configuração. Dizemos que são processadores “travados”. Isto evita que vendedores inescrupulosos instalem, por exemplo, um Pentium III/800 e o coloquem para funcionar a 1000 MHz.
Mesmo com os processadores “travados” que não aceitam configurar seu clock interno e outros tipos de programação automática, é importante que tenhamos conhecimento sobre todos os tipos de configuração, mesmo as que não podem ser alteradas manualmente.
Processadores diferentes exigem voltagens de operação diferentes, configurações de jumpers diferentes, e clocks diferentes. Se um processador for instalado com uma configuração de jumpers errada, podemos até mesmo danificá-lo, na pior das hipó­teses. Na melhor das hipóteses, o erro na configuração pode não danificá-lo mas deixá-lo em funcionamento errático, apresentando travamentos e outras anomalias.
O manual da placa de CPU sempre trará as instruções para a correta configuração dos seus jumpers. Em certos casos, algumas das configurações não são feitas por jumpers, mas por itens do CMOS Setup. Seja qual for o caso, o manual da placa de CPU sempre trará as instruções apropriadas.
Podemos encontrar nas placas de CPU, jumpers que se encaixam em um par de pinos, e jumpers que se encaixam em dois pinos, escolhidos dentro de um grupo de 3 ou mais pinos. Quando existem apenas dois pinos, temos duas configurações possíveis:
ON ou CLOSED: quando o jumper está instalado
OFF ou OPEN: quando o jumper está removido
É comum encontrar jumpers com apenas um dos seus contatos encaixados. Esta opção é eletricamente equivalente a OFF, pois quando apenas um dos pinos está encaixado, não existe o contato elétrico. É usado desta forma apenas para que o jumper não seja perdido.
Figura 10.2
Formas de configurar um jumper.
 
 
 
Quando temos grupos com 3 ou mais pinos, estes são numerados. As instruções existentes nos manuais dizem para encaixarmos um jumper entre 1-2, 2-3, etc, de acordo com a finalidade. É comum também encontrar a opção OPEN, ou seja, sem jumper.

Configurando a voltagem do processador

Todos os processadores modernos, com raríssimas exceções, operam com duas voltagens: Interna e externa, também chamadas de CORE e I/O.
Voltagem interna: usada na maior parte dos circuitos, inclusive no núcleo do processador.
Voltagem externa: usada nos circuitos que fazem comunicação com a memória, chipset e com circuitos externos em geral.
Por questões de compatibilidade, os processadores operam quase sempre com a voltagem externa fixa em 3,3 volts. Internamente utilizam voltagens menores, trazendo como principal benefício, a menor geração de calor. Um dos primeiros processadores a utilizar este sistema foi o Pentium MMX, operando externamente com 3,3 volts e internamente com 2,8 volts. Atualmente a maioria dos processadores novos opera com voltagem interna inferior a 2 volts.
Existem processadores nos quais a configuração de voltagem é automática. Esses processadores informam à placa de CPU o valor da voltagem interna que necessitam. O usuário não precisa se preocupar com esta configuração, e normalmente nem existem nas suas placas de CPU, opções de configuração dessas voltagens. A tabela abaixo mostra quais são os processadores que têm configuração de voltagem manual e quais têm configuração automática.
Processador
Configuração de voltagem
Pentium 4
Automática
Pentium III
Automática
Pentium II
Automática
Celeron
Automática
Athlon
Automática
Duron
Automática
K6-III
Manual
K6-2
Manual
K6
Manual
Cyrix M III
Manual
Cyrix M II
Manual
Cyrix 6x86MX, 6x86
Manual
WinChip
Manual
Pentium MMX
Manual
Pentium
Manual
Observe entretanto que o fato de usarmos um processador com configuração automática, não quer dizer necessariamente que não precisamos nos preocupar com jumpers. Existem placas de CPU que podem ser configuradas para ignorar a programação automática de voltagem definida pelo processador, e utilizar uma voltagem definida pelo usuário. Este procedimento é usado quando usuários mais ousados obrigam o processador a operar acima das suas especificações. Isto é uma espécie de “envenenamento”, conhecido como overclock. Como todo tipo de envenenamento, é arriscado e nem sempre funciona. Neste livro não ensinaremos a fazer overclock, pois consideramos uma prática não recomendável. Aqueles interessados no assunto podem encontrar informações detalhadas em www.tomshardware.com.
Figura 10.3 
Programação da voltagem interna para o processador Athlon em uma placa de CPU. Observe a opção CPU DEFAULT, que é a recomendada.
 
A figura 3 mostra um exemplo de configuração de voltagem interna do processador Athlon, em uma placa de CPU Asus K7V. A opção recomendada é a CPU Default, que resulta na voltagem correta, informada pelo próprio processador. As outras opções são usadas pelos adeptos do overclock, e permitem utilizar voltagens entre 1.3 volts e 2.0 volts. Antes de instalar um processador devemos verificar se a placa de CPU possui configuração de voltagem interna para o processador, e caso tenha, esta configuração deve ser deixada na opção automática.
Enquanto algumas placas de CPU oferecem a opção de descartar a configuração automática de voltagem para os processadores que possuem esta capacidade, todas as placas de CPU para processadores mais antigos que não fazem configuração automática de voltagem apresentam jumpers ou dip switches para esta configuração, que é obrigatória. No manual da placa de CPU existirão instruções para esta programação. A figura 4 mostra o exemplo de programação de voltagem interna do processador, em uma certa placa de CPU com Socket 7. As placas para Socket 7 produzidas a partir de 1998 normalmente permitem escolher voltagens entre 2.0 volts e 3.5 volts, o que garante a compatibilidade com maior número de processadores. Placas de CPU mais antigas podem oferecer apenas duas ou três opções de voltagem, compatíveis com os processadores da sua época, e as ainda mais antigas podem operar com voltagem fixa.
Figura 10.4
Programação de voltagem interna do processador em uma placa de CPU com Socket 7.
 
Ao programar a voltagem interna de um processador que necessite deste tipo de programação, podemos sempre consultar as especificações indicadas na face superior deste processador. A figura 5 mostra como exemplo o processador AMD K6, no qual está indicado que a voltagem interna é 3.2 volts (CORE).
Figura 10.5
Informações de configuração indicadas na face superior de um processador.
A maioria dos processadores possui esta indicação. Nos raros casos em que não possui, é possível descobrir esta informação por outros métodos. Considere por exemplo um processador AMD K6-2/550 AGR. Através do seu manual podemos entender o significado das letras “AGR” usadas como sufixo. A figura 6 foi extraída do manual do K6-2, e nela vemos que a letra “G” indica que a voltagem do núcleo deve ser de 2,3 volts (a média da faixa 2,2V-2,4V).
Figura 10.6
Nos manuais dos fabricantes existem indicações de voltagem, baseadas no sufixo do processador.
 
 
 
Em certos processadores antigos, descobrir a voltagem correta pode ser difícil pelo fato de não existirem indicações. Um exemplo é o Pentium P54C (modelos anteriores ao Pentium MMX). Este processador era produzido em duas versões: STD e VRE. A versão VRE era programada com 3,4 volts, e a versão STD com 3,3 volts. É possível descobrir a versão através da numeração do chip, como mostra a figura 7. Basta verificar a letra existente após a “/”. Se for “S”, trata-se de uma versão STD, e se for “V”, trata-se de uma versão VRE. Em caso de dúvida, para ambos os casos pode ser usada a tensão de 3,4 volts, já que atende aos requisitos da versão VRE, e também da versão STD, que funciona com voltagens entre 3,1 e 3.6 volts.
Figura 10.7
Identificando o Pentium P54C.
 
 
 

Configurando o clock externo do processador

Cada processador foi projetado para operar com um determinado clock externo. Em praticamente todas as placas de CPU, este clock não é configurado automaticamente. Cabe ao montador do PC fazer esta programação. Isto é válido tanto nas placas de CPU antigas para Pentium e Pentium MMX, como nas placas para processadores mais modernos como Pentium III, Pentium 4 e Athlon. A figura 8 mostra a programação do clock externo em uma placa de CPU para Pentium 4. Através de dip switches podem ser escolhidos valores entre 100 e 133 MHz. O valor correto para este processador é 100 MHz, mas os adeptos do overclock podem utilizar valores mais elevados. Note que não existe configuração default ou automática para este clock. Sempre será preciso indicá-lo corretamente.
Figura 10.8
Programação de clock externo em uma placa de CPU para Pentium 4.
 
 
 
Quanto ao Pentium 4, você encontrará muitas informações sobre o seu “clock de 400 MHz”. Na verdade é utilizado um clock externo de 100 MHz, e são feitas 4 transferências a cada clock, o que dá um resultado similar ao de um clock de 400 MHz. Entretanto para efeito de programação de clock externo da placa de CPU, o valor que vigora é mesmo 100 MHz.
Todas as placas de CPU possuem configurações de clock externo. A figura 9 mostra o exemplo de outra placa de CPU, a K7V, para processadores Athlon. Note que são oferecidas as opções de 100 MHz (o normal para este processador), e ainda os valores de 103, 105 e 110 MHz.
Figura 10.9
Programação de clock externo em  uma placa de CPU para Athlon.  
 
Da mesma forma como os “400 MHz” do Pentium 4, você encontrará indicações sobre um clock de 200 ou 266 MHz do Athlon e do Duron. Na verdade os clocks utilizados são 100 e 133 MHz, respectivamente. Como são feitas duas transferências a cada clock, tudo se passa como se fossem mesmo clocks de 200 e 266 MHz, mas para efeito de programação dos clocks externos das suas placas de CPU, os valores que vigoram são 100 e 133 MHz, respectivamente. Note ainda que não estamos afirmando que o Duron usa 100 MHz e o Athlon usa 133 MHz. Ambos os processadores são produzidos com clocks de 100 MHz. As versões mais novas do Athlon operam com 133 MHz externos (266 MHz com DDR). Novas versões do Duron também utilizarão os 133 MHz externos.
A figura 10 mostra um outro exemplo de programação de clock externo, o da placa P3V4X. Dependendo do processador instalado, clocks diferentes devem ser usados. Para os processadores Celeron o clock externo é de 66 MHz. Para processadores Pentium III são usados 100 MHz ou 133 MHz, dependendo da versão. Note que além desses valores, são oferecidas varias opções para overclock. Com 68, 75, 80 e 83 MHz é feito overclock no Celeron. Com 103, 105, 110, 112, 115, 120 e 124 MHz é feito overclock nos processadores Pentium III que operam externamente com 100 MHz. Com 140 e 150 MHz é feito overclock nas versões do Pentium III que exigem 133 MHz. Aliás, é bom parar de falar em overclock antes que algum leitor fique incentivado a faze-lo, e depois de queimar seu processador, venha reclamar que teve a idéia por causa deste livro.
Figura 10.10
Configuração de clock externo em uma placa para Pentium II / Pentium III / Celeron.  
 
 
Note nas figuras 8, 9 e 10 que quando programamos o clock externo do processador, estamos também programando o clock da memória DRAM e o clock do barramento PCI. O clock PCI padrão é de 33 MHz, desde que o processador esteja operando com seu clock correto. Quando é usado overclock, o clock PCI aumenta proporcionalmente. Também o clock da DRAM é vinculado ao clock externo do processador, tanto é que nas figuras anteriores temos indicações de clock para “CPU/DRAM”. Existem entretanto placas de CPU com chipsets que permitem utilizar clocks diferentes para o processador e para a DRAM. O processador pode usar clock externo de 100 MHz e a DRAM operar com 133 MHz, por exemplo. A figura 11 mostra um exemplo de configuração de clock externo em uma placa de CPU com Socket 7, na qual vemos que é permitida a operação da memória de forma assíncrona, ou seja, usando um clock diferente do usado pelo processador.
Figura 10.11
Configurando o clock externo em uma placa de CPU com Socket 7.  
 
 
Note que nem todas as placas são tão flexíveis no que diz respeito à programação do clock externo. Placas de CPU mais antigas podem suportar no máximo 100 MHz. Placas ainda mais antigas podem chegar até 66 MHz apenas. Lembramos que os barramentos dos processadores só evoluíram de 66 para 100 MHz no início de 1998, um avanço relativamente recente.

Configurando o clock interno do processador

Esta é uma configuração que nem sempre está disponível, sobretudo quando são usados processadores modernos. O clock interno é formado pela composição entre o clock externo e um multiplicador. Por exemplo, com clock externo de 100 MHz e multiplicador 5x, chegamos ao clock interno de 500 MHz. Nos processadores antigos, o multiplicador era sempre definido através de jumpers ou dip switches. Em alguns casos o multiplicador era escolhido pelo CMOS Setup. O correto é escolher o multiplicador de acordo com o clock do processador. Por exemplo, em um K6-2/450, o correto é usar o clock externo de 100 MHz e o multiplicador 4,5x. Se fosse usado o multiplicador 4x, este processador iria operar a 400 MHz. Se fosse usado 5x, ele iria operar a 500 MHz. O uso de um clock mais baixo sempre funciona, mas não é de interesse. Para que fazer o processador ficar mais lento? Raramente isso é necessário. Já a operação com clock mais elevado nem sempre funciona. Para falar a verdade, normalmente não funciona. É uma questão de sorte. Quando funciona, o processador perde confiabilidade, esquenta demais e pode ter sua vida útil extremamente reduzida.
Infelizmente muitos vendedores desonestos passaram a fazer overclock nos processadores dos PCs que vendiam. Pior ainda, muitos distribuidores passaram a falsificar os processadores através de remarcação. Um processador podia ter indicado o clock de 233 MHz, que era apagado e substituído por 266 ou 300. A Intel foi o primeiro fabricante a “travar” seus processadores. Eles passaram a utilizar um multiplicador fixo e correto, ignorando a programação feita pela placa de CPU. Um processador Pentium III/500, por exemplo, deve ser programado com 100 MHz externos. Seu multiplicador é fixo em 5x, e mesmo que a placa de CPU seja programada para usar outros valores, serão ignorados e substituídos por 5x.
Dizemos que um processador é “travado” quando utiliza sua própria configuração de multiplicador, ignorando a configuração da placa de CPU. Dizemos que o processador é destravado quando aceita configurações de multiplicador pela placa de CPU, através de jumpers ou do CMOS Setup. Os processadores “destravados” são:
  • AMD K6, K6-2, K6-III
  • Cyrix M II, 6x86, 6x86MX
  • WinChip
  • Pentium, Pentium MMX
  • Primeiras versões do Pentium II
Os processadores “travados” são:
  • Pentium II, Pentium III, Pentium 4
  • Celeron
  • Athlon e Duron
OBS: Existem algumas versões do Athlon e do Duron que são destravadas. Existem ainda métodos para destravar processadores, mas deixamos isso para os sites e publicações que incentivam o overclock.
Figura 10.12
Programação de multiplicadores.
 
A figura 12 mostra um exemplo de programação de multiplicadores, extraído do manual de uma placa de CPU. Trata-se de uma placa para Socket 7, cujos processadores aceitam todos a programação manual do multiplicador. Podemos observar que existem configurações para:
1.5x / 2x / 2,5x / 3x / 4,5x / 5x / 5,5x
Devemos sempre programar o multiplicador de acordo com o processador a ser instalado. Por exemplo, para um K6-2/550, usamos o multiplicador 5,5x, bem como o clock externo de 100 MHz.
Figura 10.13
Programação de multiplicadores em uma placa de CPU para Athlon.
 
 
Mesmo quando uma placa de CPU é específica para processadores “travados”, sempre estarão disponíveis as configurações para definir o multiplicador, mesmo que o processador as ignore. A figura 13 mostra as configurações em uma placa de CPU para processadores Athlon e Duron. Esses processadores operam com clocks externo de 100 MHz. Seus “200 MHz” são obtidos pelo uso das duas transições de cada período de clock (Double Data Rate). Portanto a forma correta de programar um Athlon/900, por exemplo, é usar o clock externo de 100 MHz e o multiplicador 9x.
Versões mais novas do Athlon e do Duron usam o “clock externo de 266 MHz”. Na verdade este clock deve ser programado na placa de CPU como 133 MHz. Os multiplicadores atuam sobre este valor para obter o clock interno. Observe que a presença das configurações de multiplicadores é muito oportuna para aqueles que destravam seus processadores para realizar o overclock.

Outros jumpers de placas de CPU

Além dos jumpers que definem a voltagem de operação e os clocks, existem outros menos importantes, mas que também precisam ser revisados.

Jumper para descarga do CMOS

Todas as placas de CPU possuem um jumper que é usado para habilitar o forneci­mento de corrente da bateria para o chip CMOS. Muitas vezes, para não gastar a bateria enquanto a placa ainda está sendo vendida, os fabricantes deixam este jumper desabilitado. Antes de montar o seu PC, verifique qual é este jumper, e programe-o na opção Normal, para que o chip CMOS receba corrente da bateria. A figura 14 mostra um exemplo desta configuração.
Figura 10.14
Jumper para descarga do CMOS.
 
 
 

Flash BIOS

As placas de CPU modernas possuem seu BIOS armazenado em um tipo especial de ROM, chamado Flash ROM. Sua principal característica é que, ao contrário das ROMs comuns, podem ser reprogramadas pelo usuário, utilizando softwares apro­priados, fornecidos pelo fabricante da placa de CPU. Este recurso é usado para permitir atualizações do BIOS, que muitos fabricantes de placas de CPU oferecem através da Internet. Existem Flash ROMs com voltagens de programação de 5 volts, e outras com voltagens de programação de 12 volts. Não altere este jumper, deixe-o como veio de fábrica. Ele não deve ser programado pelo usuário, e sim pelo fabri­cante. É o fabricante quem escolhe qual tipo de Flash ROM será instalada (5 volts ou 12 volts), e programa este jumper de acordo. A figura 15 mostra um exemplo desta programação.
Figura 10.15
Programando a voltagem de programação da Flash ROM.
 
 
 

Voltagem da SDRAM

A maioria das memórias SDRAM opera com tensão de 3,3 volts, mas existem al­guns modelos de 5 volts. A maioria das placas de CPU aceita apenas SDRAMs de 3,3 volts, mas existem algumas que possuem jumpers através dos quais podemos selecionar entre as duas tensões possíveis. A figura 16 mostra um exemplo desta programação.
Figura 10.16
Exemplo de programação da voltagem de operação da SDRAM.  
 
A figura 17 mostra um típico módulo SDRAM com encapsulamento DIMM/168. O chanfro indicado com uma seta serve para impedir que um módulo seja encaixado em um soquete com voltagem errada. Quando o chanfro está centralizado, trata-se de um módulo de 3,3 volts. Módulos de 5 volts possuem o chanfro deslocado para a esquerda. Pelo menos você não precisa ficar preocupado em danificar um mó­dulo, ou ter problemas de mau funcionamento devido ao encaixe do módulo er­rado. Este sistema de chanfros garante que apenas o módulo apropriado pode ser encaixado.
Figura 10.17
Módulos SDRAM DIMM/168 e seu chanfro indicador de voltagem.
 

Tipo e voltagem da memória DDR

Também as memórias DDR SDRAM podem ser encontradas em versões diferentes. Quanto às voltagens, a maioria delas é de 2,5 volts, mas existe a previsão do lançamento de novos módulos de 1.8 volts. Esses módulos utilizam soquetes diferentes, assim como ocorre com a SDRAM. Da mesma forma, encontramos dois tipos de módulos: Unbuffered DDR (os mais comuns) e Registered DDR. Placas de CPU que suportam DDR em geral possuem um jumper para a indicação do tipo de módulo DDR, como mostra a figura 18.
Figura 10.18
Indicando o tipo de DDR SDRAM.  
 
 
A figura 19 mostra a diferença entre os dois tipos de módulos DDR. A versão registered possui além dos chips de memória, um grupo de chips (registradores) próximos ao conector. A figura mostra também a posição do chanfro em função da voltagem do módulo.
Figura 10.19 - Identificando o tipo de módulo DDR.
 
 
 

Jumpers de dispositivos IDE

Se você vai instalar um disco rígido IDE, novinho em folha, como o único disposi­tivo da interface IDE primária, então não precisa se preocupar com a sua configu­ração de jumpers. A configuração de fábrica é adequada para este tipo de instala­ção (Master, sem Slave). Já o mesmo não pode ser dito quando você pretende insta­lar dois discos rígidos, ou então quando pretende instalar outros dispositivos IDE, como drives de CD-ROM, drives LS-120 ou ZIP Drive IDE. Nem sempre a confi­guração com a qual esses dispositivos saem da fábrica é adequada à instalação di­reta, sem que o usuário precise revisar os seus jumpers. Vamos então apresentar os jumpers dos dispositivos IDE, e como devem ser programados para cada modo de instalação.
Um disco rígido IDE pode ter seus jumpers configurados de 3 formas diferentes:
Master
Esta é a configuração com a qual os discos rígidos saem da fábrica. O drive está preparado para operar como Master (ou seja, o primeiro dispositivo de uma inter­face), sem Slave (ou seja, sem estar acompanhado de um segundo dispositivo na mesma interface). A princípio, o disco IDE ligado como Master na interface IDE primária será acessado pelo sistema operacional como drive C.
Slave
O disco rígido é o Slave, ou seja, o segundo dispositivo IDE ligado a uma interface. A princípio, um dispositivo IDE ligado como Slave da interface IDE secundária, será acessado pelo sistema operacional como drive D.
Drive is Master, Slave Present
Nesta configuração, o disco rígido é o Master, ou seja, o primeiro dispositivo de uma interface IDE, porém, existe um segundo dispositivo IDE ligado na mesma interface. Como vemos, não basta indicar para um disco rígido que ele opera como Master, é preciso também avisar, através dos seus jumpers, que existe um Slave ligado na mesma interface. A princípio, quando existem dois dispositivos IDE liga­dos na interface IDE primária, o Master será acessado pelo sistema operacional como drive C, e o Slave como drive D.
Note que quando fizemos referência às letras recebidas pelos drives, tomamos cui­dado de dizer “a princípio”. A razão disso é que essas letras podem mudar, através de configurações de software. Por exemplo, um drive de CD-ROM pode ter sua letra alterada para qualquer outra, ao gosto do usuário.
As configurações de outros dispositivos IDE (drive de CD-ROM, LS-120, ZIP Drive IDE, etc) são parecidas, exceto pelo fato de não utilizarem a configuração Slave Present. Portanto, as configurações válidas para esses dispositivos são as seguintes:
Master
Usada quando o drive é o primeiro dispositivo ligado a uma interface IDE. No caso desses drives, não importa se existe ou não um segundo dispositivo ligado na mesma interface. A configuração do Master será a mesma, com ou sem Slave.
Slave
Usada quando o drive é o segundo dispositivo ligado em uma interface IDE.
Vejamos alguns exemplos de conexões de discos rígidos e dispositivos IDE e suas respectivas configurações.

Exemplo 1

Suponha que existe um disco rígido ligado na interface IDE primária, e um drive de CD-ROM ligado na interface IDE secundária. Os jumpers devem ser configura­dos da seguinte forma:
Conexão
Dispositivo
Configuração
Primary Master
Disco rígido
One drive Only
Primary Slave
-
-
Secondary Master
Drive de CD-ROM
Master
Secondary Slave
-
-

Exemplo 2

Suponha agora dois discos rígidos IDE ligados na interface IDE primária, e na se­cundária, um drive de CD-ROM IDE ligado como Master, e um ZIP Drive IDE li­gado como Slave. Os jumpers devem ser configurados da seguinte forma:
Conexão
Dispositivo
Configuração
Primary Master
Disco rígido
Drive is Master, Slave Present
Primary Slave
Disco rígido
Drive is Slave
Secondary Master
Drive de CD-ROM
Master
Secondary Slave
ZIP Drive
Slave

Exemplo 3

Nesta configuração, façamos a ligação de um disco rígido IDE e um drive de CD-ROM ligados na interface IDE primária, e um segundo disco rígido IDE ligado na interface secundária.
Conexão
Dispositivo
Configuração
Primary Master
Disco rígido
Drive is Master, Slave Present
Primary Slave
Drive de CD-ROM
Slave
Secondary Master
Disco rígido
One drive Only
Secondary Slave
-
 
Certas configurações devem ser evitadas, apesar de funcionarem. Por exemplo, devemos evitar ligar um drive de CD-ROM ou outros dispositivos, na mesma interface onde está o disco rígido. Este tipo de ligação pode resultar na redução do desempenho do disco rí­gido. Se você vai ligar outros dispositivos IDE além de discos rígidos, é melhor dei­xar a interface IDE primária para discos rígidos, e a interface IDE secundária para os outros dispositivos.
Também não é recomendado ligar um disco rígido IDE como Slave, em uma inter­face na qual o Master não é um disco rígido. Por exemplo, um drive de CD-ROM como Master e um disco rígido como Slave. Este tipo de configuração muitas vezes não funciona, e deve ser evitada.
Agora que você já sabe como os discos rígidos e dispositivos IDE devem ser insta­lados, resta saber como configurar os seus jumpers. Todos os discos rígidos pos­suem jumpers através dos quais pode ser escolhida uma entre as três configurações possíveis (Master sem Slave, Slave e Master com Slave). No manual do disco rígido você sempre encontrará as instruções para configurar esses jumpers.
Figura 10.20
Jumpers de um disco rígido.
 
 
 
A figura 21 mostra um exemplo de tabela de configurações de jumpers, da forma como é encontrada nos manuais dos discos rígidos. Considere esta figura apenas como exemplo, pois discos rígidos diferentes normalmente utilizam tabelas de con­figurações diferentes. Tome como base as instruções de instalação existentes no manual do seu próprio disco rígido.
Figura 10.21
Tabela de configurações de jumpers para um disco rígido.
 
 
 
No exemplo da figura 21, vemos que a configuração (1) é a que chamamos de “Drive is Master” ou “One drive Only”. Na figura, esta configuração é chamada de Single (sozinho). Se o drive está sozinho, significa que é Master, e que não existe Slave instalado.
A configuração (2), indicada na figura como Dual Master, é o que chamamos aqui de “Drive is Master, Slave Present”. Se a configuração é Dual, significa que existem Master e Slave instalados, portanto, podemos dizer que existe um Slave presente.
A configuração (3), indicada como Dual Slave, é o que chamamos de “Drive is Slave”. Obviamente, só configuramos drives como Slave quando existem dois dis­positivos instalados na mesma interface.
A tabela da figura 21 mostra ainda uma quarta opção, que é a Cable Select. Esta configuração raramente é usada, e necessita de um cabo flat IDE especial. Com esta opção, não é preciso alterar jumpers do disco rígido para fazer a sua instalação. Basta ligá-lo na extremidade do cabo, e será automaticamente reconhecido como Master, ou ligá-lo no conector do meio do cabo, para que seja automaticamente reconhecido como Slave. Apesar de praticamente não ser usada, é bom que você saiba da existência desta configuração. Os fabricantes de discos rígidos estão pro­pondo a sua adoção como padrão. Desta forma, o disco rígido teria uma instalação Plug and Play, ou seja, sem a necessidade de configurar jumpers.
Observe que nem sempre é preciso indicar para um disco rígido se existe um Slave presente. Alguns modelos utilizam a mesma configuração para o Master, não im­portando se está sozinho ou acompanhado de um Slave. A figura 22 mostra a con­figuração de jumpers de um disco rígido que tem esta característica. Observe que a configuração para Master está descrita como Master Drive in dual drive system or Only Drive, in single drive system”.
Figura 10.22
Outro exemplo de tabela de configuração de jumpers de um disco rígido.
 
 
 
Na maioria dos discos rígidos, você encontrará instruções para configurar os jumpers nas 4 modalidades:
Drive is Master, no Slave
Drive is Slave
Drive is Master, Slave Present
Cable Selected
Entretanto, é possível que você se depare com algum disco rígido com um manual dotado de instruções menos claras. Essas instruções abreviadas dizem respeito a dois jumpers que devem ser usados para configurar o disco:
MS (Master/Slave): Indica se o disco irá operar como Master ou Slave
SP (Slave Present): Indica ao Master se existe um Slave instalado
Você encontrará modelos em que o jumper MS encaixado faz o drive operar como Master, e desencaixado faz o drive operar como Slave. Pode encontrar ainda drives que fazem o inverso, ou seja, o jumper MS encaixado deixa o drive operar como Slave, e desencaixado operar como Master. Da mesma forma, o jumper SP poderá indicar que existe Slave, mas em certos, modelos, este jumper pode precisar ser desencaixado para indicar que existe Slave. De um modo geral, o jumper MS po­derá estar na posição Master (que poderá ser encaixada ou desencaixada) ou Slave. O jumper SP poderá também estar na posição Present ou Absent (ou seja, sem slave). As configurações desses jumpers serão então as seguintes:
Configuração
Jumper MS
Jumper SP
Master sem Slave
Master
Absent
Master com Slave
Master
Present
Slave
Slave
Absent
Se o manual do seu disco rígido for mal explicado e simplesmente mostrar quais são os jumpers MS e SP, sem explicitar quais configurações devem ser usadas para cada caso, tome como referência a tabela acima. Não esqueça que a configuração de fábrica é Master sem Slave. Observe ainda que no Slave, não faz sentido usar o jumper Slave Present, pois só é levado em conta pelo Master. A tabela recomenda usar neste caso, a opção Absent, mas Present também deverá funcionar.

Jumpers em drives de CD-ROM

A figura 23 mostra os jumpers de um drive de CD-ROM IDE. Observe que não existe o jumper Slave Present, apenas jumpers que o definem como Master ou Slave. Existe também a opção Cable Select, comum em vários dispositivos IDE, mas ainda pouco usada. Muitos drives de CD-ROM são configurados como Slave na fábrica, e portanto não funcionam ao serem instalados sozinhos, sem um Master. É preciso fazer uma revisão nos seus jumpers, programando-os corretamente.
Figura 10.23 - Jumpers de um drive de CD-ROM IDE.
 
    
A figura 24 mostra as configurações de jumpers de um drive LS-120. Assim como ocorre em qualquer dispositivo IDE, temos as configurações Master, Slave e Cable Select.
Figura 10.24
Jumpers de um drive LS-120.
 
 
 
Na figura 25 vemos os jumpers para um ZIP Drive IDE. Observe que a configura­ção de fábrica é Slave. Por isso, nem sempre podemos instalar diretamente um dis­positivo IDE sem revisar os seus jumpers. A configuração de fábrica não funciona­ria se este drive fosse instalado como Master. Assim como ocorre com todos os dispositivos IDE, as configurações possíveis são Master, Slave e Cable Select.
Figura 10.25
Jumpers de um ZIP Drive IDE.
 
 
 
Todos os dispositivos IDE, até os menos populares, possuem jumpers para selecionamento Master/Slave. A figura 11.26 mostra as configurações de uma unidade de fita IDE, modelo DI30 (30 GB), fabricada pela Onstream.
Figura 10.26
Jumpers de uma unidade de fita Onstream DI30.
 
 
 
Gravadores de CDs, drives de DVD, discos rígidos, drives de CD-ROM, unidades de discos removíveis, enfim, diversos tipos de dispositivos IDE, são todos configurados da mesma forma. Todos possuem jumpers Master/Slave, e cada interface IDE pode controlar um (Master) ou dois (Master e Slave) desses dispositivos.

Outros jumpers de placas de CPU

Placas de expansão modernas normalmente não possuem jumpers, com raríssimas exceções. Uma dessas poucas exceções é a placa Sound Blaster PCI 128. Esta placa possui duas saídas sonoras, e cada uma permite ligar um par de caixas de som. A placa possui dois jumpers através do qual podemos escolher se essas saídas irão operar com baixa potência (Line OUT) ou alta potência (Speaker Out). Usando a opção de baixa potência, podemos ligar as saídas sonoras em um amplificador, ou então em caixas de som com amplificação própria. Usando a opção de alta potência, podemos ligar essas saídas diretamente em caixas de som passivas, ou seja, sem amplificação. Isto irá ligar os amplificadores de potência existentes na placa. Várias outras placas de expansão também podem apresentar alguns jumpers, mas sua configuração é normalmente muito fácil.
Se em placas de expansão modernas é difícil encontrar jumpers, em placas de CPU é bastante comum encontrar vários outros tipos de jumpers além dos já descritos neste capítulo. Sobre toda esta miscelânea de jumpers diferentes que podem ser encontrados nas centenas ou milhares de modelos de placas de CPU, saiba o seguinte:
1) Normalmente a configuração de fábrica é a indicada
2) Antes de alterar um jumper, leia atentamente o manual
Seria muito difícil detalhar todos os jumpers de todas as placas de CPU. Por maior que seja a sua experiência, você sempre encontrará novidades. Para ilustrar e facilitar o seu trabalho, vamos apresentar alguns exemplos de jumpers encontrados em algumas placas de CPU.

Keyboard power on

Muitos teclados possuem uma tecla Power, que pode ser usada para ligar ou desligar o computador. Quando esta tecla está presente, ela pode desligar o computador, mas não funcionará para ligá-lo. Se o computador estiver totalmente desligado, o teclado não poderá enviar à placa de CPU o código da tecla, e não poderá comandar a função Power on. Várias placas de CPU possuem entretanto um jumper que pode ser usado para manter o teclado ligado, mesmo com o computador desligado, fazendo com que a sua tecla Power possa ser usada para ligar o computador.
Figura 10.27 - Exemplo de jumper para habilitar a tecla Power do teclado.  
 

BIOS write protect

Todas as placas de CPU modernas podem ter seu BIOS reprogramado, o que é muito útil para atualizações. Existem entretanto vírus de computador que acessam as funções de gravação do BIOS e apagam todo o seu conteúdo. Milhares de computadores já foram atacados por este vírus. Por isso vários fabricantes de placas de CPU adicionaram jumpers para habilitar e desabilitar a gravação do BIOS. Quando retiramos o jumper, o comando de gravação não chega à Flash ROM, ficando assim protegida. Devemos instalar este jumper apenas quando fizermos a atualização do BIOS.
Figura 10.28
Habilitando e desabilitando a gravação do BIOS.
 
 

Internal buzzer

Todas as placas de CPU possuem uma conexão (SPEAKER) para o alto falante existente no gabinete. Muitas placas entretanto possuem um pequeno alto falante (buzzer) que substitui o existente no gabinete. Essas placas podem ter um jumper para habilitar ou desabilitar este alto falante.
Figura 10.29
Habilitando o alto falante da placa de CPU.  
 

AC ’97 Enable/Disable

Muitas placas de CPU possuem circuitos de áudio integrados, dispensando o uso de uma placa de som. Normalmente essas placas permitem desabilitar os seus circuitos de áudio, permitindo a instalação de uma placa de som avulsa.
Figura 10.30
Habilitando e desabilitando os circuitos de áudio onboard.  
 

CPU Voltage Setting

Algumas placas de CPU possuem jumpers ou chaves adicionais para aumentar a voltagem para o núcleo do processador, e para aumentar a voltagem de funcionamento do chipset, memórias e barramentos. O aumento de voltagem é usado quando é feito overclock. Deixe esses jumpers ou chaves nas suas opções default. Os leitores que querem arriscar o uso do overclock, ensinado em www.tomshardware.com, verão que uma das providências a serem tomadas é o aumento das voltagens. Isto significa, por exemplo, usar 3,4 volts onde deveria ser 3,3 volts. Algumas placas de CPU permitem adicionar 0,1 ou 0,2 volts às tensões normais, como no exemplo da figura 31. Outras placas possuem opções de 3,3 volts, 3,4 volts e 3,5 volts para a voltagem externa, enquanto a interna deve ser aumentada manualmente.
Figura 10.31 - CPU Voltage Setting, usado para overclock.
 
 
 

Vídeo onboard

Existem placas nas quais o vídeo onboard nunca pode ser desabilitado. Existem outras nas quais ele é desabilitado automaticamente quando uma placa de vídeo é instalada. Existem outras onde, ao ser instalada uma placa de vídeo, podemos selecionar através do CMOS Setup, qual dos dois “vídeos” é o primário e qual é o secundário. Finalmente, encontramos placas onde o vídeo onboard pode ser totalmente desatilitado, através de um jumper (figura 32) ou do CMOS Setup.
Figura 10.32 - Habilitando e desabilitando o vídeo onboard.
 
 
 

VGA frame buffer

A maioria das placas de CPU com vídeo onboard utiliza parte da memória principal como memória de vídeo. É a chamada memória de vídeo compartilhada. Uma parte da memória DRAM que seria destinada ao processador é utilizada como memória de vídeo. Algumas dessas placas de CPU podem opcionalmente utilizar chips de memória independentes para formar a memória de vídeo. Essas placas possuem um jumper para indicar se a memória de vídeo é independente ou compartilhada.
Figura 10.33 - Indicando a memória de vídeo compartilhada.
 
 
 

Freqüência do barramento AGP

Sem utilizar overclock, o barramento AGP deve operar com 66 MHz. Os modos AGP 2x e AGP 4x utilizam, respectivamente, duas e quatro transferências a cada clock, portanto a freqüência é sempre 66 MHz, tanto em 1x, como em 2x e 4x. Muitas placas de CPU ajustam automaticamente a freqüência do barramento AGP para 66 MHz, outras precisam que isto seja ajustado manualmente. Existem placas nas quais este ajuste é feito através de uma fração do clock do barramento externo do processador. Para barramentos de 66 MHz, a relação é de 1:1. Para barramentos de 100 MHz, a relação é de 2:3, e para barramentos de 133 MHz, a relação é de 1:2.
Figura 10.34 - Indicando a freqüência do barramento AGP.
 
 
 

Modo de segurança

Algumas placas de CPU possuem um jumper chamado safe mode (modo de segurança). Quando o processador é destravado, ou seja, aceita programação do clock interno, uma programação indevida dos multiplicadores através do CMOS Septup pode impedir o computador de funcionar, e desta forma nem mesmo o CMOS Setup pode ser utilizado. Ao ativarmos o modo de segurança, o processador irá operar com um clock baixo, e desta forma podemos ter acesso ao CMOS Setup para corrigir a programação errada. Feita a correção, desativamos o modo de segurança para que o computador volte a funcionar com a velocidade correta.
Figura 10.35 - Modo de segurança.
 
 
 

Não esqueça do CMOS Setup

Muitos dos tópicos apresentados neste capítulo dizem respeito a jumpers e chaves de configuração, mas lembre-se que a maioria das configurações de hardware também podem ser definidas pelo CMOS Setup. Ao montar um computador, utilize sempre a configuração default para o CMOS Setup. Sempre existirá um comando para o carregamento dessas opções default. Posteriormente os itens do CMOS Setup podem ser revisados para obter mais eficiência, segurança e desempenho.

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